No último sábado, o presidente do UFC, Dana White, confirmou que a revanche entre José Aldo e Chad Mendes vai acontecer no Brasil no UFC 179, marcado para o dia 25 de outubro, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Adversário de Aldo no combate, Chad Mendes foi pego de surpresa com o anúncio, mas garante que já superou o fato de luta não acontecer em solo americano.
- Eu soube dessa confirmação pelo Twitter. Assim que acabou o card de
San José, eu fui checar os comentários e vi que o Dana tinha anunciado
que seria no Brasil. Então eu liguei para o meu empresário e foi assim
que soubemos. Eu queria que essa luta fosse aqui nos EUA porque queria a
minha família e amigos presentes nesse momento, que vai ser um dos mais
importantes da minha vida. Queria que eles pudessem celebrar comigo.
Mas Dana é o chefe e sabe o que está fazendo. Agora vamos comprar
algumas passagens e o restante vai ter que se contentar em assistir pela
TV. Faz parte. Essa luta pode ser no Brasil ou na lua que o resultado
não vai mudar. Vou vencer igual. Na hora em que a porta do octógono se
fechar, seremos eu e ele e não há nada que ele possa fazer para mudar
isso. Eu sei que estou destinado a ser o campeão. Vai ter um gosto
especial poder tomar o cinturão dele no Brasil - declarou o atleta do
Team Alpha Male em entrevista ao Combate.com.
Inicialmente, a revanche entre Aldo e Mendes estava agendada para o dia
2 de agosto, em Los Angeles, mas o brasileiro machucou as costas
durante uma sessão de treino,o que ocasionou o adiamento do duelo. Desde
então, os dois adversários vêm trocando provocações por intermédio da
imprensa. O americano acusou Aldo de estar fingindo uma lesão para fugir
do confronto, e o atleta da Nova União respondeu questionando a boa
forma do adversário, incluindo, em tom irônico, uma cutucada sobre os
"suplementos" de que o americano faz uso. Depois de várias idas e
vindas, Mendes se disse atônito com as repostas do campeão e acredita
que o episódio lhe deu vantagem no jogo mental.
- Eu fiquei muito surpreso com o que ele disse, principalmente porque
Aldo foi muito rude. Ele ficou bravo porque eu disse que ele estava
fingindo que estava machucado e que estava correndo de mim, e fazendo
uma manobra para levar essa luta para o Brasil. E agora a luta vai ser
onde? Mas eu nunca vi o Aldo responder assim para ninguém. Ele falou
muita coisa, perdeu a paciência. Isso foi algo muito grande para mim,
porque eu vi que realmente entrei na cabeça dele. Uma coisa que eu
aprendi nesse tempo todo de carreira é que, se o seu oponente perder a
paciência, você já está na cabeça dele. No jogo mental, eu estou um
passo à frente de José Aldo, sem dúvida alguma.
Chad Mendes ainda falou sobre os treinos, as dificuldades de adaptação
ao Rio de Janeiro no primeiro duelo contra Aldo e a preocupação com os
testes antidoping no Brasil.
Confira a entrevista na íntegra:
COMBATE.COM: Sua revanche contra José Aldo estava
agendada para Los Angeles, mas ele se machucou e o duelo precisou ser
adiado. O que mudou na sua rotina desde então? Como isso afetou o seu
camp de treinamento?
Chad Mendes: Eu não parei de treinar desde que recebi a
notícia. Continuo indo para a academia todos os dias. Tirei alguns dias
de folga aqui, outros ali, mas continuo em camp. Tem sido um dos camps
mais longos da minha carreira, mas não faz mal. Não vou desistir agora
que estou tão perto de realizar o meu sonho. Continuo treinando duro,
tenho excelentes treinadores ao meu lado e estou muito confiante de que a
minha vez chegou.
Você queria muito que essa luta fosse nos EUA, mas Dana White
anunciou no último sábado que ela será no Brasil no dia 25 de outubro…
Eu soube dessa confirmação pelo Twitter. Assim que acabou o card de San
José, eu fui checar os comentários e vi que o Dana tinha anunciado que
seria no Brasil. Então eu liguei para o meu empresário e foi assim que
soubemos. Eu queria que essa luta fosse aqui nos EUA porque queria a
minha família e amigos presentes nesse momento, que vai ser um dos mais
importantes da minha vida. Queria que eles pudessem celebrar comigo. Mas
Dana é o chefe e sabe o que está fazendo. Agora vamos comprar algumas
passagens e o restante vai ter que se contentar em assistir pela TV. Faz
parte. Essa luta pode ser no Brasil ou na lua que o resultado não vai
mudar. Vou vencer igual. Na hora em que a porta do octógono se fechar,
seremos eu e ele e não há nada que ele possa fazer para mudar isso. Eu
sei que estou destinado a ser o campeão. Vai ter um gosto especial poder
tomar o cinturão dele no Brasil.
