Chael Sonnen não gosta de Wanderlei Silva, mas mostrou ter compaixão em relação ao desafeto. Nesta sexta-feira, o presidente do UFC, Dana White, deu uma declaração confusa que soou como se o "Cachorro Louco" tivesse sido demitido. Depois, esclareceu que ele ainda é atleta da organização e "estava acabado" só para o UFC 175, dia 5 de julho, card do qual foi retirado após não fazer os exames pedidos pela Comissão Atlética de Nevada na data estipulada. Questionado se achava que o brasileiro deveria ser cortado, o falastrão americano afirmou que não, mas sem perder o tom irônico. - Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família. Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que ele tenha opções melhores - disse, em entrevista ao Combate.com e ao site americano "MMA Junkie" nesta sexta-feira.
Sonnen afirmou que não quer mais enfrentar Wanderlei Silva, após o duelo ser cogitado e não acontecer pela quarta vez até hoje. A rivalidade foi deixada de lado por ele.
- Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.
O americano também voltou a criticar o histórico de lesões de Rogério Minotouro, ao dizer que já está se preparando para substituí-lo contra Anthony Johnson no dia 26 de julho, disse que está sentindo melhor do que esperava sem o tratamento de reposição de testosterona (TRT), elogiou Vitor Belfort, seu próximo oponente no dia 5 de julho, no UFC 175, e que espera que Dana White tenha se enganado ao dizer nesta sexta que o duelo será na categoria dos médios, em vez dos meio-pesados. Ele ainda garantiu que não se arrepende das provocações que fez ao Brasil no passado, apesar de ter boa relação atualmente com muitos fãs do país.
Sonnen afirmou que não quer mais enfrentar Wanderlei Silva, após o duelo ser cogitado e não acontecer pela quarta vez até hoje. A rivalidade foi deixada de lado por ele.
- Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.
O americano também voltou a criticar o histórico de lesões de Rogério Minotouro, ao dizer que já está se preparando para substituí-lo contra Anthony Johnson no dia 26 de julho, disse que está sentindo melhor do que esperava sem o tratamento de reposição de testosterona (TRT), elogiou Vitor Belfort, seu próximo oponente no dia 5 de julho, no UFC 175, e que espera que Dana White tenha se enganado ao dizer nesta sexta que o duelo será na categoria dos médios, em vez dos meio-pesados. Ele ainda garantiu que não se arrepende das provocações que fez ao Brasil no passado, apesar de ter boa relação atualmente com muitos fãs do país.
A seguir, confira a entrevista com Chael Sonnen na íntegra:
Você teve alguns dias para processar o que houve. Como está se sentindo a respeito dessa situação?
Ainda não pensei muito. Wanderlei nunca iria lutar, e eu não sabia que o
Vitor lutaria. Eu achei que eu acabaria enfrentando o Anthony Johnson
quando o Minotouro se machucasse, o que é inevitável. Eu não imaginei
que isso pudesse acontecer.
Essa é a quarta vez que não acontece uma luta sua contra o Wanderlei. Você agora encerrou o assunto Wanderlei?
Com certeza. Estou bem. Não tenho interesse algum em lutar contra ele.
Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse
tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha
vida.
Tem algum arrependimento em relação ao que aconteceu no TUF Brasil?
Foi uma coisa da qual me arrependo. Eu esgotei minhas opções para
evitar aquilo. Eu disse: "Por favor, pare". Mas não tinha muito o que
fazer. Quando você está lidando com um valentão, se você implora para
ele não fazer, isso só o encoraja a ir ainda mais fundo. Eu disse a ele
que não queria fazer aquilo, mas ele cresceu em cima disso.
Os brasileiros estão te tratando muito bem. Tem algum
arrependimento sobre as coisas que falou do Brasil no passado? Acha que
de repente pode ter passado do limite em algum momento?
Não, definitivamente não. Nunca vou me desculpar. Pelo contrário, fico
feliz de ter feito isso. Me diverti muito. Toda a experiência do UFC 148
(Anderson Silva x Chael Sonnen 2) foi muito positiva. Vir aqui e ser
técnico do TUF também foi muito bom. Ainda não acabou. Tenho três caras
que podem ser campeões (Warlley Alves, Márcio Lyoto e Vitor Miranda). O
The Ultimate Fighter Brasil ainda não acabou para mim.
Você tem o Vitor pela frente agora, e ele é um lutador muito perigoso. Você o teme de alguma maneira?
