No último dia 19 de outubro, Junior Cigano teve a oportunidade de recuperar o cinturão dos pesados, no terceiro duelo contra Cain Velasquez, no UFC 166. Entretanto, o que se viu foi o lutador americano adotar uma estratégia eficaz para manter o título, sem dar chances ao adversário, nocauteado pela primeira vez na carreira.
Em entrevista exclusiva à
TATAME, Cigano recordou o embate e alfinetou o oponente, que, segundo o
brasileiro, utilizou o estilo de jogo aplicado pelos especialistas em
Wrestling para pontuar, mas não provou ser melhor do que ele.
“Ele
demonstrou ter uma boa estratégia para vencer, buscando de uma forma
segura e não de superioridade bloquear meus ataques e pontuar de maneira
típica dos wrestlers. Pressionou, me segurou, evitando assim a luta
franca, o que tornou a luta chata e, por muitas vezes, arrancou vaias do
público presente. Boa forma de vencer, mas não de convencer ser o
melhor”, disse.
Um
verdadeiro campeão não é aquele que só sabe lidar com as vitórias, mas
sim o que também aprende com as derrotas. E o peso-pesado sabe que o
nocaute técnico sofrido irá ensiná-lo lições que poderão ser utilizadas
em suas próximas apresentações no octógono.
“Meu maior aprendizado
nessa luta foi que, além de contar com habilidade, treinamento e
coração, é necessário traçar uma estratégia eficaz e segui-la, o que não
é tão simples quanto parece. Os resultados negativos não podem nos
abater e sim serem agentes motivadores para que eu melhore cada vez
mais”, completou o especialista em Boxe.
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
O que saiu de errado na luta?
Foi
uma luta, com certeza, muito estudada pelos dois lados, tanto pelo meu
time, quanto pelo dele. Mas acredito que no final o time dele trouxe uma
estratégia mais eficaz no sentido de lutar apenas para vencer. A minha
estratégia era impor o meu jogo e, como sempre, buscar o nocaute. Talvez
ela tenha sido elaborada de uma maneira mais emocional do que racional.
Você nocauteou o Velasquez em 2011. Por que não conseguiu repetir o feito desta vez?
O
que faltou foi espaço para concluir minhas sequências. O trabalho dele
foi muito bem feito, pois toda vez que ele sentia algum dos meus golpes,
logo me clinchava e se apoiava em mim, encontrando assim o tempo
necessário para se recuperar.
Você se arrepende de ter tentado aquela finalização que acabou causando a sua derrota?
Não.
Eu estava confiante de que poderia vencer e tentei de todas as formas
que pude, inclusive com essa finalização que acabou se voltando contra
mim, pois na defesa do Velasquez, eu bati com a cabeça no chão, o que me
levou ao nocaute técnico.
Após o combate, você tirou fotos com o Cain. Chegaram a conversar?
Eu
tinha chegado ao final de mais um grande combate contra o atleta que
considero meu principal oponente na categoria. Independentemente do
resultado, eu tenho evoluído e aprendido muito com essa rivalidade. E o
que permanece é o respeito.
Considera o Cain o melhor peso-pesado do UFC em todos os tempos?
Acredito
que hoje estamos lutando em um nível diferente do que era lutado
antigamente. É difícil comparar, mas um dos melhores, ele é.
Você recebeu uma suspensão médica por tempo indeterminado. Acha que volta a lutar em quanto tempo?
Ainda não sei, estamos esperando algumas análises serem realizadas. Já estou recuperado dos machucados no rosto.
Acredita que essa derrota vai te fortalecer futuramente?
Acredito
que sim. Quanto mais eu luto, mais eu aprendo e me fortaleço, me
tornando assim um profissional cada vez melhor. Meu maior aprendizado
nessa luta foi que, além de contar com habilidade, treinamento e
coração, é necessário traçar uma estratégia eficaz e segui-la, o que não
é tão simples quanto parece. Os resultados negativos não podem nos
abater e sim serem agentes motivadores para que eu melhore cada vez
mais.
Pretende mudar alguma coisa em seu treinamento?
Sempre
temos de nos aperfeiçoar e a vida requer mudanças constantes. Não estou
satisfeito como as coisas aconteceram nessa luta tão importante na
minha carreira. Com certeza ajustes serão necessários e, portanto, serão
feitos.
Como vê sua situação na categoria no momento?
Ainda me considero um dos principais desafiantes ao
título. Ele demonstrou ter uma boa estratégia para vencer, buscando de
uma forma segura e não de superioridade bloquear meus ataques e pontuar
de maneira típica dos wrestlers. Pressionou, me segurou, evitando assim a
luta franca, o que tornou a luta chata e, por muitas vezes, arrancou
vaias do público presente. Boa forma de vencer, mas não de convencer ser
o melhor
Com suspensão médica, Cigano ainda não tem previsão de quando vai voltar a lutar pelo Ulti
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