O dinamarquês Martin Kampmann venceu Carlos Condit
na estreia do americano no UFC, em 2009, por decisão dividida dos
juízes. O duelo foi tão parelho que até mesmo o FightMetrics (site de
estatísticas usado pelo UFC) reportou o combate como empate. Quase cinco
anos depois, os dois lutadores voltam a se enfrentar na luta principal
do card desta quarta-feira, em Indianapolis, nos EUA, e Kampmann
acredita que, dessa vez, o encontro terá um rumo diferente do anterior,
principalmente por conta do amadurecimento de ambos os lutadores durante
esse tempo:
- Eu assisti à nossa primeira luta, só por ver. Eu cometi muitos erros
naquele duelo, o Condit também, e nós dois melhoramos desde então. Ainda
há algumas coisas nos nossos jogos que permaneceram desde a nossa
primeira luta, mas nós dois nos desenvolvemos. Eu me sinto preparado
mental e fisicamente, e vou mostrar isso na quarta-feira. O Condit é um
cara que vem de um estilo não-ortodoxo, com cotoveladas giratórias,
joelhadas voadoras e coisas assim. Ele é bem agressivo e acho que ainda é
bom em muitas coisas que ele já era antes, mas ele está fazendo tudo de
uma forma mais aprimorada hoje. Em compensação, acho que melhorei em
todas as áreas, no wrestling, no boxe, no jiu-jítsu... Eu tento ser um
lutador completo, gosto de ir para a finalização, e esse é o estilo dele
também. É por isso que essa será uma boa luta. Nós não estamos indo lá
para pontuar ou segurar o outro no chão por cinco rounds. Não é o nosso
estilo.
O peso meio-médio quer apagar de uma vez por todas a derrota para Johny
Hendricks, em novembro passado, quando foi nocauteado aos 46 segundos
do primeiro round no UFC 154, e aponta o aspecto mental como a
principal mudança em sua estratégia.
- Estou melhor mentalmente hoje do que naquela época. Especialmente nas
minhas últimas lutas, eu não estava preparado mentalmente, não estava
pronto para o jogo. Estava tendo um início de luta tão lento que
precisava apanhar muito na cara antes de começar a lutar. Quando
enfrentei Jake Ellenberger, ele me acertou logo de cara, mas consegui me
recuperar e nocauteá-lo. Só que às vezes você não tem a chance de
voltar. Mesmo que você volte, não é saudável lutar assim. Então eu me
sinto mentalmente mais preparado e pronto para lutar desde o início para
derrubar Condit primeiro.
Kampmann deixou claro que, desta vez, não pretende deixar a decisão da
luta nas mãos do juízes. Ciente de seu desafio, o dinamarquês garante
que o fato de ter vencido o primeiro duelo contra Carlos Condit não
alterou a sua preparação para a revanche.
- Condit é um dos melhores caras da divisão dos meio-médios, então é
claro que é um grande desafio. Mas estou confiante de que vou vencê-lo,
porque já fiz isso antes. Eu só não fico me apegando muito à primeira
luta. Posso garantir que esta não vai ser uma decisão dividida. Eu vou
finalizá-lo, tenho cinco rounds para isso, e não vou descansar enquanto
não conseguir. Eu sinto que eu posso vencer os melhores caras nessa
categoria, acho que eu posso vencer qualquer um. Vou vencer o Condit e
voltar a brigar pelo título. Vou vencer quem quer que o UFC coloque no
meu caminho.
O lutador, que chegou ao treino aberto do UFC com muito bom humor e até
arriscou alguns arremessos da linha de lance livre da quadra de
basquete da arena Bankers Life Fieldhouse, onde aconteceu o evento,
aproveitou para analisar o duelo entre o campeão dos meio-médios,
Georges St-Pierre e seu último algoz, Johny Hendricks, marcado para
novembro, na comemoração dos 20 anos do UFC:
- Eu acho que Georges é favorito, mas ele vai lutar com muito cuidado.
Hendricks definitivamente tem condições de machucá-lo e finalizá-lo, mas
Georges vai usar seus jabs, lutar pelo lado de fora e conseguir manter a
distância. Quando Hendricks for mais para a luta para tentar acertá-lo,
eu acho que Georges vai levá-lo para o chão. Agora, se ele vai
conseguir usar essa estratégia e manter o cinturão, eu também quero
saber. Vai ser uma grande luta! - finalizou.
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