A história de José Maria No Chance, o cearense que trabalha como garçom
em Copacabana e recebeu uma chance no UFC 163, comoveu os torcedores
brasileiros. Todavia, o "conto de fadas" acabou com a derrota por
nocaute técnico para John Lineker, no card principal do evento deste
sábado no Rio de Janeiro. Após a derrota, o atleta da equipe RFT
anunciou que não voltará ao serviço, determinado a evoluir como lutador
de MMA.
- Eu só sei que eu não volto a trabalhar. Depois dessa minha derrota,
eu não quero. Vou morar debaixo do bueiro, mas vou me dedicar
unicamente, exclusivamente ao treino, tenha patrocínio ou não. Vou morar
na academia para me dedicar somente à luta, porque, vou ser sincero,
não dá para você conciliar trabalho e lutar numa estrutura como é o UFC.
O Lineker estava bem mais forte. Consegui lutar com ele, à altura, mas
ele estava mais forte. Vi atletas da própria categoria, como o Iliarde
(Santos), estavam mais fortes. Eu tenho consistência técnica, mas tenho
que me dedicar só a treinar e conseguir patrocínio para poder dedicar-me
só à carreira e chegar onde eu quero e onde meus fãs querem que eu
chegue - desabafou o peso-mosca logo após sua derrota.
No momento do nocaute, o atleta cearense pareceu sentir o joelho
direito, mas No Chance negou ter se lesionado. Em vez disso, admitiu ter
sentido o peso da estreia no UFC e ter se intimidado pelo adversário,
um dos candidatos ao cinturão da organização.
- Não, com o joelho não (houve nada). Ao aquecer, eu estava sentindo
uma dor no meu estômago. Ele tem uma mão muito pesada, e a primeira que
entrou na minha linha de cintura, eu senti. Mesmo assim, eu tinha muito
mais movimentação do que ele. Fiquei frustrado porque tive um momento em
que deixei ele grogue, e não confiei na minha mão. Ele tem a mão bem
pesada, mas não tem o queixo tão duro, pois teve uma hora que o
balancei, duas vezes, mas não acreditei na minha mão e fiquei frustrado,
poderia ter acabado a luta ali. Acabei dando credibilidade para a força
da mão dele. Também acredito que foram muitas informações, muitos
exames durante a semana que davam errado, enfim... Não quero dar
desculpas aqui, só quero oportunidades para mostrar, quero treinar e me
dedicar que quando eu voltar, voltarei mais forte e vou destruir
qualquer um no meu caminho.
José Maria No Chance ainda deixou clara sua frustração por sua atuação e
reclamou de seu oponente não ter batido o peso na véspera, na pesagem
do torneio.
- Não achei que fiz uma boa luta. Luto melhor do que isso. Minha luta é
para frente. Até no momento que eu estava bem, não acreditei no meu
potencial. Dei muita credibilidade... O fato de ele ter ficado mais de
um quilo acima do peso deixou ele mais forte ainda. Ele não conseguiu e
parou de perder peso um pouco mais cedo. A organização do evento
perguntou, mas eu quis lutar, acreditei que mesmo assim venceria. Não
consegui e, por isso, estou muito frustrado. Se eu aproveito aquela
oportunidade, eu o nocauteio e poderia estar no lugar dele e ter a
oportunidade de disputar o cinturão - resignou-se No Chance, que
prometeu voltar à academia para treinar já nesta segunda-feira.
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