Anthony Pettis tomou o cinturão dos pesos leves do UFC de Ben Henderson
com uma finalização no primeiro round em duelo na noite deste sábado. E
por mais que os fãs do "Showtime" acreditassem que ele venceria, era
pouco provável que eles imaginassem que a vitória acabaria acontecendo
com uma chave de braço. Ainda mais contra Benson, que é considerado um
dos lutadores mais duros da categoria e que realizou neste sábado a sua
primeira luta como faixa preta em jiu-jítsu.
Durante a coletiva de imprensa após o UFC 164, o novo campeão peso-leve
do UFC justificou o seu trabalho durante toda a preparação para o duelo
e falou sobre a importância dos treinos de chão na temporada que passou
no Brasil:
- As pessoas acham que eu não tenho chão, mas jiu-jítsu é a minha área
também. Eu sou um lutador de artes marciais mistas e eu tenho que ser
bom em todas as áreas. E os treinos no Brasil tiveram uma importância
tremenda. O Diego Moraes é um cara que eu trouxe para o meu camp, ele
está aqui comigo há quase dois meses, e o trabalho dele realmente ajudou
o meu jogo. Mesmo que eu não seja ranqueado em jiu-jítsu com quimono,
nós analisamos os detalhes todos os dias. Esses caras vivem comigo,
então isso realmente ajudou. Eu venci a luta com uma chave de braço e
isso é algo que trabalhei muito. O Brasil é um lugar maravilhoso e eu
tive bons momentos lá - declarou.
Em entrevista ao Combate.com após a coletiva, o treinador de jiu-jítsu de Pettis, Diego Moraes, comentou o desempenho de seu pupilo no octógono:
- Eu estava muito confiante de que ele poderia finalizar essa luta,
mesmo sabendo do nível de chão do Ben, que é faixa preta e está
competindo bastante. Mas o Anthony tem um chão muito natural, o quadril
dele é muito solto, ele é muito perigoso com as costas no chão. Ele já
tem um talento natural, o que facilita muito, mas não treinava muito
jiu-jítsu. Agora ele está focando nessa parte, foi para o Brasil e ficou
15 dias lá com a gente treinando, e eu fiquei aqui um mês e meio no
camp dele, a evolução dele no jiu-jítsu tem sido muito grande e,
justamente por isso, a gente achava que ele podia finalizar, e ele
acabou finalizando para a nossa alegria, né? Eu, como treinador de
jiu-jítsu, não poderia ser coroado com um prêmio maior do que uma
finalização no primeiro round no chão - declarou.
Anteriormente escalado para enfrentar José Aldo no UFC 163, Pettis
sofreu uma lesão no joelho e teve que se retirar do duelo, sendo
substituído por Chang Sung Jung. Algumas semanas depois, o então
adversário de Ben Henderson, TJ Grant, se lesionou, e Pettis decidiu
pedir uma chance para voltar à divisão dos leves e disputar o título.
Mas na noite deste sábado, logo após vencer Ben, "Showtime" voltou a
desafiar Aldo e, segundo o treinador do americano, isso era algo que ele
já tinha planejado:
- A gente já tinha esse plano, ele quer muito essa luta com o Aldo. Não
é nada pessoal contra o Aldo ou contra o Dedé, rolou todo esse
falatório na internet, mas é tudo profissional. O Anthony quer ser
lembrado como um dos melhores lutadores da história, e ele sabe que o
Aldo é o número um dos penas na trocação, então ele quer se colocar à
prova contra o brasileiro. Ele estava muito animado com aquela luta.
Vamos ver agora, esperar o Dana White decidir.
Questionado sobre o que achou das declarações de André Pederneiras,
treinador de Aldo, que afirmou que aceitaria o duelo caso Pettis
desistisse do cinturão dos leves e baixasse para a divisão dos penas,
Diego retrucou:
- Eu não entendi muito bem essa história de ter que largar o cinturão.
Coloca um peso intermediário, um desce, um sobe, sei lá. A intenção é
mostrar quem é o melhor. O Anthony quer muito essa luta e eu, por ser fã
do trabalho do Dedé e do Aldo, também quero. Acho que esta seria uma
luta empolgante para todo mundo.
O brasileiro aproveitou para elogiar a determinação de Pettis:
- A ficha ainda não caiu, mas para ele é a realização de um sonho. Por
tudo o que ele batalhou, veio como campeão do WEC, não teve a chance ao
cinturão, ia lutar contra o Aldo se machucou, aí apareceu essa luta logo
depois. Os dois últimos meses dele foram complicados. É como se ele
tivesse ido do céu ao inferno e voltado ao céu. Ele estava predestinado a
tomar esse segundo cinturão. Acho que tudo teve um porquê, e hoje essa
vitória veio no momento certo, na cidade dele. Era pra ser assim. Foi
uma luta perfeita! Ele parou as quedas do Ben na trocação, conectou
chutes fortíssimos, que o Ben sentiu muito, e finalizou no chão. Foi
perfeito!
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