Você mencionou em algumas entrevistas que teve problemas de
adaptação na primeira luta contra o Aldo no Brasil. Você teve
dificuldade no processo de perda de peso, porque a comida brasileira tem
mais sódio, fora a questão da adaptação ao fuso horário. O que fazer
para que essas coisas não aconteçam novamente?
Eu pretendo chegar antes no Brasil para me adaptar à mudança de fuso
horário. Devo chegar algumas semanas antes para poder treinar lá e estar
plenamente adaptado ao clima e ao país até o dia da luta. Quando à
comida, vou tentar levar o máximo de coisa que eu puder. O que eu não
puder levar, vou comprar lá. Mas isso é detalhe. Eu já lutei no Brasil
uma vez, já sei como é. Não devo ter maiores problemas desta vez. Nada
vai me fazer perder o foco.
Desde que a revanche entre você e Aldo foi adiada, vocês
trocaram algumas provocações através da imprensa. Você ficou surpreso
com a reação dele às coisas que você disse?
Eu fiquei muito surpreso com o que ele disse, principalmente porque ele
foi muito rude. Aldo ficou bravo porque eu disse que ele estava
fingindo que estava machucado e que estava correndo de mim, e fazendo
uma manobra para levar essa luta para o Brasil. E agora a luta vai ser
onde? Mas eu nunca vi o Aldo responder assim para ninguém. Ele falou
muita coisa, perdeu a paciência. Isso foi algo muito grande para mim,
porque eu vi que realmente entrei na cabeça dele. Uma coisa que eu
aprendi nesse tempo todo de carreira é que, se o seu oponente perder a
paciência, você já está na cabeça dele. No jogo mental, eu estou um
passo à frente de José Aldo, sem dúvida alguma.
Você também mencionou que estava preocupado com o teste
antidoping no Brasil. Aconteceu alguma coisa na primeira luta entre
vocês para você levantar essa suspeita?
Nada aconteceu. É que aqui nos EUA, eu sei que nós dois seríamos
submetidos a testes surpresa antes da luta. Aqui eles não fariam só o
teste no dia do duelo. No Brasil, eu nem sei como essa coisa de teste
antidoping funciona, não sei nem se eles fazem testes surpresa. Não acho
que vamos ser testados com o mesmo rigor. Deve haver algum motivo para o
Aldo querer tanto levar esse duelo pro Brasil. Eu quero que essa luta
aconteça em condições iguais para ambos os lados. Só quero que seja uma
luta em condições justas.
Como você acha que essa revanche vai ser diferente da primeira luta entre vocês?
Vai ser totalmente diferente. O palco pode se repetir, a cidade e o
adversário também, mas engana-se quem pensa que eu sou o mesmo lutador
de dois anos atrás. Eu melhorei meu jogo, estou mais forte, mais rápido,
mais completo. Nocauteei quatro dos meus últimos cinco adversários,
trabalhei muito para melhorar os meus pontos fracos. Quando nós nos
enfrentamos pela primeira vez, o Aldo era maior do que eu, tinha uma
vantagem física. Hoje essa vantagem não existe mais. Fora isso, com o
(TJ) Dillashaw nós desvendamos o diagrama da equipe Nova União. Eu sei
que Barão e Aldo são lutadores diferentes, mas eles treinam junto, têm
uma mesma metodologia dentro do octógono. Acho que agora temos o mapa da
mina.
Defina o José Aldo em uma palavra.
Vítima. (Risos) Minha próxima vítima!
Defina você mesmo em uma palavra.
Campeão.
Como você acha que vai ser a segunda luta entre TJ Dillashaw e Renan Barão?
Eu acho que essa luta vai ser muito parecida com a primeira. É um novo
duelo, mas a primeira luta ainda está muito recente. É muito difícil
você mudar uma estratégia de treinamento ou um camp inteiro em tão pouco
tempo. TJ está muito confiante porque foi muito dominante por todo o
duelo. Uma vez que você vence com tanta superioridade, passa a ter uma
vantagem mental sobre o seu adversário. Acho que o TJ leva essa luta com
tranquilidade.