Quatro
cirurgias: duas no peito, uma no joelho e outra no bíceps. E o
departamento médico virou rotina para Thiago “Pitbull” Alves nos últimos
dois anos. Sem atuar desde março de 2012, o brasileiro, enfim, está
totalmente recuperado e, no dia 19 de abril, no UFC on FOX 11, ele espera descontar toda a vontade acumulada durante esse período em Seth Baczinsky, seu adversário.
Em
entrevista à TATAME, Pitbull falou sobre os momentos difíceis que
precisou encarar, revelou que a derrota para Martin Kampmann ainda o
incomoda e prometeu castigar Baczinsky.
“Ele é alto e vem
competindo no tempo que fiquei parado. Está ativo. Estas são as
vantagens dele. Mas, na parte técnica, sou melhor do que ele em tudo.
Vou para mostrar isso no dia 19. Irei para nocautear ou finalizar. Se a
luta for para juízes, ele vai apanhar durante 15 minutos. Vai ter que
ser muito macho para aguentar”.
Confira a entrevista completa:
Como foi ficar dois anos longe do octógono?
Foi
difícil para caramba. Era uma situação que eu não estava esperando, mas
que me fez mais forte. Foi um teste que Deus colocou para mim. Eu não
podia fazer nada, não podia trabalhar, estava de mãos atadas, não tinha
nada que eu poderia fazer. Uma coisa é você não lutar por estar
perdendo, outra é por estar lesionado. Mesmo assim, jamais pensei em
desistir. Sou novo, tenho 30 anos. Sabia que era uma fase ruim. Agora,
está no passado. Estou saudável e 100% fisicamente.
Deu para tirar proveito desse tempo de inatividade?
Eu
trabalhei meu lado mental para caramba. Sou muito mais casca-grossa
mentalmente do que há dois anos. Trabalhei minha mente com um psicólogo
para aguentar tudo o que passei e para chegar onde eu quero. Também
aproveitei para curar pequenas e antigas lesões que me
incomodavam. Comecei a conversar com o psicólogo antes da primeira
cirurgia, duas vezes por mês. Depois, virou uma vez por semana. Ao mesmo
tempo li muito sobre Psicologia no esporte, aprendi mais sobre o meu
corpo para me tornar um atleta melhor. Esse tempo também renovou meu
espírito de lutador, sem falar na fome de poder treinar.
Do que mais sentiu falta nesse período?
Acho
que do estilo de vida do atleta de MMA. Senti falta de treinar, de
estar sempre comendo bem, da competitividade e da harmonia da academia.
Luto MMA profissionalmente desde os 17 anos. Então, ficar dois anos sem
fazer o que ama o deixa perdido.
Que mudanças veremos no Pitbull agora?
Será
um Pitbull mais maduro, decisivo. O Pitbull não é mais moleque,
cresceu. Já passei por tudo nesse esporte, não há mais surpresa.
Trabalho pesado, com foco e estratégia para voltar a vencer.
Sua última luta foi uma derrota amarga. Ela ainda o incomoda?
Com
certeza, faltavam 48 segundos. Se aconteceu, foi por que eu tinha que
aprender alguma coisa. Ficou a lição. Aprendi a confiar no meu instinto
de matador, de guerreiro e a ter pessoas que confio no meu córner,
pessoas que vão procurar o mesmo resultado que eu e não ganhar só por
ganhar. Foram dois anos com essa derrota no meu cartel, essa foi uma das
piores coisas desse tempo sem poder lutar.
Como está a preparação?
A
preparação está do c… Não poderia estar melhor. Falei com meu manager e
com meus treinadores que estou 100% para poder soltar tudo na hora que
for para valer. Só tem casca-grossa na academia, todo dia o treino é
como se fosse para uma luta válida pelo cinturão. Estou muito bem
preparado. Se a luta fosse sábado agora, estaria pronto para nocautear.
Não vejo a hora de lutar para botar em prática tudo aquilo que treinei.
Como analisa seu próximo adversário, Seth Baczynski?
Ele
é alto e vem competindo no tempo que fiquei parado. Está ativo. Estas
são as vantagens dele. Mas, na parte técnica, sou melhor do que ele em
tudo. Vou para mostrar isso no dia 19. Irei para nocautear ou finalizar.
Se a luta for para juízes, ele vai apanhar durante 15 minutos. Ele terá
que ser muito macho para aguentar.
Você teme que sua atuação seja prejudicada pelo tempo que ficou parado?
Quando
a luta começa, você fica focado, só reage às situações. Se estiver
pensando no que poderá acontecer, terá problemas. Se eu me preparar
física e mentalmente, (o tempo de inatividade) não vai fazer muita
diferença, não.
O que planeja para este ano?
Meu foco está 100% nesse retorno. Quero fazer três lutas, sem escolher adversário. E, no fim de 2015, quero ser campeão do UFC.
Gostaria de deixar um recado?
Quero
mandar abraço para a galera do Brasil. Por morar 10 anos fora, ouço que
estou americanizado. É claro, faz tempo que estou nos Estados Unidos.
Mas, o que me fez viajar, foi o espírito brasileiro. Não esqueço das
minhas origens, nem da minha família. Nunca. Sou brasileiro, lá é minha
terra.

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