sábado, 31 de maio de 2014

Wand: “Não domino inglês nem para falar, imagina para assinar papéis”

Wanderlei Silva (Foto: Evelyn Rodrigues)

Wanderlei Silva ainda não foi informado oficialmente pelo UFC que está fora da luta contra Chael Sonnen. O duelo de treinadores do TUF Brasil 3 estava marcado para o dia 5 de julho, no Mandalay Bay Events Center, em Las Vegas, mas o “Cachorro Louco” acabou sendo retirado do card por ter faltado a exames médicos solicitados pela Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC) que teria dito, inclusive, que ele nunca deu entrada na licença para o duelo. Chael Sonnen e Dana White também acusaram o brasileiro de ter fugido de um teste antidoping surpresa. Nesta sexta-feira, Wanderlei deu a sua versão dos fatos em um curto vídeo divulgado nas redes sociais. Em seguida, o lutador respondeu por e-mail a algumas perguntas enviadas pelo Combate.com, reiterando que acredita que tudo não passou de uma grande confusão, especialmente porque, segundo ele, o processo todo de licenciamento para um duelo acontece, normalmente, uma semana antes do combate.

- Nesses 20 anos de carreira sempre foi tudo igual. A atitude da NSAC nesta ocasião foi muito atípica. Geralmente, uma semana antes da luta eu entrego tudo o que me foi solicitado. O UFC sempre nos ajuda mandando um e-mail com todas as requisições (exames médicos e formulários para a licença minha e dos córneres, que neste caso eu ainda não escolhi, para a Comissão Atlética). Isso aconteceu não somente em Las Vegas, mas em todas as vezes que lutei. Sempre foi assim. Entrego todos os exames e fico à disposição para o teste de urina no dia da luta também - disse.

O lutador também explicou o que aconteceu quando foi abordado por um representante da NSAC em sua academia, localizada em Las Vegas, no último sábado.

- Eu nunca me recusei a fazer os exames. Como falei para aquele senhor aquele dia, eu faço, mas preciso do meu advogado para saber o que você está me entregando para assinar. Eu fui surpreendido sem aviso, sem uma mensagem de texto, sem horário marcado para o exame e foi solicitado que assinasse um monte de papéis em inglês, que eu não domino nem para falar, muito menos para assinar documentos legais…Isso é uma loucura! O senhor que apareceu na academia não tinha nenhuma credencial ou crachá, não usava uniforme ou jaleco e eu nem vi nenhuma maletinha de laboratório para exames. Ele estava vestido normalmente. Eu pensei: “Estou cheio de compromissos marcados, tem a luta do Barão, tem mais treino e não vou resolver nada com este senhor agora sem o meu advogado”.  Então eu fui embora e liguei para a minha esposa conversar com ele. Depois disso, minha esposa entrou em contato com a Comissão explicando o que tinha ocorrido e dizendo que eu me disporia a fazer qualquer exame.

Wanderlei ainda explicou como é feito o processo de licenciamento e afirmou que vai se submeter a todos os exames, incluindo os antidoping, assim que voltar do Brasil, para onde embarcou para assistir à final do TUF Brasil 3, que acontece sábado, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O lutador também pediu desculpas aos fãs brasileiros e afirmou que não vai se aposentar enquanto não concretizar o duelo contra o falastrão.

Confira a entrevista na íntegra:

Combate.com: Como você recebeu a notícia de que tinha sido retirado do card do UFC 175?
Wanderlei Silva: Da mesma forma que vocês, pela internet.

Você já recebeu algum posicionamento oficial do UFC?

Até o momento, não. Não recebi nenhum telefonema ou e-mail me avisando que estou fora.

O UFC alega que você teve problemas para se licenciar para o evento e que por isso teve que procurar um substituto (no caso, Vitor Belfort). O que você tem a dizer sobre isso?

Eu não tive problemas, apenas não apliquei ainda para a licença.

Geralmente como é feito esse processo? Toda vez que você tem uma luta em Las Vegas, com quanto tempo de antecedência você solicita a licença?

Nesses 20 anos de carreira, sempre foi tudo igual. A atitude da NSAC nesta ocasião foi muito atípica. Geralmente, uma semana antes da luta eu entrego tudo o que me foi solicitado. O UFC sempre nos ajuda mandando um e-mail com todas as requisições (exames médicos e formulários para a licença minha e dos córneres, que neste caso eu ainda não escolhi, para a Comissão Atlética). Isso aconteceu não somente em Las Vegas, mas em todas as vezes que lutei. Sempre foi assim. Entrego todos os exames e fico à disposição para o teste de urina no dia da luta também.

A quais exames médicos e protocolares você sempre se submete?

Todos os atletas se submetem a exames físicos, oftalmológicos, raio-X do peito, eletrocardiograma e aos exames de sangue, para verificar hepatite C, HIV, e os exames antidoping de urina e sangue.

Quem dá início ao processo de licenciamento? Você ou o UFC?

Fazemos isso juntos. O UFC nos ajuda e, depois que está tudo pronto, eu envio ao UFC e eles tomam conta do resto.

Segundo a Comissão Atlética de Nevada você ainda não deu entrada na licença para lutar no UFC 175. O UFC tinha estipulado algum prazo interno para você se licenciar?

O UFC está agindo como normalmente faz, enviando formulários por e-mail e relembrando a entrega dos exames para que a gente não deixe esses exames atrasar demais, pois são muitos. Eles sabem que estamos focados nos treinos.

Chael Sonnen disse no programa "UFC Tonight" dessa semana que os oficiais da Comissão Atlética de Nevada foram até a sua academia fazer um teste antidoping surpresa e que você teria saído pela porta lateral e se recusado a se submeter aos exames. Você poderia explicar o que aconteceu?

Eu nunca me recusei a fazer os exames. Como falei para aquele senhor aquele dia, eu faço, mas preciso do meu advogado para saber o que está sendo entregue para eu assinar. Eu fui surpreendido. Sem aviso, sem uma mensagem de texto, sem horário marcado para o exame, e solicitado que assinasse um monte de papéis em inglês, que eu não domino nem para falar, muito menos para assinar documentos legais…Isso é uma loucura! O senhor que apareceu na academia não tinha nenhuma credencial ou crachá, não usava uniforme ou jaleco e eu nem vi nenhuma maletinha de laboratório para exames. Ele estava vestido normalmente. Eu pensei: “Estou cheio de compromissos marcados, tem a luta do Barão, tem mais treino e não vou resolver nada com este senhor agora sem o meu advogado, então eu fui embora e liguei para a minha esposa conversar com ele. Depois disso, minha esposa entrou em contato com a Comissão explicando o que tinha ocorrido e dizendo que eu me disporia a fazer qualquer exame.

