A torcida brasileira pode ficar mais tranquila em termos de carisma e espontaneidade dos lutadores que representam o país. Pelo menos por mais seis anos, os fãs de MMA continuarão se divertindo com Fábio Maldonado. O "Caipira de Aço", que completou 34 anos na segunda-feira, contou que ainda se sente muito bem física e psicologicamente e que pretende estar em ação até os 40. Até lá, espera dar uma guinada na carreira:
- Com 34 anos parece que vem mais lesão do que antes, mas estou com o queixo bem duro ainda. Estou com a pancada dura também. Eu não costumo ficar grogue em treino nem em luta. Desde 2005 eu não ficava, até que em 2011 o Wagner Caldeirão me deixou grogue com uma pancada num treino (na Team Nogueira). Aí fui ficar grogue de novo contra o Glover Teixeira (derrota em 2012), todo mundo viu. Não gosto de tomar soco todo dia. Revezo com bater saco, sombra com peso, bastante treino que deixa a cabeça preservada. Minha ideia é ter 40 anos com o queixo duro ainda. Acredito que consigo voos bem mais altos do que hoje em dia. Na Tailândia os caras fazem muito treinos loucos e desgastantes. Aí o cara chega aos 30 anos e já era, tem que se aposentar. Eu posso fazer muita coisa ainda - disse o meio-pesado, em entrevista ao Combate.com na academia Pitbull Brothers, em Natal.
Maldonado está treinando há um mês com Patricio e Patricky Pitbull para o duelo contra o americano Gian Villante no UFC deste domingo, na capital potiguar. O adversário, por sinal, é um dos maiores parceiros de treinos de Chris Weidman, campeão dos médios que desbancou Anderson Silva e terá Lyoto Machida pela frente em maio. Mas ele prefere não meter o atual "inimigo" número 1 dos brasileiros na história contra Villante. Pelo contrário:
- Não tenho nada a ver com a história dele com o Anderson. Até gostaria de ter um parceiro de treino como o Weidman. Eu invejo o Villante. Não que eu não tenha parceiros bons, tenho sim, mas com o nível de wrestling dele... Ele é um psicólogo, um cara com a cabeça muito boa, muito inteligente. Vou torcer pelo Lyoto contra ele, mas não é meu inimigo. Pelo contrário. Vi o Weidman e o Jon Jones no Rio de Janeiro, e os dois são humildes demais. Só dá para torcer contra se ele for lutar contra um amigo seu. Às vezes um campeão lá fora é mais humilde do que um brasileiro que você acha ser humilde.
Villante vem do wrestling, mas Maldonado acredita que as maiores qualidades dele estão em pé. O "Caipira de Aço" vê o duelo com equilíbrio e garante que fará melhor do que na última apresentação, quando venceu Joey Beltran por decisão dividida dos jurados:
- Eu vi as lutas e reparei que ele é um striker, mas ele sabe derrubar. Ele deve ter aprendido com o Chris Weidman. Se ele aprendeu umas três coisinhas com o Chris Weidman, está muito bem de wrestling. No MMA pode acontecer de tudo. Posso dizer que ele é um bom adversário e vai ter a chance de ganhar, assim como eu vou ter também, mas eu sei que vou me apresentar melhor do que em Barueri-SP. Eu tinha rompido os ligamentos do joelho 15 dias antes da luta e escondi a lesão.
Maldonado, como de costume, afirma que o objetivo é somente a vitória, não importa como:
- Vou soltar meu jogo. Não faço nada para agradar os fãs. Meio a zero para mim é goleada. Mas vou para o pau, e meu objetivo vai ser machucá-lo.
Com cerca de 8kg para perder até a pesagem, Maldonado não pôde se dar ao luxo de comer bolo de aniversário na segunda-feira. Muito menos de ter uma comemoração ainda mais festiva. Está guardado para sábado, depois de bater o peso, e depois para a família:
- Não dá para tomar uma cachaça, né? Deixa para o sabadão depois da pesagem. Vai ser aniversário do Rony Jason no dia, então vai ter um bolo para nós dois. Meu maior presente vai ser ganhar a luta e ver meus filhos e minha esposa na outra semana.
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