O UFC realizou nesta sexta-feira uma coletiva de imprensa por telefone com o ex-campeão peso-médio Anderson Silva para falar sobre o seu retorno ao octógono, marcado para o dia 31 de janeiro de 2015, em Las Vegas, contra Nick Diaz. E Spider foi só elogios ao adversário.- Eu aceitei essa luta porque acredito que seja uma boa luta para os fãs, para ele e para mim. Estamos há um tempo sem lutar, eu venho de lesão, mas sei que ele vai lutar em pé, vai buscar a luta, tem um boxe excelente e vai fazer uma luta em pé que todos querem ver. Eu acredito que vai ser uma das melhores lutas de trocação da história do UFC - declarou o lutador.
O brasileiro também falou sobre o longo processo de recuperação desde a
lesão que sofreu na perna esquerda no duelo contra Chris Weidman, em
dezembro do ano passado.
- A perna está 95%. Não está como estava antes, mas está 95% e está
melhorando a cada dia que passa - disse, antes de ser interrompido por
seu empresário, Jorge Guimarães, que fazia a tradução da coletiva.
"Joinha" lhe perguntou se ele não gostaria de mencionar que não estava
ainda chutando, ao que o lutador respondeu:
- Não. Estou chutando, mas não tenho que meter o pé. Só vou fazer isso no dia da luta.
Questionado sobre o seu futuro dentro do esporte e se pretende voltar a
disputar o cinturão da divisão um dia, Spider explicou que, no momento,
está focado apenas em seu retorno ao octógono, mas que não descarta uma
disputa de título no futuro:
- Eu tenho mais sete lutas no contrato e vou fazer todas essas lutas
porque é o que eu gosto de fazer. Sou da categoria de 84kg e, se eu me
credenciar novamente para lutar pelo título, é claro que eu vou querer
disputar o cinturão. Mas o meu plano agora é voltar a lutar e pegar
confiança de novo, quero ver como vou me comportar.
Anderson Silva também falou sobre a sua recuperação mental, a derrota
para Chris Weidman e os desafios que irá enfrentar daqui para frente no
esporte. Confira o que ele disse, dividido por tópicos:
Sobre a divisão dos médios desde que Weidman se tornou campeão:
- Eu tenho acompanhado. Tem grandes novos talentos surgindo. O Weidman
vem mostrando porque é o campeão. Nós temos o Jacaré vindo, o Vitor
(Belfort), que é um grande oponente para o Weidman. E há também os
atletas que estão chegando. Eu estou tendo a oportunidade de treinar com
caras que estão chegando na Blackhouse, como o Kalyl. É uma divisão que
vem se desenvolvendo.
Em que momento achou que deveria voltar a lutar?
- Não existe um momento em que você fala que está pronto ou não. É uma
coisa que tem que estar na sua cabeça. Você tem que estar com a sua
cabeça boa pra voltar a fazer o que fazia, principalmente depois de um
acidente como o meu. O que faz a diferença, no meu caso , é que tive
acompanhamento dos meus medicos, fiz vários exames, estou fazendo
fortalecimento e isso que é o mais importante para eu voltar a tentar.
Luta contra Nick Diaz vai ser a primeira em 10 anos que não será pelo título:
- Eu luto porque eu amo . Nunca lutei por título ou coisa parecida. Eu
luto porque eu amo fazer isso. Quando eu comecei não tinha nada disso,
não tinha cinturão.
Do que mais sente falta?
- Eu não estou sentindo falta de nada, porque voltei a treinar e estou
fazendo tudo como sempre fiz. Estou treinando e me preparando para
recomeçar. Estou fazendo um treino intensivo para estar pronto para
fazer tudo como sempre. O que eu estou sentindo agora é uma vontade de
fazer aquilo que eu sempre fiz. Estou me colocando mais uma vez à
prova.
Família foi contra seu retorno ao octógono:
- A minha família não queria muito que eu voltasse. Eles compreendem e
respeitam o que eu sinto e o que eu tenho vontade de fazer. Mas, por
eles, eu não faria mais isso. Eu acho que nenhuma família que ver você
indo para uma guerra, e, depois do acidente que eu tive, muito menos a
minha.
Por que Nick Diaz?
- Eu sempre prestei atenção nos melhores lutadores do UFC e nos que
poderiam ser meus possíveis oponentes, mas nunca imaginei lutar com o
Nick Diaz. Apesar disso, vi todas as lutas deles e acho que ele é um
excelente lutador. Ele tem jiu-jítsu e um boxe excelente, acho que vai
ser uma luta de muita trocação.
Sobre o lado provocador de Nick Diaz:
- Eu estou pensando em fazer o meu trabalho. Não posso falar do Nick
Diaz como pessoa porque não o conheço. Tive poucas oportunidades de
estar com ele e de conversar. Nick nunca me faltou com o respeito e
espero que não faça isso, pois ele não tem motivos para isso. Ele não me
conhece como pessoa, eu não o conheço como pessoa e vamos fazer uma
grande luta.
Sobre Weidman x Lyoto:
- Eu não estou preocupado com o que o Weidman fez de bom ou com o que o
Lyoto fez de bom. Acho que cada um busca o que deseja e é o que eu
estou fazendo. As lutas com o Weidman estão no passado e, se eu tivesse
vencido, estariam no passado da mesma maneira. Agora eu estou focando no
Nick Diaz para fazer o meu retorno da forma como eu quero e para os
meus fãs. Eu quero amadurecer mais e o que vai ser de agora em diante é
continuar a minha vida e a minha carreira, com sucesso.
Sobre Nick Diaz ter dito que não é uma pessoa violenta e luta porque precisa, não porque gosta:
- A arte marcial foi criada para a defesa. Através do tempo, as pessoas
criaram o esporte no qual se usa a arte marcial como forma de
demonstrar violência. O esporte é violento, mas você não precisa ser
violento para fazer parte do esporte. Você não vai pegar um cara que
dirige um carro da Nascar fazendo racha na rua, porque não é assim que
as coisas funcionam. A mesma coisa acontece no nosso esporte.
Teve medo de voltar a chutar depois da cirurgia?
- Não. Foi um acidente de trabalho e agora é voltar como sempre, treinar e fazer o que eu gosto.
Pensa em tirar a placa de titânio inserida em sua canela durante a cirurgia?
- Antes dessa luta, não há chance. Não me incomoda. Na verdade, tem
algumas pessoas que tiram, mas se não incomodar não precisa tirar.
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