A repercussão de sua saída do card deixou muitos fãs decepcionados. Muitos que estavam do seu lado, se viraram contra você. O que você tem a dizer a eles?

Além de eu ter ficado muito triste com tudo isso, o que mais me chateia é magoar meus fãs. É horrível ser decepcionado por quem a gente confia, afinal estão esperando muito de mim. Eu só posso pedir desculpas. Um milhão de desculpas… vocês sabem que eu não fujo da luta, e não vai ser agora que eu farei isso. Vou continuar treinando até receber um aviso oficial. Obrigado por seguirem me apoiando, apesar de tanta confusão. Se eu tenho algo para levar dessa vida são as alegrias que meus fãs me deram, assim como o entusiasmo e a força que recebo de vocês. Vamos tentar resgatar essa luta. Chamei um advogado para nos ajudar nisso. Obrigado do fundo do coração.

Você chegou a levantar a hipótese de essa ser a última luta de sua carreira. Depois que tudo isso aconteceu, ainda tem vontade de enfrentar o Sonnen? Chegou a pensar em pendurar as luvas?

Claro. Confesso que isso tudo me baqueou. Foi uma surpresa com um impacto muito negativo. Porém, agora mais do que nunca, não me aposento antes de fazer essa luta. Claro que não depende só de mim, mas dele e do UFC. No entanto, eu estou seguindo com meu plano de treinamento e, se não for agora, eu espero por ele. Não fujo à luta.

Chael Sonnen perdoa André Dida após receber pedido de desculpas

André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)

Após ter sua luta contra Wanderlei Silva cancelada nesta semana, Chael Sonnen disse que já lutou com o brasileiro, só que fora do octógono, em referência à polêmica briga que os dois tiveram durante a terceira temporada do The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões. Naquela ocasião, porém, um terceiro componente se envolveu na confusão: André Dida, auxiliar técnico de Silva no programa, que golpeou o americano por trás em defesa do amigo. Dida foi expulso do programa e muito criticado desde então pela atitude, mas o próprio Sonnen afirmou que já o perdoou, e pediu que o público fizesse o mesmo.

- Ele me mandou um pedido de desculpas. Aceitei suas desculpas. Dida está recebendo muitas críticas e eu gostaria de lembrar as pessoas que funciona assim: você faz algo ruim, você é punido. Mas termina aí! Você não pode ficar do lado de fora de uma prisão e jogar pedras nos caras quando são liberados. André Dida fez algo ruim, ele foi punido; é isso, acabou. Se eu vir o Dida hoje, eu posso dizer "olá", ou passar direto por ele, mas acabou. Aceitei sua desculpa e espero que todos também deixem passar. Estou seguindo adiante, tenho coisas maiores pela frente - afirmou o lutador americano em entrevista coletiva com a imprensa brasileira após a pesagem do TUF Brasil 3 Final, nesta sexta-feira.

Wanderlei Silva foi substituído por Vitor Belfort após falhar em fazer exames antidoping de surpresa pedidos pela Comissão Atlética de Nevada, mas Chael Sonnen revelou que essa substituição poderia ter acontecido bem antes, ainda no começo da filmagem do TUF Brasil 3.

- Quando Wanderlei desistiu do programa, os produtores vieram a mim e disseram, "Você talvez precise se desculpar, o show pode ter acabado". E eu disse, "Caras, a única coisa que assusta Wanderlei Silva mais do que Chael Sonnen é o Vitor Belfort. Digam ao Wanderlei que eu estou ligando para o Vitor agora, que estamos pedindo ao Vitor para tomar seu lugar e que Wanderlei pode ir embora". E eles disseram, "Não podemos fazer isso", e eu disse, "Vocês precisam acreditar em mim". Então eu liguei para o Vitor, no vestiário - eles filmaram isso tudo, vocês podem perguntar para o Vitor, é verdade. Eu disse, "Vitor, você não pode falar nada sobre o que estou te dizendo, mas Wanderlei Silva saiu do programa e vamos te oferecer o seu lugar". Vitor disse, "Cara, eu adoraria, mas estou me preparando para uma luta pelo título contra (Chris) Weidman, não posso fazer isso". Mas eles aceitaram meu conselho, disseram, "Wanderlei, estamos chamando o Vitor para seu lugar, está tudo bem, entendemos se você quiser sair". E assim que eles disseram isso, ele se virou e voltou com seu rabo entre as pernas, colocou uma camisa e voltou - contou Sonnen.

O lutador americano atendeu a imprensa por quase 40 minutos e falou de uma longa lista de assuntos. Ele inclusive aproveitou para desmentir o boato de que havia tido um "affair" com Hortência, ex-jogadora de basquete e sua assistente no reality show. Confira os melhores momentos abaixo:

"Affair" com Hortência

- Sabe, alguém escreveu isso, e chegou até a mim em Portland! (Guilherme) Bomba estava comigo e traduziu, e todas as fotos que eu tirei hoje com a Hortência, eu sempre pensava, "Alguém vai pegar essa foto e criar um boato!" Eu não sei quem escreveu. (Minha esposa) Não ficou insultada, ela adora a Hortência, nós rimos disso e levamos como um elogio. Hortência é uma mulher bonita, alguém vai ter sorte em tê-la.

Participação de Hortência no TUF

- Ela é uma das pessoas mais estilosas que eu conheço, seja homem ou mulher. Ela estava fantástica hoje, adorei revê-la. Acho que estamos a conquistando, acho que ela está gostando do MMA. Ela ficou muito envolvida com os caras, se importava com eles, esteve com eles nos altos e baixos. O TUF é tão duro, e ter alguém positivo do seu lado - ela é muito positiva - é muito importante. (Ela mudou) Completamente. Ela e Isabel foram as primeiras a dizer, "Não sabemos nada sobre este esporte, mas sabemos de esportes. Não sabemos essas técnicas, mas sabemos como lidar com pressão, com adversidade." Elas não foram nem um pouco teimosas, foram um pouco passivas. Ela era ótima líder, mas também foi uma ótima seguidora; ela tinha muitas ideias, mas também foi ótima em ouvir instruções, e essas são qualidades raras. É muito raro que alguém possa liderar e também seguir. Ela foi uma das melhores partes da experiência para nosso time.

Boa recepção dos brasileiros

- Eu me surpreendi um pouco com o quão legais eles foram com o bom e velho Chael. Eu passei muito tempo os provocando e os levando a uma opinião diferente, mas os brasileiros são muito espertos e foram meus cúmplices. Nós queríamos a mesma coisa: eles queriam me ver apanhar do Anderson e eu queria enfrentar o Anderson. Fomos parceiros.

