quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Após se entregar às bebidas, lutador Pedro Nobre supera depressão

As dificuldades sempre fizeram parte da vida de Pedro Nobre. Criado em Rocha Miranda, no subúrbio do Rio de Janeiro, o atleta largou o futebol assim que sua mãe, Carmélia Rodrigues, passou a deixá-lo ir sozinho aos treinos. Sem avisar, ele trocou a bola pelo jiu-jítsu. O talento nas lutas o levou para a Brazillian Top Team (BTT) e, posteriormente, ao UFC, onde a permanência durou pouco. Após a passagem relâmpago pela elite do MMA, o lutador passou por um momento complicado e se entregou à bebida, mas deu a volta por cima e superou a depressão (assista ao vídeo). 
 
Foi mais um episódio de superação na vida de Pedro. No início da carreira, ele improvisou um tatame na garagem de casa, onde fazia do irmão o adversário, e suou para comprar o primeiro quimono. A necessidade fez o atleta passar por diversos empregos para conciliar com a rotina de atleta. Entre diversas atividades, foi taxista, cobrador, garçom, militar e office boy.

Quando foi aceito na BTT, a distância de sua casa para a academia era um empecilho - ele ainda tinha que se deslocar para o trabalho, em Copacabana. Então o lutador se mudou para a comunidade da Cruzada, que fica perto do local de treinamento, onde divide com outros três atletas um apartamento de menos de 20 metros.

- É meio apertado, mas fica mais cômodo ficar aqui do que enfrentar viagem todo dia para voltar para casa - explicou o lutador.

Quando já se consolidava como um dos principais pesos-moscas do Brasil, com dez vitórias e um empate, o lutador passou por um momento de muito sofrimento, com a morte de treinador, Eraldo Paes - vítima de câncer de estômago, ele morreu aos 33 anos, em dezembro de 2011. Mais um golpe dado pela vida e que Pedro precisou passar por cima.

O atleta deixava para trás a dor de perder o treinador quando sofreu seu primeiro revés na carreira, ao perder a final do GP de galos do Bitetti Combat, contra Sheymon Moraes, mas reagiu ao conquistar o GP de moscas do mesmo evento, que lhe rendeu um convite para lutar no UFC, contra Iuri Marajó, novamente pela categoria até 61 kg.

O resultado foi um "no contest", após o árbitro alegar golpes ilegais de Marajó na nuca de Pedro. O lutador da BTT não conseguiu voltar e foi chamado de ator por Dana White, presidente da organização, que o demitiu. Desta vez foi mais difícil assimilar o golpe.

- Foi uma coisa muito dolorosa. Briguei com a depressão, foi difícil pra caramba. Acabei tendo que me encontrar em bebidas para me manter alegre. Foi uma coisa muito difícil - revelou.

Recuperado, Pedro Nobre voltou a lutar em julho deste ano, quando conquistou o cinturão do Web Fight, após nocautear Eduardo Felipe. Agora, ele sonha em voltar ao UFC. Para o líder da BTT, Murilo Bustamante, a volta aos grandes eventos será questão de tempo.

- Vejo ele completo, pronto para enfrentar as maiores dificuldades que aparecerem. Ele vai bem na parte de chão, na parte de quedas e na parte em pé, e é um lutador experiente - concluiu.

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