quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Nate Diaz some, e brasileiros brilham no treino aberto do UFC em Phoenix

Junior Cigano, treino aberto UFC (Foto: Ivan Raupp)

Com os irmãos Diaz nada é como deveria ser. Escalado para participar do treino aberto do UFC nesta quarta-feira, Nate Diaz simplesmente desapareceu e não cumpriu a agenda programada pela organização em Phoenix. Com isso, o evento, que deveria contar com quatro lutadores, teve apenas três apresentações para os fãs que foram ao US Arways Center. Stipe Miocic, Rafael dos Anjos e Junior Cigano se apresentaram para um reduzido número de pessoas no saguão de entrada da arena, e os atletas do Brasil foram os mais aplaudidos, especialmente por um grupo de estudantes brasileiros que compareceu após as provas na Universidade do Arizona, que fica a poucos metros de lá.O Combate.com procurou a assessoria de imprensa do Ultimate para saber o motivo da ausência de Nate Diaz, mas até o momento não houve uma justificativa oficial.

O primeiro a se apresentar foi o peso-pesado americano de origem croata Stipe Miocic. Normalmente introvertido, o lutador, que enfrenta Junior Cigano no evento principal do próximo sábado, fez apenas alguns minutos de manopla com seu treinador e encaminhou-se para as entrevistas com a imprensa. Com uma tatuagem no pé direito alusiva à bandeira da Croácia, Miocic disse que a luta contra Cigano será a maior de toda a sua carreira:

- Com certeza ele é o meu maior desafio até aqui. É um ex-campeão, é o número 2 do ranking (de candidados ao título na categoria dos pesados). Ele bate forte, é um grande boxer, tem boa defesa de quedas e consegue botar para baixo também. Vai ser divertida essa luta.

O segundo a subir ao palco foi o peso-leve Rafael dos Anjos, que treinou por mais tempo, cerca de dez minutos, e mostrou um bom arsenal de chutes altos com as duas pernas e muita movimentação de trocação com o companheiro de Kings MMA Beneil Dariush, também lutador do UFC. Na parte de jiu-jítsu, auxiliado pelo seu técnico Roberto Gordo, Dos Anjos fez um trabalho intenso de passagem de guarda com fuga de pedaladas partindo para o estrangulamento. No fim, o brasileiro foi muito aplaudido pelos presentes e, após as entrevistas com a imprensa, voltou para tirar fotos com os fãs.

Com camisas da Seleção, do Flamengo e uma bandeira do Brasil, os estudantes aproveitaram a proximidade dos lutadores e deram seus palpites para os combates:

- Acho que a luta mais complicada para os brasileiros deve ser a do (Gabriel) Napão, que pega o Matt Mitrione. Achamos que a Claudia Gadelha, o Rafael dos Anjos e o Cigano devem conseguir boas vitórias - disseram Lucas Costa, de 24 anos, nascido no Espírito Santo; Felipe da Silva Souza, de 21 anos, natural do Rio de Janeiro, e Humberto Coelho, de 23 anos, de Pernambuco.

Último a participar do treino aberto, Junior Cigano subiu ao palco sob aplausos tanto de americanos quanto de brasileiros, que já estavam em maior número para ver o ex-campeão dos pesos-pesados. Durante a sua apresentação, que incluiu muito boxe e nada de treino de chão, Cigano interagiu muito com os fãs e chegou a responder com bom humor a uma provocação de um americano, que disse que Cain Velásquez era o verdadeiro campeão.

- Não por muito tempo - disse Cigano, sendo aplaudido pelos brasileiros e arrancando risos dos americanos.

Durante o treino, após alguns pedidos de apresentar o chute rodado que lhe deu a vitória sobre Mark Hunt no UFC 160, Cigano executou o golpe, para delírio dos fãs, e disse, logo após:

- Se vocês quiserem ver mais um, terão que ir ao evento. O que vocês preferem: nocaute ou finalização? - todos responderam nocaute, e Cigano vibrou.

No fim do treino, o grupo de brasileiros entoou o canto de "O campeão voltou" e Cigano e sua equipe acompanharam a música com palmas, mostrando terem gostado da manifestação.

Após o treino, Cigano conversou com a imprensa e se mostrou aliviado por voltar a lutar depois de longos 14 meses, onde sofreu com algumas lesões:

- Tenho que ser muito agradecido, porque tudo está correndo bem agora. Esses meses foram muito difíceis para mim, por conta das lesões. Ficar um ano sem lutar... A gente luta para viver, então ficar fora é muito difícil. Mas está tudo no passado. Agora só penso no Miocic, que é minha próxima luta. Quero conquistar uma grande vitória e estou muito motivado.

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