Palpites para finais do TUF Brasil 3

- No peso-médio, não vou assistir, vou deixar a arena na hora, mas nos pesos-pesados, certamente espero que Vitor Miranda (vença). Ele tem todas as qualidades, mas vou dizer: Antônio (Cara de Sapato) pertence ao UFC também. Espero que ambos recebam o contrato, como aconteceu com Forrest Griffin e Stephan Bonnar. Acho que ambos terão ótimas carreiras. Mas Vitor Miranda!

Contato entre Lyoto Machida e Marcio Lyoto

- Tenho uma ótima relação com o Lyoto, mas não tinha até então. Eu liguei para o Lyoto do nada, consegui seu telefone com o Ed Soares, mandei uma mensagem de texto, dizendo que tinha um cara na equipe que o idolatrava, tem uma luta grande pela frente e está muito nervoso; você poderia falar com ele? E Machida, na mesma hora, disse sim, sem fazer perguntas. Ele perguntou que horas, eu combinei, ele disse que tinha treino na hora, mas seguraria para falar com ele. Foi um ótimo momento, mas não entrou no ar, (porque) quebramos muitas regras, você não pode fazer aquilo. O produtor-chefe, Dan Farmer, não estava na cidade, então tomei algumas liberdades. Mas foi um grande momento e mudou muito os espíritos do Lyoto.

Wanderlei Silva e o doping

- Acho que só tem um fato positivo que saiu de tudo isso. Ele sempre operou sob uma nuvem de suspeita, e todos nós sempre soubemos que esse cara estava trapaceando. Mas você não pode dizer a não ser que você o pegue. Ele chegou do Japão e virou o incrível homem que encolhia. Toda vez que você o via, ele estava sempre menor. Todos os caras que já o enfrentaram e pensaram, "Esse cara está sujo", têm algum tipo de redenção agora. Eu conversei com um deles mais cedo hoje e é assim que eles se sentem. Ele está aqui, você faça a matemática, mas há uma longa lista de pessoas que se sentem assim.

Por que sabia que Wanderlei não lutaria

- Eu estou tentando lutar com ele desde quando era difícil lutar com ele, e ele nunca quis fazê-lo. Aí, quando chegamos ao set… Entendam, o The Ultimate Fighter é um camp de treinamentos. Tem um torneio, mas todo o dia estamos treinando e é isso que eles estão filmando. É o melhor training camp - você tem todos esses parceiros de sparring, tem os melhores treinadores, as melhores academias, e ele não treinou. Quando você lembra que ele não luta desde janeiro do ano passado (na realidade, desde março), você não pode desperdiçar essas lutas. Na época, era um evento principal, uma luta de cinco rounds. Então, ele não estava se preparando apesar de ser uma luta de cinco rounds contra seu inimigo. Eu e ele não somos amigos, é uma luta grande que você não quer perder. Eu estava na academia treinando e ele estava no bar bebendo.
Justificativa de Wanderlei Silva

- Você acredita? Ouça, deixe ele se divertir e se justificar como ele quiser. Acho que é muito claro: eles chegaram para testá-lo e ele correu. Não há muito o que possa fazer com isso.

Luta com Vitor no peso-médio ou meio-pesado

- Eu pesei 232 libras (105,2kg) agora há pouco, isso me deixa com 51 libras (23kg) para perder em 30 e poucos dias, não sei se isso é possível. Tenho um contrato que diz 205 libras (93kg), então estou torcendo para que o Dana White tenha se enganado. Mas, se for 185 libras (83,9kg), é 185.

Sucesso como treinador no TUF Brasil 3
- Eu estava cercado de caras muito bons, e todas as lutas foram muito próximas, poderiam ter ido para qualquer lado. Todos os lutadores eram muito bons, os do Wanderlei também. E não só eram grandes lutadores, mas também boas pessoas. Em todo o grupo, sempre tem um babaca, menos nesse. Não tinha nenhum babaca. Eu e Wanderlei não nos batemos, mas todos os seus treinadores eram legais, os meus treinadores eram legais, todos os atletas, espero que todos eles entrem e alcancem seus sonhos.

- Ele é incrível, bicampeão mundial de jiu-jítsu, e está trabalhando duro. Ele está na minha casa agora, sua namorada Patrícia está indo para lá, vai ficar um mês. Ele está melhorando e, fisicamente, está pronto para lutar. Temos uma sala de treinos na minha casa, ele está no quarto de hóspedes. Podemos treinar 24 horas por dia, então tem sido ótimo. Aprendi muito com ele. É muito difícil de arrumar um campeão mundial de jiu-jítsu, muito menos um brasileiro campeão do mundo para vir e treinar, então tem sido uma bênção.

Perda de imagem de "vilão"

- Foi quase impossível, e era meu plano original. Mas no show, o problema é que as câmeras estão o tempo inteiro sobre você, sou muito melhor numa entrevista de 30 segundos, em que posso incorporar. Mas numa camera 24 horas por dia, não sou um ator tão bom.

Chances dos lutadores do TUF no UFC

- Muitos dos caras, até os eliminados, podem entrar (no UFC). O Wanderlei tinha um cara chamado (Ismael) Marmota que talvez fosse o melhor cara lá (na casa). Bomba talvez fosse o melhor cara lá. Todos os nossos pesos-médios diziam que o Bomba era o melhor. Acho que quem ganhar entre Warlley e Lyoto provavelmente vai virar um desafiante top muito rapidamente. Acho que o vencedor do The Ultimate Fighter deveria ser o desafiante número 1, fizeram uma vez e o Matt Serra foi lá e nocauteou Georges St-Pierre.  Agora estão fazendo um TUF com as mulheres da divisão peso-palha e quem vencer vai ser a campeã. Warlley poderia vencer agora, neste dia, tanto Chris Weidman quanto Johny Hendricks. E com isso dito, nem sei se ele vai vencer o The Ultimate Fighter. Ele vai enfrentar Marcio Lyoto, que está invicto em 16 lutas. Eu digo a Lyoto toda hora, "Há 6 bilhões de pessoas neste mundo e nenhuma delas conseguiu te derrotar". São dois lutadores bons. E o Pezão! Pezão era o cara que, quando eu treinava com ele, ele tem o pacote completo. Ele era demais para mim, muito grande, muito teimoso, muito bom. E Vitor, ele é incrível. É o cara mais esperto, mais talentoso, e ele vai enfrentar o cara mais talentoso e esperto do Wanderlei. Antônio Carlos Jr. é um sparring do Junior Cigano dos Santos, foi campeão mundial de jiu-jítsu, mas tem boxe excelente. É uma luta muito difícil, mas sei que o Vitor pode derrotá-lo.

