No último fim de semana, a cidade de Las Vegas, nos EUA, sediou uma das etapas da Red Bull Air Race, uma série internacional de corridas aéreas com a participação de pilotos super habilidosos que competem contra o relógio pelo título de o mais rápido do mundo. A convite do Combate e do Combate.com, o peso-pesado do UFC, Frank Mir, que é fã de esportes radicais, foi conhecer os bastidores do evento, e participou de um desafio: acompanhar o piloto Lukasz Czepiela em um vôo pelo Las Vegas Motor Speedway a 444 quilômetros por hora e com direito a diversas manobras radicais.
Mir não só cumpriu o desafio, como tirou de letra. Apesar do nervosismo aparente (confira na galeria de fotos), ele demonstrou bom humor, brincou com o piloto e até levou os filhos Isabella e Kage para acompanharem sua aventura. Durante a sua passagem pelo evento, o atleta também falou de seus planos para o futuro e afirmou que gostaria de dar as boas-vindas a Brock Lesnar, caso o ex-campeão peso-pesado resolva mesmo voltar ao UFC. Novos boatos sobre um possível retorno de Lesnar surgiram na semana passada, depois que o presidente do Ultimate, Dana White, disse que o atleta estava em boa forma física e que gostaria de vê-lo de volta ao octógono. Lesnar e Mir já se enfrentaram duas vezes, com uma vitória para cada lado, em uma das maiores rivalidades do Ultimate até os dias de hoje.
- Se o Lesnar voltar, acho que será bom para o MMA. Ele ainda é popular, as pessoas ainda sabem quem ele é e isso traz mais atenção. Eu e ele temos uma vitória cada nas vezes que nos enfrentamos. Uma nova luta entre nós seria muito bem-vinda. Adoraria dar as boas-vindas a ele no UFC - declarou.
Sem lutar desde fevereiro de 2014, quando foi derrotado por Alistair Overeem no UFC 169, o americano, nascido e criado em Las Vegas, afirmou que quer voltar a pisar no octógono em janeiro ou fevereiro. Ele estava cogitando enfrentar Rodrigo Minotauro em uma possível luta de despedida do líder da Team Nogueira no Brasil, mas agora teme que a recuperação do rival leve mais tempo do que gostaria de esperar. O peso-pesado brasileiro se recupera de uma lesão no joelho, sofrida antes de enfrentar Roy Nelson nos Emirados Árabes.
- O Minotauro quer fazer a sua última luta. Se ele se recuperar logo e não me fizer esperar muito, eu ficarei muito feliz em enfrentá-lo. Mas estão dizendo que ele só deve voltar a lutar no meio do semestre que vem. É difícil saber ou falar de um lutador, porque eu não sei como são as suas lesões, como está a recuperação, mas se eu esperar muito, fica difícil manter o ritmo.
- Se o Lesnar voltar, acho que será bom para o MMA. Ele ainda é popular, as pessoas ainda sabem quem ele é e isso traz mais atenção. Eu e ele temos uma vitória cada nas vezes que nos enfrentamos. Uma nova luta entre nós seria muito bem-vinda. Adoraria dar as boas-vindas a ele no UFC - declarou.
Sem lutar desde fevereiro de 2014, quando foi derrotado por Alistair Overeem no UFC 169, o americano, nascido e criado em Las Vegas, afirmou que quer voltar a pisar no octógono em janeiro ou fevereiro. Ele estava cogitando enfrentar Rodrigo Minotauro em uma possível luta de despedida do líder da Team Nogueira no Brasil, mas agora teme que a recuperação do rival leve mais tempo do que gostaria de esperar. O peso-pesado brasileiro se recupera de uma lesão no joelho, sofrida antes de enfrentar Roy Nelson nos Emirados Árabes.
- O Minotauro quer fazer a sua última luta. Se ele se recuperar logo e não me fizer esperar muito, eu ficarei muito feliz em enfrentá-lo. Mas estão dizendo que ele só deve voltar a lutar no meio do semestre que vem. É difícil saber ou falar de um lutador, porque eu não sei como são as suas lesões, como está a recuperação, mas se eu esperar muito, fica difícil manter o ritmo.
