sexta-feira, 30 de maio de 2014

Jones coloca Cormier como possível rival e admite: "Sou um exterminador"

Jon Jones lutador MMA Porto Alegre (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)

Ele queria ser policial quando pequeno. Virou o dono do cinturão dos meio-pesados do UFC. É o melhor peso-por-peso do mundo. Apaixonado pelo Brasil, não teve piedade de superar os lutadores tupiniquins. Aliás, atropelar seus rivais é sua principal atribuição. Em sua cartilha não há escolha de oponentes. Até por isso, foge de polêmicas e não responde às provocações, como Daniel Cormier fez após superar Dan Henderson no último final de semana. Só que Jon Jones ainda não está completo. Um sonho ele mantém vivo. O de ser campeão peso pesado.

O americano de 26 anos esteve em Porto Alegre na última quarta-feira para ministrar um seminário. Ensinou alguns dos seus truques, como a “entrada falsa” ao simular que vai pegar a perna do adversário enquanto prepara para a cotovelada. Antes do evento, o lutador conversou com o GloboEsporte.com em seu camarim.

Munido de água e uma bandeja com maçãs, bananas e uvas, arriscou algumas palavras em português, brincou com a Brazuka, a bola da Copa do Mundo. E entre cantaroladas e danças, falou sobre a caminhada para manter o cinturão da categoria. Das sete defesas, três foram contra brasileiros (Lyoto Machida, Vitor Belfort e Glover Teixeira), além de conquistá-lo em cima de Maurício Shogun. Jones elogia a qualidade dos brasileiros, mas diz que sua função é vencer quem aparecer em sua frente:

- Eu sou um exterminador, não um exterminador de brasileiros. O Brasil tem alguns dos melhores lutadores do mundo. Eu gosto de lutar com os melhores, seja do Brasil, dos EUA, da Suécia, Canadá.

Além de Porto Alegre, Jones esteve em Curitiba e São Paulo e também passará pelo Rio de Janeiro.  E, enquanto arriscava embaixadinhas,  mostrou o carinho pelo país:

- É a terceira vez que venho ao Brasil. Adoro a pessoas, a comida, olhar as praias. E as artes marciais vieram daqui. Então é muito bom voltar ao Brasil.

Quanto ao próximo rival, evita dizer qual luta será boa ou ruim. A organização pretende colocá-lo diante de Alexander Gustafsson no UFC 177, marcado para o dia 17 de agosto. O americano não confirma a luta. Coloca ainda que Daniel Cormier pode ser o rival. Deixa a decisão para uma conversa entre Dana White e ele:

- Não há uma situação no momento. Pode ser Gustafsson, Daniel Cormier, Gustafson. Tem que ver com o empresário e Dana White. Eu luto com quem for definido, mas é preciso ser interessante para as partes. Luto com qualquer um.

Enquanto reina absoluto nos meio-pesados e aguarda a oficialização do próximo adversário, o americano - que desejava ser o “oficial Jones”, um policial, quando criança - mantém um sonho vivo: o de lutar nos pesados. Não há uma data para isso, apenas a intenção:

- Quando era menor, queria ser policial. Queria ser o oficial Jones. Mas acabei virando um lutador. Eu quero ser campeão dos pesados um dia. Eu gostaria de subir de categoria um dia e conquistar título dos pesados.

O atual detentor do cinturão dos pesados, Cain Velásquez, admitiu o interesse em enfrentá-lo. Jones adotou o tom político. Elogiou o campeão e disse que, caso a organização decidisse, entraria no octógono:

- Velásquez é um grande lutador. Se eu tiver que lutar com ele, farei.

O americano descendente de mexicanos colocará o cinturão em jogo diante do gaúcho Fabrício Werdum no UFC 180, previsto para o dia 15 de novembro. A contundência nas cotoveladas segue sem aparecer. Jones aposta em uma luta equilibrada e evita apontar um favorito:

- Werdum tem muitas chances. Ele tem um jogo sólido em pé. Um Jiu-Jitsu de alto nível. É muito inteligente. Será uma luta muito boa. Eu não apostaria porque os dois têm grandes possibilidades de vencer.

Jon Jones tem 26 anos e é natural de Rochester, Nova York. É especialista em Muay Thai. Com um cartel de 20 vitórias e apenas uma derrota, o americano é o primeiro do ranking peso-por-peso da atualidade.

O único revés ocorreu em dezembro de 2009 no TUF 10 Finale, por desqualificação. No currículo, o campeão tem vitórias sobre cinco ex-campeões da categoria em sequência: Maurício Shogun, Quinton "Rampage" Jackson, Lyoto Machida, Rashad Evans e Vitor Belfort. A última vez que ele esteve no octógono foi em abril, quando derrotou o brasileiro Glover Teixeira.

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