O que sabe da língua portuguesa

(Meu português é) Terrível. (Sei falar) Bom dia, obrigado, coxinha…

Quem é melhor, Anderson Silva ou Jon Jones?

Meu único desejo para o Anderson agora é que ele tenha uma recuperação rápida, e acho que ele está conseguindo. Acho que, se ele voltar, ninguém está discutindo em qual peso ele vai voltar, e é altamente provável que ele volte como peso-meio-pesado. Se ele voltar e tiver algum nível de sucesso, pode ser que eles respondam essa pergunta para você.

Queda do Brasil no número de títulos no UFC

Eles tiveram alguma sorte ultimamente e na semana passada foi uma grande surpresa. TJ Dillashaw teve uma performance incrível. Eu não o escolhi para vencer esta luta e, mesmo olhando para trás, ainda teria escolhido (Renan) Barão. Eles provavelmente farão essa luta de novo. Esses títulos podem mudar de lado bem rápido. Posso dizer pela minha experiência aqui, e não estou dizendo por estar aqui: brasileiros são os melhores lutadores. As técnicas são melhores aqui, os treinadores estão à frente dos outros. Sou wrestler e, na América, levamos o wrestling muito a sério, mas pegamos o wrestling da Rússia. Os russos descubriram (as técnicas) e respingou para nós, contratamos sesu treinadores e tentamos aprender seus métodos. Mas se eu tiver um filho e ele quiser ser lutador, eu o traria ao Brasil.

Chris Weidman x Lyoto Machida

- Esta é uma luta tão difícil, tão difícil. São dois caras que eu preferia não ter de assinar (para lutar contra): Vitor Belfort e Lyoto Machida. Acho que ambos têm um estilo difícil, particularmente o Lyoto, ele é muito diferente, muito trabalho de pé. Acho que ele nunca esteve tão bem quanto naquela luta contra (Gegard) Mousasi, até do que na luta que bateu o Rashad (Evans) para ganhar o título. Acho que ele está fazendo suas melhores lutas agora. Mas o mesmo pode ser dito do Weidman. Weidman é o favorito, entendo isso, ele nunca perdeu, mas Lyoto nunca perdeu neste peso.

José Aldo x Chad Mendes

- Esta é uma luta boa, Acho que vai ser um Chad Mendes diferente. Achei que o Chad estava indo bem na primeira luta, achei que foi um primeiro round bom e parelho, ele não conseguiu o derrubar, o que foi uma surpresa para mim. Eles entraram naquela troca e, bum!, o Aldo o nocauteou. Mas o Chad Mendes só tinha  tipo sete lutas na época, era muito novo no esporte, era um jovem, tinha 25 anos, e foi no Brasil. Agora vai ser em L.A, que é mais perto, um voo de 40 minutos da casa dele, ele está um pouco mais maduro. É uma luta dura para o Aldo, é uma luta dura para ambos! Para mim, acho que Aldo é o melhor peso por peso do mundo, é entre ele e o Jon Jones, mas acho que Mendes pode surpreendê-lo.

Treino de Wanderlei Silva com Cael Sanderson

- Ele não treinou, aquilo não foi verdade. Ele tirou uma foto com o Cael Sanderson e aí disse que treinou com o Cael. Mas o Cael desmentiu, disse que estava passando por ele e o Wanderlei o puxou para uma foto.

Yoel Romero

- Yoel Romero é o melhor wrestler no UFC agora, e Daniel Cormier também diria isso. No papel, ele é o melhor wrestler no UFC. Mas ele começou tarde (no MMA), já tem 36 anos de idade e estão o levando lentamente. Se ele ganhasse uma grande luta, realmente gostaria de colocar ele contra o Jacaré, é essa a luta que estávamos pedindo depois de sua última atuação. Jacaré está lesionado agora e acho que não tem um oponente, mas essa é a luta que queríamos fazer. Vamos ver o que aconteço, acho que ele vai pegar outra pessoa.

Decepção por não lutar no Brasil

- Sim (me decepcionei), por múltiplas razões. Um, eu queria vir para cá competir; dois, era isso que estava acordado quando assinei para fazer o Ultimate Fighter Brasil, seria a luta no Brasil contra o Wanderlei, e acordo é acordo. A liderança do UFC fez de tudo para isso acontecer, mas você não pode obrigar um cara a lutar. Gostaria (de lutar no Brasil), tenho fantasias com isso. Mesmo quando eu não tinha o apoio aqui, eu ainda queria vir e lutar. Anderson e eu estávamos programados para lutar aqui numa época e eu queria andar pela multidão e ter todos me vaiando, jogando bebida em mim, nervosos… Eu me saio bem com essas coisas, consigo uma reação, sinto uma resposta da torcida. Nunca pedi para que torcessem por mim, nunca pedi pelo apoio da torcida.

Melhores lutadores em autopromoção

- Há algumas pessoas muito boas em se promover. A Ronda Rousey entende o que está fazendo e tem um método para isso. Conor McGregor está fazendo um bom trabalho, Brock Lesnar fez um bom trabalho - sei que ele está aposentado, mas fez um bom trabalho.

Sonnen torce para que Wanderlei não seja demitido: "Ele tem uma família"

Sonnen UFC (Foto: Ivan Raupp)

Chael Sonnen não gosta de Wanderlei Silva, mas mostrou ter compaixão em relação ao desafeto. Nesta sexta-feira, o presidente do UFC, Dana White, deu uma declaração confusa que soou como se o "Cachorro Louco" tivesse sido demitido. Depois, esclareceu que ele ainda é atleta da organização e "estava acabado" só para o UFC 175, dia 5 de julho, card do qual foi retirado após não fazer os exames pedidos pela Comissão Atlética de Nevada na data estipulada. Questionado se achava que o brasileiro deveria ser cortado, o falastrão americano afirmou que não, mas sem perder o tom irônico. - Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família. Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que ele tenha opções melhores - disse, em entrevista ao Combate.com e ao site americano "MMA Junkie" nesta sexta-feira.

Sonnen afirmou que não quer mais enfrentar Wanderlei Silva, após o duelo ser cogitado e não acontecer pela quarta vez até hoje. A rivalidade foi deixada de lado por ele.

- Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.