Mir também relembrou algumas das principais lutas de sua carreira, falou do carinho pelo Brasil e até de Anderson Silva. O americano se disse surpreso com o rápido retorno do ex-campeão dos médios ao octógono, principalmente pelo tipo de lesão sofrida, uma fratura na fíbula e na tíbia da perna esquerda. Ele até recordou uma fase difícil de sua carreira para explicar os motivos de sua surpresa com a rápida recuperação de Spider: em 2004, Mir sofreu um acidente de moto no qual quebrou o fêmur e rompeu os ligamentos do joelho. Na época, a sua recuperação foi tão difícil, que ele quase desistiu da carreira de lutador.
- Eu estava em casa assistindo às lutas naquele dia e a fratura do
Anderson foi uma fratura muito feia. Eu odeio ver fraturas de tíbia, eu
acho que reagi como todo mundo. É difícil de assistir. Mas quanto ao
Anderson estar voltando, eu acho que é duro, mas possível. Quando eu
quebrei a perna, não foi durante uma luta e foi difícil para mim voltar a
chutar. Eu ficava muito nervoso, porque o meu cérebro ainda relembrava a
dor. O desafio mental é o mais difícil. Ouvi que o Anderson está vendo
um psicólogo e acho que ele é inteligente de fazer isso. O osso vai
sarar e vai ficar ainda mais forte, mas a sua cabeça é o problema.
Quando você vai chutar, ainda que você pense, "Eu vou fazer isso", lá no
fundo da sua mente há um animal dizendo: "Não faça isso, pois você se
lembra do que aconteceu na última vez que você fez isso." É um grande
desafio para ele superar, e eu espero que ele consiga.
Confira a entrevista na íntegra, dividida por tópicos:
Sobre o desafio de voar a 444 km/h com um piloto fazendo manobras radicais
- É com certeza o menor avião no qual eu já entrei (risos). Eu fiquei
com um pouco de medo, dá aquele mesmo frio na barriga de quando estou
para entrar no octógono, mas é uma experiência indescritível. Impossível
comparar com qualquer momento que já vivi.
Recente viagem ao Brasil
- Foi muito bom. Todo mundo lá foi muito acolhedor. É engraçado, porque
eu tenho vários amigos aqui nos EUA que acharam que eu teria problemas
lá, por conta das diferentes lutas que eu já fiz contra campeões
brasileiros. Mas esse não foi o caso. Todo mundo foi muito legal comigo.
Se alguém lá não gostava de mim, não disse nada. Ganhei bastante
atenção das pessoas, todo mundo queria foto, tenho grandes fãs no
Brasil.
Quer lutar no Brasil?
- O Brasil é um daqueles países com grande influência no MMA. Brasil e Japão são dois países nos quais eu gostaria de lutar.
Sobre não lutar desde fevereiro
- Eu tirei um tempo para ter certeza de que o meu corpo estaria 100%
novamente. Agora eu estou treinando com treinadores diferentes, tentei
olhar para todas as alternativas que eu tenho. Estou tentando manter meu
corpo saudável. É isso que acontece quando você fica mais velho, você
precisa se lembrar que não se trata mais de treinar duro, e sim de
treinar de forma inteligente. Seu corpo precisa estar saudável, porque,
quando não está, é difícil de lutar.
Principal rival de sua carreira
- Acho que é provavelmente um empate entre o Rodrigo Minotauro e o
Brock Lesnar. Eu e o Minotauro fomos treinadores do TUF e eu tive as
vitórias sobre ele. Com o Lesnar há uma vitória para cada lado…A única
coisa é que com o Rodrigo, nós somos muito competitivos quando nos
enfrentamos, mas longe do octógono eu realmente não tenho nada para
falar dele. Gosto dele como pessoa, então, às vezes, eu acho que isso
pode tornar uma rivalidade difícil para os fãs entenderem. Porém, quando
nós competimos, eu quero derrotá-lo sempre. As pessoas acham que,
quando você tem um rival, você precisa falar do cara sempre. Esse é o
caso com o Brock, pois eu não gosto dele como pessoa, mas quanto ao
Minotauro, é diferente.
O que acha do Minotauro
- Minotauro teve uma tremenda carreira, é uma lenda do nosso esporte,
tem um grande coração de campeão, foi o número 1 do mundo por muito
tempo enquanto lutava no Pride. O que o fazia atrair tanto público,
principalmente se você acompanhar a sua carreira mais para frente, é que
ele protagonizou verdadeiras guerras e nunca, jamais desistiu. Ele só
tem muitos quilômetros em seu corpo e passou por muitas lesões, acho que
isso provavelmente prejudicou sua carreira. Eu não acho que ele esteja
velho, mas acredito que esteja fazendo muitas lutas duras contra caras
muito duros.
