domingo, 30 de junho de 2013

Adversário de Roger Gracie critica salários do UFC: 'Não paga bem'

Conhecido pelo tom ácido de suas entrevistas, o peso-médio americano Tim Kennedy, adversário do brasileiro Roger Gracie no UFC 162, em 6 de julho, virou sua mira para a estrutura de pagamento do maior evento de MMA do mundo. O lutador e sargento do Exército americano, que fará em Las Vegas sua primeira luta pelo Ultimate após 12 anos de carreira e lutas por organizações como IFL, WEC e Strikeforce, reclamou duramente de como está sendo pago para o duelo com o carioca e lembrou que muitos outros lutadores têm de trabalhar para se manter e não podem se dedicar 100% ao esporte. 
 
- É patético que tantos lutadores (tenham de ter outros empregos). Sou um de 3% dos caras no esporte inteiro (que não precisam), e seria dureza sobreviver com o que eu recebo lutando. É bom eu ter outro emprego, porque o UFC não paga muito bem - afirmou Kennedy, em entrevista ao podcast "GrappleTalk".

As declarações de Kennedy ecoam com as opiniões do peso-leve John Cholish, que se aposentou após sua derrota para Gleison Tibau no UFC no Combate 2, em maio, e reclamou das dificuldades de se manter lutando MMA. Na época, o presidente do UFC, Dana White, menosprezou as críticas de Cholish, dizendo que ele recebeu a mesma chance e o mesmo início que campeões como Anderson Silva e Georges St-Pierre receberam ao começarem. Todavia, Kennedy chega ao UFC já como um lutador estabelecido, duas vezes desafiante ao cinturão do Strikeforce e um dos atletas mais populares do esporte nos EUA.

O sargento das Forças Armadas, que serviu no Iraque e no Afeganistão, revelou que sua bolsa para o UFC 162 será de US$ 55 mil (cerca de R$ 120 mil), e que seu pagamento poderia subir até US$ 70 mil (R$ 152,8 mil) com um bônus pela vitória. Contudo, após pagar despesas de treino, exames médicos e equipe, Kennedy receberia apenas US$ 20 mil (R$ 43,6 mil), sem contar os impostos que ainda teria de pagar. Posteriormente à entrevista, o lutador detalhou a divisão de sua bolsa: 13% em taxas de academia, 12% para nutrição, 10% para seu empresário, 10% para seu treinador, 8% em alojamento para sua equipe, 3% para exames médicos requeridos para a luta e 3% em equipamento. No total, seria 59% de sua bolsa de luta antes dos impostos serem deduzidos.
- Qualquer um que aceite isso como a "realidade do esporte" é triste e patético. Eu espero que esta não seja a realidade do esporte. Se for, eu provavelmente deveria fazer outra coisa, como limpar lixeiras. Eu ganharia mais dinheiro do que ganho agora - disparou Kennedy.

Sem comentários:

Enviar um comentário