O americano também voltou a criticar o histórico de lesões de Rogério Minotouro, ao dizer que já está se preparando para substituí-lo contra Anthony Johnson no dia 26 de julho, disse que está sentindo melhor do que esperava sem o tratamento de reposição de testosterona (TRT), elogiou Vitor Belfort, seu próximo oponente no dia 5 de julho, no UFC 175, e que espera que Dana White tenha se enganado ao dizer nesta sexta que o duelo será na categoria dos médios, em vez dos meio-pesados. Ele ainda garantiu que não se arrepende das provocações que fez ao Brasil no passado, apesar de ter boa relação atualmente com muitos fãs do país.
 
A seguir, confira a entrevista com Chael Sonnen na íntegra:

Você teve alguns dias para processar o que houve. Como está se sentindo a respeito dessa situação?

Ainda não pensei muito. Wanderlei nunca iria lutar, e eu não sabia que o Vitor lutaria. Eu achei que eu acabaria enfrentando o Anthony Johnson quando o Minotouro se machucasse, o que é inevitável. Eu não imaginei que isso pudesse acontecer.

Essa é a quarta vez que não acontece uma luta sua contra o Wanderlei. Você agora encerrou o assunto Wanderlei?

Com certeza. Estou bem. Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.

Tem algum arrependimento em relação ao que aconteceu no TUF Brasil?

Foi uma coisa da qual me arrependo. Eu esgotei minhas opções para evitar aquilo. Eu disse: "Por favor, pare". Mas não tinha muito o que fazer. Quando você está lidando com um valentão, se você implora para ele não fazer, isso só o encoraja a ir ainda mais fundo. Eu disse a ele que não queria fazer aquilo, mas ele cresceu em cima disso.

Os brasileiros estão te tratando muito bem. Tem algum arrependimento sobre as coisas que falou do Brasil no passado? Acha que de repente pode ter passado do limite em algum momento?

Não, definitivamente não. Nunca vou me desculpar. Pelo contrário, fico feliz de ter feito isso. Me diverti muito. Toda a experiência do UFC 148 (Anderson Silva x Chael Sonnen 2) foi muito positiva. Vir aqui e ser técnico do TUF também foi muito bom. Ainda não acabou. Tenho três caras que podem ser campeões (Warlley Alves, Márcio Lyoto e Vitor Miranda). O The Ultimate Fighter Brasil ainda não acabou para mim.

Você tem o Vitor pela frente agora, e ele é um lutador muito perigoso. Você o teme de alguma maneira?

Não, mas concordo com o que disse. Para mim, o Vitor foi o melhor lutador de 2013. Realmente quero vê-lo lutar contra o Weidman pelo cinturão. Para minha carreira ficar completa, tenho que enfrentar Wanderlei e Vitor. Já lutei contra o Wanderlei (risos), em uma situação imprópria. E agora vou enfrentar o Vitor.

O Dana disse hoje que sua luta contra o Vitor será no peso-médio (até 84kg), e não mais dos meio-pesados (até 93kg).

Espero que ele esteja errado. Seria novidade para mim. Para perder peso, com qualquer dieta que seja, você precisa de tempo. E o tempo para a luta é muito curto. Eu tenho um contrato para lutar nesse dia, e não é nos médios. Se esse cara (Dana White) mudou, vou fazer minha parte. Mas espero que tenha sido um mal-entendido. Não estou rezando ainda, mas estou esperando isso.

Você quer ver Vitor enfrentando o Weidman. Mas se você vencer o Vitor, será o desafiante número 1, certo?

Sim. O Vitor é o desafiante número 1, ele tem esse título. Se ele lutar, esse título é posto em jogo contra qualquer um que o enfrente. Nunca penso em disputas de título. Nunca tive essa perspectiva. Ouço os caras falando disso o tempo todo e acho que é por isso que nenhum deles chega à disputa. Quero o título, mas também existem lutadores específicos contra quem eu gostaria de lutar. Agora tenho que lidar com o Vitor.

O Dana White disse que, se o Vitor ganhar, vai disputar o cinturão, mas se você ganhar, eles vão pensar. Você havia dito no UFC Tonight que quem ganhasse disputaria o título. Como essa declaração lhe cai agora?

Isso é novidade para mim. Vitor é o desafiante número 1 ou não é. E eu não me importo. Mas se ele for o número 1, isso é um título, e esse título será colocado em jogo. Mas talvez ele não seja. Talvez alguém esteja chegando. Acho que o Luke Rockhold está recebendo pouca atenção. Acho que o Mark Muñoz, se vencer Mousasi, gostaria de vê-lo numa revanche contra o Weidman ou Machida. Existem vários caras. Mas a questão mais importante é: se o Vitor tem um título (de desafiante número 1), esse título estará em jogo. Disseram que vou enfrentá-lo, e essas são as regras de uma luta.

O Wanderlei te culpou pela briga no TUF pelo fato de você tê-lo empurrado. Ele te empurrou num dos primeiros episódios, mas você não fez nada. O que acha disso?

Pessoas estúpidas dizem coisas estúpidas. Não tenho tempo suficiente para corrigir todas as coisas erradas que o Wanderlei diz. O Wanderlei disse que venceu aquela luta. Talvez seja um novo sistema brasileiro de pontuação, em que você é colocado para baixo, leva golpes e vence. Não sei o que fazer com esse cara.

O que você acha que ele fará na sequência? Acha que ele lutará novamente?

A realidade sobre o Wanderlei é a seguinte: nunca existiu um lutador pior do que ele no UFC. Nunca houve alguém com um cartel tão ruim na história do UFC. (Mirko) Cro Cop teve uma carreira terrível, mas não tão ruim quanto a do Wanderlei. Ninguém ficou empregado tanto no UFC com um cartel tão ruim como o do Wanderlei. Ele não tem derrota em lutas por cinturão, porque nunca lutou pelo cinturão. Ele não tem derrota em lutas pelo posto de desafiante número 1 da categoria, porque nunca lutou por esse posto. Ele apenas enfrenta os caras. Essa é a realidade. Você pode dizer o que quiser, mas entrar lá para lutar sem uma comissão atlética, com alguém falando para o árbitro quando parar a luta, isso não é real. E é isso que fez o Wanderlei. Se alguma coisa boa aconteceu esta semana foi que toda a nuvem de suspeitas sobre a carreira trapaceira desse cara finalmente veio à tona. E foi uma redençãopara todas aqueles caras que o enfrentaram. Alguns deles hesitaram em enfrentá-lo, e a resposta foi que ele nunca tinha falhado em um exame. É a verdade.

Sabemos sua opinião sobre o Wanderlei como lutador. Você passou tempo com ele no TUF, então qual a sua opinião sobre ele como pessoa?

O Wanderlei e eu não nos encaixamos. Nós batemos cabeça, mas os outros lutadores gostaram dele. A produção não gostou dele. Ele estava mandando os caras do próprio time para o hospital. Na primeira temporada ele mandou três do time dele para o hospital. Desta ele só mandou um. Quebrou o dente do cara num sparring.

