O jogo de chão de Chris Weidman tem sido um fator de preocupação para os fãs de Anderson Silva
na espera para o confronto entre os dois pelo UFC 162, em Las Vegas, no
próximo dia 6 de julho. O americano é considerado um Chael Sonnen mais
jovem, explosivo e com um jiu-jítsu melhor, credenciado por uma
participação no Mundial do ADCC, um dos melhores torneios de luta
agarrada do mundo. O treinador principal do Spider, Ramon Lemos, garante
que respeita a técnica do adversário e que está preparando o brasileiro
para a possibilidade de ter de lutar com as costas no chão. Porém,
mesmo no solo, o campeão dos pesos-médios está pronto para atacar o
desafiante e não deixá-lo desenvolver seu jogo.
- Eu nunca vou priorizar a minha defesa. Não posso programar meu atleta
para se defender na luta, senão só vamos nos defender! Ao contrário do
que todo mundo pensa, se o Anderson for para o chão, ele não vai se
defender. Nós vamos colocar o Weidman em estado de defesa, nós vamos
atacar. Para você fazer uma vantagem, uma pontuação, um nocaute,
qualquer coisa positiva que seja, você precisa fazer, não se defender.
Meu foco é fazer o Anderson atacar, ser ativo, nunca estar se
defendendo. A partir do ponto que botarmos o Weidman para se defender,
invertemos essa equação e tudo pode acontecer - explicou Lemos ao
Combate.com.
O treinador também lembrou que boa parte da reputação de Weidman como
lutador de solo foi construída fora do MMA, no jiu-jítsu e wrestling,
com regras diferentes das usadas no UFC. Ele também deixou claro que
acredita que o americano foi pouco testado em suas lutas no octógono até
agora, sendo sempre permitido atuar como atacante em vez de como
defensor.
- Primeiro, temos de enxergar que o jiu-jítsu esportivo é uma coisa, e
tudo o que falam do jiu-jítsu dele é no ADCC, ou no jiu-jítsu de pano, e
quando vai para o MMA, é completamente diferente, é outra modalidade.
Quando você exerce o chão valendo cotovelada e soco, dá para perceber
que as coisas mudam. Sinceramente, ele nunca fez o jiu-jítsu com alguém
atacando ele. Então, para mudar essa ideia que ele é isso ou aquilo,
quero ver como ele vai fazer tudo isso se defendendo. A gente não treina
esperando que ele vá derrubar a gente e vá desenvolver. Quem vai
desenvolver é a gente. Quando o Anderson entrar lá dentro, ele que vai
se defender de soco, de queda, de chão, cotovelada. A gente é o caçador e
ele que vai ser a caça - frisou.
Weidman tem se mostrado bastante confiante na vitória sobre Anderson, e
isso se refletiu na opinião de outros lutadores profissionais, que,
segundo Dana White, presidente do UFC, estão apostando no desafiante em
grande maioria. No entanto, Ramon Lemos está tranquilo e confiante na
manutenção do cinturão peso-médio.
- Não passa na minha cabeça se o Anderson vai perder, temos uma
positividade na equipe. O que ele busca nas orações dele é, "Que eu
funcione, que tudo que eu treinei, eu possa executar, todos os
movimentos que eu treinei, e, se isso acontecer, a vitória vai ser
nossa". Isso me dá uma tranquilidade de trabalhar. O artista marcial
Anderson Silva me dá segurança. Eu treino um monte de coisas com vários
atletas, mas ele, quando entra, a gente sabe quem é o Anderson Silva. A
pessoa, a personalidade, o lutador, o artista marcial que ele é, e isso
passa segurança para nós também - disse.
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