As dificuldades sempre fizeram parte da vida de Pedro Nobre. Criado em
Rocha Miranda, no subúrbio do Rio de Janeiro, o atleta largou o futebol
assim que sua mãe, Carmélia Rodrigues, passou a deixá-lo ir sozinho aos
treinos. Sem avisar, ele trocou a bola pelo jiu-jítsu. O talento nas
lutas o levou para a Brazillian Top Team (BTT) e, posteriormente, ao
UFC, onde a permanência durou pouco. Após a passagem relâmpago pela
elite do MMA, o lutador passou por um momento complicado e se entregou à
bebida, mas deu a volta por cima e superou a depressão (assista ao vídeo).
Foi mais um episódio de superação na vida de Pedro. No início da
carreira, ele improvisou um tatame na garagem de casa, onde fazia do
irmão o adversário, e suou para comprar o primeiro quimono. A
necessidade fez o atleta passar por diversos empregos para conciliar com
a rotina de atleta. Entre diversas atividades, foi taxista, cobrador,
garçom, militar e office boy.
Quando foi aceito na BTT, a distância de sua casa para a academia era
um empecilho - ele ainda tinha que se deslocar para o trabalho, em
Copacabana. Então o lutador se mudou para a comunidade da Cruzada, que
fica perto do local de treinamento, onde divide com outros três atletas
um apartamento de menos de 20 metros.
- É meio apertado, mas fica mais cômodo ficar aqui do que enfrentar viagem todo dia para voltar para casa - explicou o lutador.
Quando já se consolidava como um dos principais pesos-moscas do Brasil,
com dez vitórias e um empate, o lutador passou por um momento de muito
sofrimento, com a morte de treinador, Eraldo Paes - vítima de câncer de
estômago, ele morreu aos 33 anos, em dezembro de 2011. Mais um golpe
dado pela vida e que Pedro precisou passar por cima.
O atleta deixava para trás a dor de perder o treinador quando sofreu
seu primeiro revés na carreira, ao perder a final do GP de galos do
Bitetti Combat, contra Sheymon Moraes, mas reagiu ao conquistar o GP de
moscas do mesmo evento, que lhe rendeu um convite para lutar no UFC,
contra Iuri Marajó, novamente pela categoria até 61 kg.
O resultado foi um "no contest", após o árbitro alegar golpes ilegais
de Marajó na nuca de Pedro. O lutador da BTT não conseguiu voltar e foi
chamado de ator por Dana White, presidente da organização, que o
demitiu. Desta vez foi mais difícil assimilar o golpe.
- Foi uma coisa muito dolorosa. Briguei com a depressão, foi difícil
pra caramba. Acabei tendo que me encontrar em bebidas para me manter
alegre. Foi uma coisa muito difícil - revelou.
Recuperado, Pedro Nobre voltou a lutar em julho deste ano, quando
conquistou o cinturão do Web Fight, após nocautear Eduardo Felipe.
Agora, ele sonha em voltar ao UFC. Para o líder da BTT, Murilo
Bustamante, a volta aos grandes eventos será questão de tempo.
- Vejo ele completo, pronto para enfrentar as maiores dificuldades que
aparecerem. Ele vai bem na parte de chão, na parte de quedas e na parte
em pé, e é um lutador experiente - concluiu.
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