sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Wand quer que NBA seja exemplo para criar associação de lutadores

Wanderlei Silva (Foto: Raphael Marinho)

Com guerra declarada contra o UFC e levantando a bandeira de que os atletas precisam receber salários mais altos para lutar, Wanderlei Silva já sabe no que se espelhar para iniciar o que ele chama de reviravolta no MMA. O lutador, que anunciou sua aposentadoria na última sexta-feira, quer ser uma liderança na classe e planeja fazer o que foi feito na liga americana de basquete (NBA), com a criação de uma associação de lutadores. Na NBA existe a dos jogadores e eles participam diretamente das negociações sobre os salários que serão pagos a eles. Wand ainda ressaltou que não é uma ação que tenha como alvo apenas o Ultimate, mas sim todos os eventos da modalidade.

- Não falo em criar um sindicato, mas de bolar um tipo de associação onde consigamos nos unir de maneira direta ou indireta para, com essa nossa união, a gente consiga pressionar as organizações para dar dignidade para os atletas. Se não derem dinheiro, deem pelo menos respeito. Quero fazer algo não só nesse evento (UFC), mas com todas as organizações. Podem ver, depois que foi feito isso no basquete americano, o basquete cresceu. Os caras têm muito dinheiro. Se o atleta ganha mais, no começo pode dar um baque nas organizações, mas na sequência a qualidade das lutas vai aumentar, aumenta o interesse do público e aumentam os números. É uma coisa óbvia. Querer tratar os lutadores como amadores e exigir profissionalismo não tem como - afirmou, em entrevista ao Combate.com.

De acordo com o Cachorro Louco, todos sairiam ganhando se os lutadores fossem melhores remunerados, já que assim os próprios atletas poderiam investir neles mesmos.

- Não queremos derrubar organização nenhuma. Queremos que todos ganhem. Mas se o atleta não ganhar mais, não tem como. Se ele não ganhar bem, como vai fazer uma boa apresentação? No basquete, o cara é assessorado de todos os jeitos porque tem dinheiro para pagar isso. A gente é amador, não tem dinheiro. Com essa reviravolta que vamos fazer, vamos elevar o nível das lutas e evitar o declínio do esporte agora - argumentou.

Para Wanderlei, essa união entre os lutadores será o ponto de partida fundamental para que o futuro do MMA não seja sombrio, como ele acredita que será caso o esporte se mantenha no mesmo caminho que está atualmente.

- O futuro do MMA depende do que vai acontecer. Se conseguirmos nos unir e elevarmos o nível do MMA, como foi feito com o basquete, pode ser um futuro promissor. Mas se for feito sob pressão, continuar esse desrespeito por parte dos dirigentes, vai entrar em uma franca queda e o futuro pode ser muito tenebroso - concluiu

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