Aos 48 anos, o gigante Mark Coleman mantém a imponência que tinha
quando era um dos lutadores mais dominantes do Ultimate. Campeão dos
UFCs 11 e 12, ainda no formato antigo, Coleman garantiu, em conversa com
os jornalistas após o treino aberto do UFC 167, em Las Vegas, que
preferia a sua época à atual, com menos regras e mais possibilidades de
atingir os rivais. Segundo ele, aquela era a sua casa.
- É claro que eu prefiro as regras antigas! Eu me sentia em casa no
octógono quando não havia regras (risos). Quando me disseram que não
podia mais dar cabeçadas, eu chorei como um bebê por alguns dias...
Na
primeira luta que perdi eu lembro que tinha a cara do meu adversário bem
na minha frente, e não podia mais dar cabeçadas nele. Acho que por isso
não fui tão bem contra Pete Williams (risos). Depois ainda tiraram as
minhas sapatilhas. Chorei de novo (risos). A verdade é que, quanto menos
regras, melhor para mim. Mas acho que me adaptei bem. Quando fui
demitido do UFC, meu objetivo sempre foi voltar. Quando consegui e pude
fazer minhas últimas três lutas, aquilo representou demais para mim.
Pude garantir o meu legado como um cara da escola antiga tendo a chance
de competir com caras mais novos, de uma outra geração. Pude provar que
podia enfrentar atletas tão bem treinados quanto eles.
O veterano, que foi chamado para escoltar Johny Hendricks em sua
movimentação para a imprensa e os fãs, revelou ter a certeza que
venceria Royce Gracie se tivesse disputado o UFC 1, há 20 anos.
- Sempre achei que o UFC seria muito grande, e muita gente pensou como
eu. Sempre gostei de estar aqui e sempre quis ser o campeão do UFC. Na
minha cabeça, eu sei que poderia vencer a todos que estiveram no UFC 1,
inclusive Royce Gracie. Se não tivesse isso em mente, era melhor nem ter
estado aqui. Essa tem que ser a mentalidade de um campeão: saber que
pode vencer qualquer um. Quem sabe o que poderia acontecer em uma luta
minha contra Royce Gracie? Acho que eu o pegaria. Tenho um imenso
respeito pelo jiu-jítsu hoje em dia, mas acho que uma ou duas cabeçadas
seriam o suficiente para eu ficar em vantagem (risos).
Atualmente Coleman faz parte da equipe de treinadores do time de BJ
Penn nas gravações do TUF 19, e garante que não viu a sua época no UFC
como os chamados "anos escuros", quando não havia o dinheiro ou o
glamour presentes em abundância hoje em dia no torneio.
- Tenho que agradecer a BJ por me chamar para ser técnico no TUF, por
confiar em mim, e Dana White, por me dar a oportunidade de viver mais
esta experiência dentro do UFC. Algumas pessoas chamam o período antigo
do UFC de "anos escuros", mas eu acho que foram anos gloriosos e
fantásticos. Pelo menos para mim, foram anos de sonho, porque foi o meu
sonho que se tornou realidade. Eu sempre quis viver o que vivi naquela
época. Quando fui campeão do UFC, senti que foi em uma época de ouro.
Não sei por que dizem que foram os anos escuros. Talvez os donos não
estivessem ganhando tanto dinheiro, mas eu gostava do tempo em que se
lutava sem regras.
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