quinta-feira, 3 de outubro de 2013

‘Engasgado’ com nocaute, Werdum já pensa em revanche contra Cigano



Assim que retornou ao UFC, em 2012, após passagem pelo extinto Strikeforce, Fabrício Werdum não sabe o que é derrota. Em três compromissos, o gaúcho venceu todos e chamou a atenção dos executivos da organização. E aos 36 anos, o peso-pesado terá a tão sonhada chance de disputar o cinturão do Ultimate, contra o vencedor de Cain Velasquez x Junior Cigano, que acontece dia 19 de outubro, pela edição 166.

Em entrevista à TATAME, o “Vai Cavalo” comemorou a oportunidade de buscar o título e demonstrou que ainda não esqueceu do nocaute sofrido para Cigano, em 2008. O lutador admitiu seus erros na época e manifestou vontade de enfrentar seu algoz novamente.

“Eu quero muito essa revanche para provar que tenho condições de ganhar do Cigano treinando certinho, sendo profissional. E eu tenho a impressão de que o Cigano sabe disso, que essa revanche vai acontecer”, disse o lutador, que tem cinco vitórias e duas derrotas no Ultimate.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Como foi receber essa notícia que seria o próximo desafiante ao cinturão?

Eu já sabia, porque tinha tido uma reunião com o UFC antes, mas fiquei feliz demais. Agora, tenho que me preparar, baixar a cabeça e ter foco. Estarei na luta do Cigano contra o Velasquez como comentarista. Vou 
poder analisar os dois ao vivo e é diferente. Estudarei as coisas boas e as falhas de ambos. Vai ser ótimo.

Ficar tanto tempo sem lutar não pode atrapalhá-lo?

Imagino que eu deva estar de volta em fevereiro ou março, por aí. Claro que é ruim ficar sem lutar,  gostaria de atuar de três em três meses, mas o UFC me questionou se queria lutar agora ou pelo cinturão. Não tive dúvidas. Só confirmei com o Rafael Cordeiro e ele disse para esperar mais para, nesse tempo, treinarmos bastante, com muita técnica, escolinha. Estou com uma estrutura boa e agora é a hora de conseguir esse cinturão.

Prefere enfrentar o Velasquez ou Cigano?

Se o Cain ganhar, tem um boato que pode acontecer um TUF no México, como tenho um público grande nesses lugares, existe essa chance. O problema é que pode demorar um pouco mais para lutar, mas isso não é certo. O Velasquez é um excelente lutador, fora de série, tem um ritmo impressionante, diferenciado e vou poder soltar os joelhos sem medo de cair no chão. Muitos têm medo de cair no chão e levantar rápido, com receio de fazer a guarda. Eu acho que o mundo está carente disso e vou mostrar que posso chamá-lo para a guarda e sair com uma posição.
 
E em caso de vitória do Cigano?
 
Eu quero muito essa revanche para provar que tenho condições de ganhar do Cigano treinando certinho, sendo profissional. E eu tenho a impressão que o Cigano sabe disso, que essa revanche vai acontecer.

Esse possível reencontro terá um significado diferente para você, né?!

Meu grande foco é o cinturão. O Cigano tem um gosto especial pela revanche. Mas com o Minotauro eu não tinha essa revanche na cabeça toda hora, não pensava nisso. Com o Cigano vai ter isso. Não tenho nada contra ele, ele está mostrando que é bom e não é nada pessoal. Na época da nossa luta eu falei besteiras para ele, mas era porque estava inseguro e isso mexeu comigo. Foi um erro e tenho consciência disso.

 
Acha que essa derrota para o Cigano lhe serviu de aprendizado?

Foi ótima minha saída do UFC, porque eu pude ver que não estava sendo profissional, não treinava da maneira adequada. Eu estava achando que era invencível. Não estava treinando o suficiente na época. Era para acontecer aquela derrota. O Cigano fez uma linha reta, merecida e mostrou que é muito bom e eu fiz uma volta maior. Mas eu ganhei um presente nesse caminho, que foi o Fedor, para mostrar que estava bem.

Por ser revanche, acredita que a repercussão de uma luta com o Cigano será maior do que contra o Velasquez?

A luta contra o Velasquez vai ser mais vendida, eu acho, pelo fato de eu ter uma popularidade nos mesmos lugares que ele, mas a do Cigano pode acontecer no Brasil, o que seria sensacional. Imagina se ela acontece em Porto Alegre e consigo o cinturão? Eu até me aposento e sigo como comentarista (risos). Brincadeiras à parte, seria o ápice da minha carreira. Meu grande objetivo é o cinturão e a minha hora chegou. Minha cabeça é jovem ainda, me sinto jovem, só fui nocauteado uma vez, justamente para o Cigano, então não tomei muita pancada na cabeça. Ainda tenho mais uns cinco anos atuando bem.

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