Não, mas concordo com o que disse. Para mim, o Vitor foi o melhor
lutador de 2013. Realmente quero vê-lo lutar contra o Weidman pelo
cinturão. Para minha carreira ficar completa, tenho que enfrentar
Wanderlei e Vitor. Já lutei contra o Wanderlei (risos), em uma situação
imprópria. E agora vou enfrentar o Vitor.
O Dana disse hoje que sua luta contra o Vitor será no peso-médio (até 84kg), e não mais dos meio-pesados (até 93kg).
Espero que ele esteja errado. Seria novidade para mim. Para perder
peso, com qualquer dieta que seja, você precisa de tempo. E o tempo para
a luta é muito curto. Eu tenho um contrato para lutar nesse dia, e não é
nos médios. Se esse cara (Dana White) mudou, vou fazer minha parte. Mas
espero que tenha sido um mal-entendido. Não estou rezando ainda, mas
estou esperando isso.
Você quer ver Vitor enfrentando o Weidman. Mas se você vencer o Vitor, será o desafiante número 1, certo?
Sim. O Vitor é o desafiante número 1, ele tem esse título. Se ele
lutar, esse título é posto em jogo contra qualquer um que o enfrente.
Nunca penso em disputas de título. Nunca tive essa perspectiva. Ouço os
caras falando disso o tempo todo e acho que é por isso que nenhum deles
chega à disputa. Quero o título, mas também existem lutadores
específicos contra quem eu gostaria de lutar. Agora tenho que lidar com o
Vitor.
O Dana White disse que, se o Vitor ganhar, vai disputar o
cinturão, mas se você ganhar, eles vão pensar. Você havia dito no UFC
Tonight que quem ganhasse disputaria o título. Como essa declaração lhe
cai agora?
Isso é novidade para mim. Vitor é o desafiante número 1 ou não é. E eu
não me importo. Mas se ele for o número 1, isso é um título, e esse
título será colocado em jogo. Mas talvez ele não seja. Talvez alguém
esteja chegando. Acho que o Luke Rockhold está recebendo pouca atenção.
Acho que o Mark Muñoz, se vencer Mousasi, gostaria de vê-lo numa
revanche contra o Weidman ou Machida. Existem vários caras. Mas a
questão mais importante é: se o Vitor tem um título (de desafiante
número 1), esse título estará em jogo. Disseram que vou enfrentá-lo, e
essas são as regras de uma luta.
O Wanderlei te culpou pela briga no TUF pelo fato de você tê-lo
empurrado. Ele te empurrou num dos primeiros episódios, mas você não
fez nada. O que acha disso?
Pessoas estúpidas dizem coisas estúpidas. Não tenho tempo suficiente
para corrigir todas as coisas erradas que o Wanderlei diz. O Wanderlei
disse que venceu aquela luta. Talvez seja um novo sistema brasileiro de
pontuação, em que você é colocado para baixo, leva golpes e vence. Não
sei o que fazer com esse cara.
O que você acha que ele fará na sequência? Acha que ele lutará novamente?
A realidade sobre o Wanderlei é a seguinte: nunca existiu um lutador
pior do que ele no UFC. Nunca houve alguém com um cartel tão ruim na
história do UFC. (Mirko) Cro Cop teve uma carreira terrível, mas não tão
ruim quanto a do Wanderlei. Ninguém ficou empregado tanto no UFC com um
cartel tão ruim como o do Wanderlei. Ele não tem derrota em lutas por
cinturão, porque nunca lutou pelo cinturão. Ele não tem derrota em lutas
pelo posto de desafiante número 1 da categoria, porque nunca lutou por
esse posto. Ele apenas enfrenta os caras. Essa é a realidade. Você pode
dizer o que quiser, mas entrar lá para lutar sem uma comissão atlética,
com alguém falando para o árbitro quando parar a luta, isso não é real. E
é isso que fez o Wanderlei. Se alguma coisa boa aconteceu esta semana
foi que toda a nuvem de suspeitas sobre a carreira trapaceira desse cara
finalmente veio à tona. E foi uma redençãopara todas aqueles caras que o
enfrentaram. Alguns deles hesitaram em enfrentá-lo, e a resposta foi
que ele nunca tinha falhado em um exame. É a verdade.
Sabemos sua opinião sobre o Wanderlei como lutador. Você passou
tempo com ele no TUF, então qual a sua opinião sobre ele como pessoa?