Quem foi esse cara?

(Ismael) Marmota. Mas o Marmota adorou. Não ligou por ter quebrado o dente. Mas deixe o Marmota falar por ele próprio. Eu gosto dele, acho que merece uma chance no UFC também. De uma maneira geral, acho que o Wanderlei fez um bom trabalho como treinador. Ele comemorou exageradamente após algumas vitórias. Mas acho que ele fez um bom trabalho. E se cercou de bons profissionais no time, como (Luiz) Dórea e André Pederneiras.

Sabemos que não é seu trabalho, mas você acha que o Wanderlei deve ser demitido depois de tudo isso?

Não. Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família. Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que ele tenha opções melhores. Não quero vê-lo demitido.

Quanto aos estilos, como vê esse duelo contra o Vitor Belfort?

Vitor é muito bom, é difícil de dizer. Já o estudei muito. Tenho amigos que já o venceram e amigos que já perderam para ele. Conheço o Vitor muito bem, mas é difícil de dizer. Vai ser questão de momento. Ele é um cara muito perigoso.

Como está se sentindo sem TRT?

Acho que estou me sentindo bem. É diferente. Vários caras dizem que não há melhora na performance, mas foi para mim. Me senti melhor. Eu precisava de menos tempo dormindo, tinha mais energia. Me sinto um pouco diferente sem o TRT, mas regras são regras.

Você está feliz com essa regra? Acha que é a coisa certa a fazer?

Acho que existe uma grande diferença entre uso e abuso, e esse é o problema. É muito difícil manter as pessoas dentro dos limites. As regras são as regras. Posso dizer que de uma maneira geral eu fui um pouco hipócrita sobre isso. Eu provavelmente diria que deveria ser banido.

Não é fácil dizer isso, né?

Acho que sim. Mas de novo, estavam abusando. Havia um processo para isso e, se quisesse mesmo, teria de lidar com a imprensa e com alguns desentendimentos. Mas é o processo. Outros caras diziam que era legal e só se importavam em fazer, mas não é bem assim.

Se o Vitor não conseguir a licença, você aceitaria uma luta contra outra pessoa?

De novo, devo lutar contra o Anthony Johnson assim que o Minotouro deixar o card. É oficial. Não sou eu que estou falando. Foi aquilo: "Chael, esteja preparado. Minotouro assinou, provavelmente vamos precisar de você". Não sei quanto a essa data específica (5 de julho). Não consigo pensar em outra pessoa. Acho que o Vitor será aprovado. Houve um problema de relações públicas. Ele deveria lutar pelo título, e agora não vai. Mas está de volta. Alguns problemas devem ser resolvidos, assim como devemos ouvir algumas explicações. Mas aposto que deve haver uma boa explicação.
Muitos fãs questionam o fato de você ganhar sempre essas chances de disputar o cinturão. Acha que esses lutadores que estão chegando podem aprender contigo como se colocar nessa posição?
Acho que sim. Não é uma ciência espacial. Você apenas precisa estar preparado. Um dos melhores exemplos ocorreu com o Jon Jones. Foram até tantos caras, e todos disseram não. Uns disseram estar machucados, outros disseram que não havia tempo suficiente para treinar. Se você quer ter sucesso na vida, tem que se colocar na situação correta.

Como homem de negócios, acha que, se o Vitor ganhar a licença, ele deveria enfrentar o Weidman em vez de você?

Não sei se isso importa. Quero ver o Vitor lutando pelo cinturão, quero ver o Machida, o Muñoz. Para mim, Luke Rockhold agora é o cara do momento. E nem mencionei o Jacaré. Incrível. Vitor deveria lutar pelo cinturão? Não sei. Existe uma regra aí. Ele é o desafiante número 1, mas o Daniel Cormier também deveria ser nos meio-pesados. O que você vai fazer? É uma escolha pessoal.

Como está sua situação com o Brasil agora?

Cheguei ontem (quinta) à noite, tive uma boa noite de sono, comi uma comida incrível. Comi pizza, estava muito boa. Nunca pensei que o Brasil fosse um lugar com essa culinária incrível. Estou muito feliz por isso.

Dana nega demissão de Wand: "Ele está fora do UFC 175, não do UFC"

Dana White UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Ainda não foi dessa vez que Wanderlei Silva foi demitido do UFC. Horas após dizer a frase: "Ele está fora" (ou "He's done", em inglês), Dana White, presidente da maior organização de MMA do mundo, voltou atrás e disse que foi mal interpretado pelos jornalistas que conversaram com ele em Berlim, na Alemanha. Segundo Dana White, em conversa com o site "MMA Fighting", ele quis dizer que o veterano brasileiro estaria fora do UFC 175, e não da empresa.

- Minha intenção ao dizer que ele "estava fora" foi dizer que ele estava fora do UFC 175, e que a Comissão Atlética de Nevada decidiria o seu futuro. Ele continua sendo atleta do UFC. Por enquanto... - disse White.

O dirigente se encontra na capital alemã para o UFC Fight Night no Combate: Muñoz x Mousasi.

Dana diz que Wanderlei está fora do UFC e fala sobre sua fuga da NSAC

Dana White Coletiva UFC 175 (Foto: Evelyn Rodrigues)

O presidente do UFC, Dana White, disse nesta sexta-feira, em entrevista à revista "Fighter's Only", em Berlim, que o brasileiro Wanderlei Silva está fora do UFC. O lutador foi retirado do card do UFC 175, sendo substituído por Vitor Belfort na antepenúltima luta do evento, contra Chael Sonnen. Segundo o dirigente, Wanderlei simplesmente fugiu dos emissários da Comissão Atlética de Nevada (NSAC) quando eles o procuraram em sua academia para realizar testes médicos e antidoping surpresa.

- Wanderlei está fora do UFC. Logo após a conferência de imprensa do UFC 175, que aconteceu na véspera do UFC 173, em Las Vegas, membros da Comissão Atlética de Nevada foram até a academia de Wanderlei Silva para um exame antidoping surpresa. Wanderlei simplesmente fugiu deles, saindo correndo pela porta dos fundos da academia. Ele entrou em seu carro e foi embora. Depois, pelo que eu soube, entrou em um voo da Malasyan Airlines para algum lugar, e não soube mais dele.

Segundo Dana White, a NSAC é muito rígida com os seus protocolos.

