- Os únicos medos que tenho na vida são de Deus e de passar fome. Sair na porrada pra mim é um prazer, com quem quer que seja, em qualquer categoria. Pode marcar logo o Cain pra ver se a porrada não come do mesmo jeito, independentemente do peso. Se um pesado quisesse brigar comigo na rua, eu ia perguntar qual o peso dele? Não, né? Então marca logo essa p* e vamos deixar de mimimi! A luta que queremos ver é essa. Vamos fazer acontecer, Dana! - falou José Aldo, que afirmou anteriormente poder lutar até com Cain Velásquez, campeão peso-pesado do UFC, caso a organização marcasse o duelo.
Em entrevista ao Combate.com, Dedé Pederneiras também
falou o que pensa sobre a insinuação de Dana White, afirmando que se
estivesse com medo, teria ficado quieto. Ao lembrar que ofereceu, na
negociação anterior, um duelo em peso casado contra Anthony Pettis, o
treinador foi enfático ao garantir que quer e que vai fazer a luta
acontecer.
- Com relação a eu estar com medo da luta, se estivesse não teria
comentado nada, teria ficado quietinho, esperando tudo se acalmar e o
pessoal esquecer. Mas fiz o contrário, comentei justamente pra ninguém
esquecer. Na nossa cabeça, a próxima luta do Aldo será "ALDO X PETTIS". O
que falta é acertar os detalhes. A diferença dessa superluta para as
outras é que essa vai acontecer, porque ambos os lados querem - afirmou
Dedé Pederneiras por telefone e por email.
Ao lembrar que na mesma declaração Dana White afirmou que se Pettis
descesse para os pesos-penas levaria vantagem sobre o brasileiro, Dedé
Pederneiras discordou mais uma vez do presidente do Ultimate e completou
garantindo que quer apenas direitos iguais entre o que foi proposto a
José Aldo anteriormente e o que, segundo ele, deve ser igual para
Anthony Pettis agora.
- Acho que ninguém entendeu o que eu quis dizer. A primeira vez que a
luta nos foi ofertada, eu realmente não quis. Não por medo do Pettis,
porque era um cara que não era o campeão e nem tinha sido. Hoje, se o
Dana afirma que o Pettis quer a luta 100% e fará de tudo pra acontecer,
então, o que eu tenho a dizer é que estamos esperando o contrato chegar
pra assinar, porque queremos da mesma forma que isso aconteça. Quando
ele fala que eu quero a luta na categoria dos penas porque eu acho que o
Aldo teria vantagem, ele está certo. Eu, como treinador, tenho mais
experiência que o Dana pra saber que isso é uma vantagem. Na verdade,
como na outra negociação da luta do Aldo contra o Pettis, o Dana deixou
bem claro que não tinha interesse em fazer essa luta em peso casado (150
libras, ou 68 kg), que foi o que eu propus. Então, entre lutar com um
Pettis acostumado aos 70kg e lutar com um Pettis não-acostumado aos
66kg, é claro que eu, como treinador, prefiro lutar nos 66kg. Mas se
agora a opinião do Dana mudou com relação a acertarmos um peso casado e
fecharmos a luta, vamos fechar. Se não precisar abandonar o cinturão da
categoria dos penas e ele puder disputar o cinturão dos leves, nós
queremos também. Porque o Aldo, por ser o campeão mais antigo,
logicamente teria esse direito antes do Pettis, que acabou de ganhar o
cinturão agora. Por isso perguntei se o Pettis abandonaria o cinturão
dele pra lutar com o Aldo na categoria dos penas. Essa foi a proposta do
Dana pra disputarmos o cinturão dos leves - isso antes do Pettis ser o
campeão. Então, então nada mais justo que ter direitos iguais. Mas, se
não precisa abandonar o cinturão dos penas, melhor ainda. Aldo será o
próximo desafiante de Anthony Pettis pelo cinturão dos leves, se o UFC
quiser - disse o treinador e empresário de José Aldo.
Dedé Pederneiras explicou ainda suas últimas declarações e quais foram
as condições para assinar contrato da luta com Pettis, que não chegou a
acontecer em função de uma lesão no joelho do americano, além de
aproveitar para pedir desculpas ao novo campeão peso-leve e sua equipe
por ter duvidado da lesão do lutador na época.
- Gostaria de deixar bem claro uma coisa: quando coloquei nas redes
sociais que eu queria que o Anthony Pettis entregasse seu cinturão e
baixasse de peso pra lutar com o Aldo, só o fiz porque foi essa proposta
que nos foi feita: para subir de categoria. O Aldo teria que entregar o
cinturão dos penas para poder disputar o título nos leves. Não fui
ingênuo de pensar que, como empresário, poderia obrigar o Pettis ou o
UFC a fazer isso, mas quis fazer o Pettis sentir o mesmo gosto de ser
pego de surpresa após uma grande vitória na sua carreira. Aliás, em meio
a tudo, acabei esquecendo: Parabéns Pettis, você mereceu o cinturão -
já que, assim como ele fez quando o Aldo venceu o Frank Edgar, mandou
uma mensagem no Twitter pro Dana desafiando o Aldo minutos depois de sua
conquista - declarou Dedé Pederneiras, que completou:
- Gostaria também de pedir desculpas ao Pettis e toda sua equipe se em
algum momento falei coisas sem ter provas sobre sua lesão. Mas, da
maneira que foi, nos deixou com bastante dúvidas, tendo em vista que ele
machucou o joelho em uma semana, não podendo lutar com o Aldo, e na
semana seguinte estava pedindo a luta pelo título da categoria leve, o
que acabou acontecendo. Pettis, não temos nada contra você, sua equipe
ou contra o Diego Moraes, que é uma pessoa a quem eu quero muito bem. A
única coisa que queremos é que a luta aconteça, com direitos iguais! -
disse o líder da Nova União.
Sobre sua relação com Dana White, a quem Dedé Pederneiras credita o
sucesso atual do UFC, o treinador confirmou que conhece o dirigente há
muito tempo, porém sempre irá defender primeiramente os direitos de seu
pupilo.
- Dana e eu nos conhecemos realmente há muito tempo, e sei que, se o
esporte hoje é o que é, com certeza devemos ao Dana e a familia
Fertitta, que acreditaram e fizeram o MMA sair dos guetos e se
transformar em um dos maiores esportes do mundo. Logo que o UFC
explodiu, muita gente do Brasil chegava pra mim e falava mal deles por
pagarem bolsas baixas, que eles ganhavam muito e pagavam pouco. A
primeira coisa que eu sempre respondia, até por ser empresário, era que
eles mereciam ganhar todo centavo que eles estavam ganhando, porque na
hora de acreditar em um esporte que estava desacreditado, perder 60
milhões dólares nos primeiros anos e continuar investindo até que o
negócio virasse um sucesso, ninguém aparecia pra emprestar dinheiro pra
eles. São raros os empresários que têm essa coragem, por isso é que
defendo o UFC da maneira que eu defendo, e estou sempre disposto a
ajudar. Com relação a mim, como empresário, falar, se eu não falar e
defender os direitos dos meus atletas, quem o fará? Essa pra mim é uma
das funções do empresário. Ou não? - questionou Dedé Pederneiras.
Sem comentários:
Enviar um comentário