O Wanderlei e eu não nos encaixamos. Nós batemos cabeça, mas os outros
lutadores gostaram dele. A produção não gostou dele. Ele estava mandando
os caras do próprio time para o hospital. Na primeira temporada ele
mandou três do time dele para o hospital. Desta ele só mandou um.
Quebrou o dente do cara num sparring.
Quem foi esse cara?
(Ismael) Marmota. Mas o Marmota adorou. Não ligou por ter quebrado o
dente. Mas deixe o Marmota falar por ele próprio. Eu gosto dele, acho
que merece uma chance no UFC também. De uma maneira geral, acho que o
Wanderlei fez um bom trabalho como treinador. Ele comemorou
exageradamente após algumas vitórias. Mas acho que ele fez um bom
trabalho. E se cercou de bons profissionais no time, como (Luiz) Dórea e
André Pederneiras.
Sabemos que não é seu trabalho, mas você acha que o Wanderlei deve ser demitido depois de tudo isso?
Não. Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais
vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família.
Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que
ele tenha opções melhores. Não quero vê-lo demitido.
Quanto aos estilos, como vê esse duelo contra o Vitor Belfort?
Vitor é muito bom, é difícil de dizer. Já o estudei muito. Tenho amigos
que já o venceram e amigos que já perderam para ele. Conheço o Vitor
muito bem, mas é difícil de dizer. Vai ser questão de momento. Ele é um
cara muito perigoso.
Como está se sentindo sem TRT?
Acho que estou me sentindo bem. É diferente. Vários caras dizem que não
há melhora na performance, mas foi para mim. Me senti melhor. Eu
precisava de menos tempo dormindo, tinha mais energia. Me sinto um pouco
diferente sem o TRT, mas regras são regras.
Você está feliz com essa regra? Acha que é a coisa certa a fazer?
Acho que existe uma grande diferença entre uso e abuso, e esse é o
problema. É muito difícil manter as pessoas dentro dos limites. As
regras são as regras. Posso dizer que de uma maneira geral eu fui um
pouco hipócrita sobre isso. Eu provavelmente diria que deveria ser
banido.
Não é fácil dizer isso, né?
Acho que sim. Mas de novo, estavam abusando. Havia um processo para
isso e, se quisesse mesmo, teria de lidar com a imprensa e com alguns
desentendimentos. Mas é o processo. Outros caras diziam que era legal e
só se importavam em fazer, mas não é bem assim.
Se o Vitor não conseguir a licença, você aceitaria uma luta contra outra pessoa?
De novo, devo lutar contra o Anthony Johnson assim que o Minotouro
deixar o card. É oficial. Não sou eu que estou falando. Foi aquilo:
"Chael, esteja preparado. Minotouro assinou, provavelmente vamos
precisar de você". Não sei quanto a essa data específica (5 de julho).
Não consigo pensar em outra pessoa. Acho que o Vitor será aprovado.
Houve um problema de relações públicas. Ele deveria lutar pelo título, e
agora não vai. Mas está de volta. Alguns problemas devem ser
resolvidos, assim como devemos ouvir algumas explicações. Mas aposto que
deve haver uma boa explicação.
Muitos fãs questionam o fato de você ganhar sempre essas
chances de disputar o cinturão. Acha que esses lutadores que estão
chegando podem aprender contigo como se colocar nessa posição?
Acho que sim. Não é uma ciência espacial. Você apenas precisa estar
preparado. Um dos melhores exemplos ocorreu com o Jon Jones. Foram até
tantos caras, e todos disseram não. Uns disseram estar machucados,
outros disseram que não havia tempo suficiente para treinar. Se você
quer ter sucesso na vida, tem que se colocar na situação correta.
Como homem de negócios, acha que, se o Vitor ganhar a licença, ele deveria enfrentar o Weidman em vez de você?
Não sei se isso importa. Quero ver o Vitor lutando pelo cinturão, quero
ver o Machida, o Muñoz. Para mim, Luke Rockhold agora é o cara do
momento. E nem mencionei o Jacaré. Incrível. Vitor deveria lutar pelo
cinturão? Não sei. Existe uma regra aí. Ele é o desafiante número 1, mas
o Daniel Cormier também deveria ser nos meio-pesados. O que você vai
fazer? É uma escolha pessoal.
Como está sua situação com o Brasil agora?
Cheguei ontem (quinta) à noite, tive uma boa noite de sono, comi uma
comida incrível. Comi pizza, estava muito boa. Nunca pensei que o Brasil
fosse um lugar com essa culinária incrível. Estou muito feliz por isso.
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