- Se você não faz os exames que lhe são pedidos pela NSAC, eles simplesmente não concedem a licença para lutar no estado. Assim que oferecemos a luta para Vitor Belfort, ele aceitou. Sonnen também aceitou. Tudo agora depende da obtenção da licença por parte de Vitor. Ele terá que fazer todos os testes e exames que a Comissão pedir, e eu acho que serão muitos. A reunião que decidirá a questão é dia 16 de junho, e eu estou confiante que Vitor conseguirá a licença.

O dirigente também garantiu que, se vencer Chael Sonnen em julho, Vitor Belfort será o próximo desafiante ao cinturão dos pesos-médios.

- Se vencer, Vitor é o próximo desafiante. Caso Sonnen vença, teremos que ver. Não posso garantir que ele dispute o título, mas será uma vitória imensa para ele. Se Vitor não receber a licença para lutar, a luta entre ele e SOnnen será retirada do card do UFC 175 - finalizou.

Robbie "Problemas" Peralta? Rony Jason provoca: "Eu sou a solução"

rony jason mma ufc (Foto: Marcos Ribolli)

Rony Jason tratou de apimentar a sua luta contra o americano Robbie Peralta no card principal do TUF Brasil Final 3, neste sábado, em São Paulo. O peso-pena mandou uma mensagem ao seu oponente fazendo uma brincadeira com a palavra "Problems" (problemas, em inglês), apelido do lutador de 28 anos e que soma quatro vitórias em seis lutas pelo UFC.

- Ele é Robbie "Problemas" Peralta, e eu sou Rony "A Solução" Jason - brincou o cearense.

Em sua sexta luta no UFC, Rony sabe que vai ter um adversário complicado pela frente. Mas assegura que vai dar o seu máximo para engatar uma nova sequência de triunfos na organização. Após vencer a suas três primeiras lutas, ele levou um forte chute e foi derrotado por nocaute no primeiro round pelo americano Jeremy Stephens, no "UFC: Belfort x Henderson", em novembro, em Goiânia. No último duelo, em março, em Natal, derrotou Steven Siler por nocaute técnico.

- Eu tenho a plena convicção que eu vou meter uma mão e ele vai cair, que eu vou nocautear. Mas ele também tem poder suficiente de fogo. Apesar de sermos duas pessoas leves para a categoria, nós temos a mão pesada. Eu não gosto muito de ver luta do meu oponente. Eu prefiro não pensar muito no que ele é bom. Eu tenho mão dura e tenho um chão bom. E eu tenho certeza que na trocação ele é melhor do que eu. Mas trocação é questão de oportunismo e eu sou oportunista. Na última luta, eu levei 15 golpes e só dei dois para conseguir acabar a luta. Eu sei esperar. Eu me faço de morto, meio que de Jason, para dar o bote certeiro e vencer.

Sem nunca deixar de sonhar com o cinturão do peso pena, cujo dono é José Aldo, Rony Jason fez até uma projeção do que ele deve fazer para um dia ter a chance de lutar para virar um campeão do UFC:

- Com mais duas vitórias expressivas consecutivas, eu posso beirar uma luta pelo cinturão. Porque o José Aldo, quer queira quer não, está sem adversário. Com essa derrota que tive, eu dei muitos passos para trás. Mas, se Deus quiser, eu saio com uma boa vitória no sábado. Quando eu morava em Mossoró (Rio Grande do Norte) e dormia enrolado em um tatame, eu já sonhava ser campeão do mundo, campeão do UFC. E vou trabalhar muito e morrer tentando fazer com que isso aconteça. Eu treino para isso e eu ainda vou ter um cinturão do UFC na minha casa, porque eu prometi para minha cidade, Quixadá, no Ceará.

Para a luta deste sábado, Rony fez o seu camp de preparação em Natal. Apesar da escolha e da distância, o lutador assegurou que permance ligado à Team Nogueira, cuja sede é no Rio de Janeiro.

- Eu não saí da Team Nogueira, pelo contrário, o meu vínculo com a Team Nogueira está cada vez maior. Eu preferi fazer o meu camp em Natal pela comodidade.

Maldonado traça estratégia para luta contra Miocic: "Banho de sangue"

Maldonado Tuf 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)

Fábio Maldonado é conhecido por sua resistência e já travou batalhas dentro do octógono. Neste sábado, em São Paulo, no TUF Brasil 3 Final, o paulista terá pela frente o americano Stipe Miocic, que está no top 10 da categoria peso-pesado do UFC. O coração é uma boa arma de Maldonado, que contou qual será o plano de jogo para a luta (veja no vídeo ao lado): - A estratégia é um banho de sangue. Essa é a estratégia, do fundo do meu coração.

Empolgado, Maldonado afirmou que vai para o "suicídio" contra Miocic e não descartou nem levar a luta para o chão, mesmo tendo o boxe como seu ponto forte:

- A diferença vai ser o wrestling, onde ele realmente é bem melhor. No boxe ele é muito forte. Ele abalou o Roy Nelson, que é nocauteador. O Roy Nelson nocauteou muito mais gente nos pesados do que eu nos meio-pesados. Ele (Miocic) já está acostumado com nocauteadores. O Roy Nelson tem um nocaute devastador, e ele deu um pau no cara. De repente quem pode levar a luta para o chão sou eu. Não sei. Vou para o suicídio, é o que posso prometer. A gente já viu grandes strikers serem nocauteados e grandes lutadores de jiu-jítsu serem finalizados. Então, tudo pode acontecer.

O "Caipira de Aço" também elogiou o boxe de Miocic, mas não quis ficar enaltecendo muito as qualidades do adversário:

- A vida inteira eu apanhei e virei lutas. Tudo pode acontecer. Ele é um cara muito forte. Até no boxe ele pode me surpreender. Estou treinado. A turma do Demian Maia me ajudou bastante, o pessoal da minha cidade (Sorocaba-SP) e das cidades vizinhas. Você sabe que vou para dentro. Ele é um cara grandão, respeitador. Ficar falando dele aqui pega mal para mim.

Família de Cara de Sapato lembra dos desafios do lutador até chegar ao TUF

Família amigos Cara de Sapato, TUF (Foto: Hévilla Wanderley / GloboEsporte.com/pb)

Um garoto hiperativo, que sofreu com síndrome do pânico e viu seu primeiro professor ser assassinado. Que precisou superar o medo dos pais diante do esporte. E que não aceitava menos do que o primeiro lugar. É este o resumo que os amigos e a mãe do lutador paraibano Antônio Carlos Júnior, apelidado de Cara de Sapato, fazem do atleta. Finalista da terceira edição do The Ultimate Fighter Brasil, Cara de Sapato vai contar com o apoio de pelo menos 30 pessoas próximas que saíram de João Pessoa para acompanhar a principal luta da carreira do jovem no octógono, que acontece neste sábado em São Paulo. Entre eles, está a mãe do finalista, Wilma Monteiro, que vai assistir pela primeira vez uma luta do filho.