Velásquez x Werdum
- Acho que a luta entre o Fabricio Werdum e o Cain Velásquez será muito
boa. Eu ouço as pessoas falando que o Cain é o campeão e não dando
muita chance ao Werdum, mas ele luta muito bem em pé. Ouço as pessoas
dizerem que ele melhorou, mas na verdade ele é bom em pé. Vocês viram a
luta dele contra o Travis Browne, que é bem alto, é um bom trocador e
veja como o Fabricio o nocauteou naquela luta (Nota da redação: na
verdade, Werdum venceu a luta na decisão dos juízes laterais). As suas
combinações são muito boas e, claro, no chão, se o Velásquez o quedar,
ele terá problemas. Werdum estrangulou o Fedor (Emelianenko), ele tem o
melhor jiu-jítsu na divisão dos pesos-pesados do UFC. Então eu acredito
que será uma luta muito interessante para o Cain, pois eu consigo vê-lo
tendo que usar o kickboxing contra o Werdum e, no chão, ele pode ter
problemas. Mas o Cain Velásquez é um atleta muito bem preparado, ele
pode continuar indo para cima. Certamente vai ser uma luta muito
empolgante.
A paixão pelo jiu-jítsu e a relação com o Brasil
- O jiu-jítsu tem uma grande influência no meu estilo de lutar. Eu vivi
por um tempo com um dos treinadores que me deu a faixa preta, o Ricardo
Pires, então eu não tenho nenhuma animosidade com relação ao Brasil.
Algumas vezes, as pessoas fazem essa coisa de EUA x Brasil e isso me
irrita. Para mim, MMA não deveria ser país contra país. Se isso vende
ingressos e deixa as pessoas interessadas, tudo bem, mas não é a minha
coisa favorita. Eu tenho muito carinho pelo Brasil. Eu gosto da cultura,
é um dos meus países favoritos para se visitar.
Luta mais marcante da carreira
- A segunda luta contra o Minotauro… É a minha luta favorita. Foi uma
luta na qual eu fiquei muito perto de perder e eu consegui superar a
adversidade e vencer no final. Muitas vezes qualquer um entra lá e
consegue ter um bom dia, eu tive um dia ruim e ainda assim venci.
O momento em que quebrou o braço de Rodrigo Minotauro no UFC 140
- Basicamente ele foi para o estrangulamento e eu escapei. Eu acabei
por cima dele por um segundo, depois de fazer a transição da posição
norte-sul. Se eu tivesse apenas treinado jiu-jítsu, eu não teria
percebido, mas como eu passei a treinar muito wrestling, eu percebi que,
quando ele fez a transição, ele manteve os pés no chão. Quando ele
pegou o meu braço e olhou para as minhas costas, ele não levantou o seu
traseiro, o que é uma coisa muito ruim no wrestling para ele, mas no
jiu-jítsu você não saberia. Quando ele fez isso, eu agarrei o seu braço
e, assim que eu consegui, nós começamos a rolar. Com a minha força e a
minha técnica, quando eu começo a me movimentar em uma área, eu sei
quando fechei a posição. Comecei a colocar pressão e achei que ele era
muito flexível. É por isso que eu começo a olhar para o árbitro
esperando que ele fosse parar a luta, pois assim eu não precisaria
continuar pressionando. Eu acho que não fui devagar o suficiente, mas o
braço dele pareceu estranho. Estava muito flexível e aí…Vocês sabem. Na
hora, eu achei que tinha deslocado o braço. Eu não sabia que tinha
quebrado. Senti como se tivesse deslocado. Quando cheguei em casa, os
amigos da minha mulher tinham gravado a luta e acabei assistindo ao
duelo com eles. Quando o braço do Minotauro estala, eu não conseguia
assistir. Meus amigos perguntaram o motivo de eu não conseguir assistir,
sendo que eu tinha feito aquilo com o braço dele. Eu respondi: "Ah eu
lembro disso de forma diferente agora. Ele estava me batendo na cara ali
na hora. Agora, que estou na sala de casa, não me parece tão legal de
ver."
Assiste de novo às suas próprias lutas?
- Eu tenho dificuldade em ver lutas. Se eu assisto de novo, é porque
eu chego em casa e a família está assistindo. Mas, se eu estou no bar ou
em algum lugar e uma luta minha está passando na TV, eu vou para o
banheiro, saio do ambiente.
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