Ela nunca conseguiu ver suas “batalhas” no octógono ao vivo, nem mesmo pela TV. Só via depois que as pessoas diziam que ele tinha vencido o duelo. Preocupado com a reação da mãe, o lutador também não permitia a presença dela nos locais de luta. Mas desta vez é “diferente”, como a própria Wilma afirmou, enquanto orgulhosamente falava sobre a carreira e a personalidade do filho.

O outro lado: fotos que mostram a vida do lutador fora do octógono

Antes da viagem, e junto com os amigos mais chegados, que se dividiram entre o sofá, o chão e algumas cadeiras espalhadas pela sala, a reportagem visitou a mãe do lutador, que relembrou historias de um garoto “traquino”, com espírito de campeão e que sempre se esforçou para ser o número 1. E antes de descobrir sua grande paixão pelo jiu-jítsu, o paraibano ainda tentou competir em provas de hipismo, judô, taekwondo, natação e futebol.

- Quando começava um esporte, ele já entrava de cabeça e sempre vinha com o discurso de que ia ser campeão - relembra a mãe, que apesar dos muitos apelidos do filho permanece chamando-o pelo primeiro deles, Juninho.

Desde pequeno, o lutador sempre teve alguns problemas de hiperatividade. Por causa disto, ele não conseguia prestar atenção na aula e nem deixava os demais em paz. A mãe confessou que perdeu a conta das vezes em que foi chamada no colégio do filho e “convidada” a tirar o garoto da escola.

- Ele só parava quando dormia. Era eu e a babá para cuidar dele e a gente não conseguia. Uma vez eu saí de casa e ele ficou com a minha filha Caroline e com a babá. Pouco tempo depois, Caroline me ligou pedindo que eu voltasse para casa, porque Juninho estava com um cinturão batendo nas duas. E isto ele tinha apenas três anos - contou.

Durante quatro anos da sua vida, ele se dedicou à natação. Acordava cedo e ia para o colégio às 5h para praticar antes da aula. À tarde, treinava novamente. Chegou a disputar provas e ainda ficou em terceiro na Copa dos Campeões, na Bahia. Mas tudo mudou em meados de 2004, quando ele ficou doente e passou um mês inteiro de cama.

Na volta aos treinamentos, ele sentiu dificuldades para acompanhar o ritmo dos outros alunos, ao mesmo tempo, não aceitava ficar fora dos primeiros lugares. Frustrado com o seu desempenho, ele resolveu desistir da natação.

Quando deixou o esporte, um amigo o levou para o jiu-jítsu. A mãe confessou que foi paixão desde a primeira aula. Mas Wilma não levou a sério, porque já vira o filho se apaixonar outras vezes por outros esportes e depois de um tempo abandoná-los. E, para falar a verdade, ela torcia por isto.

- Como todos os outros esportes, ele costumava se apaixonar e depois desistir. Inclusive, eu e o pai dele estávamos rezando por isso. Porque naquela época o jiu-jítsu era muito marginalizado, achávamos que era coisa de bandido. Mesmo assim, ele já dizia que iria para o MMA. Aí que não queríamos mesmo. Entretanto, ele começou a se acalmar mais e foi descarregando as energias nas lutas - confessou Wilma.

Início do sonho

Embora a família do atleta visse o jiu-jítsu com maus olhos, Cara de Sapato nunca desistiu de ser lutador. Ele nunca faltava às aulas e nem perdia o foco. Outro fator importante do atleta, segundo o amigo e empresário Maikol Leal, era a autoconfiança. Os dois se conheceram há nove anos no tatame, quando passaram a treinar juntos.

- Ele sempre quis isso para a vida dele. Era o único que dizia que queria ser lutador e naquela época já se destacava. Quando íamos para os campeonatos, todo mundo ficava muito nervoso. Mas ele era o oposto, ficava confortável. Era o show dele. E isto se consegue com foco, treino e autoconfiança – explicou.

Além de enumerar as qualidades do amigo, Maikol ainda revelou que o lutador é péssimo perdedor, do tipo que briga até em jogo de dominó. Mas que isto não fazia dele menos querido. Pelo contrário, os amigos e a família estão satisfeitos e orgulhos do desempenho do finalista, principalmente para quem presenciou todas as dificuldades que ele passou.

Família amigos Cara de Sapato, TUF (Foto: Hévilla Wanderley / GloboEsporte.com/pb)Amigos de Cara de Sapato contam histórias sobre o começo da carreira do lutador na Paraíba (Foto: Hévilla Wanderley / GloboEsporte.com/pb)

- Tem um pouquinho da gente que treinou e que cresceu junto com ele. Não lutamos um contra o outro porque éramos da mesma equipe, mas já treinamos juntos. Apanhei muito dele, e acredito que isto tenha ajudado também - brincou Maikol.

Superando os medos

Tanto a mãe, como os amigos, destacaram que uma das principais qualidades do atleta foi a capacidade de enfrentar os seus próprios medos. Quando criança, Cara de sapato chegou a desenvolver a síndrome do pânico, mas esta só se agravou em 2011, após a perda do amigo e primeiro professor, Rufino Gomes de Araújo, mais conhecido por "Morceguinho". Ele foi assassinado em João Pessoa, quando saía de um treinamento.

- Foi terrível. Ele ficava dizendo que ia morrer. Na época, comprou um aparelho de pressão e ficava medindo de dois em dois minutos. Ele também esmurrava as portas e dizia que não aguentava mais. Eu orava com ele e isto o fazia se acalmar - declara a mãe.

Em meio à crise, surgiu a oportunidade de competir no torneio de Abu Dhabi. Por causa da síndrome, ele passou a ter medo de avião. A mãe o aconselhou a não disputar a competição, até porque ele não tinha treinado. Mas não foi bem assim que aconteceu:

- Um dia ligaram para ele e disseram que a passagem estava comprada para o dia seguinte. Juninho ficou desesperado. Fomos para o quarto e oramos muito. No outro dia, ele acordou e disse que ia, mesmo não estando curado. Fiquei apavorada. No final, ele foi e conseguiu ficar em terceiro lugar. Ele sempre foi de enfrentar os medos. Sabe como ele perdeu o medo de avião? Pulando de pára-quedas - declarou.

Depois do torneio de Abu Dhabi, ele resolveu se arriscar no MMA e teve o apoio do veterano Junior Cigano, que “adotou” o paraibano e o vem apoiando nesta nova fase. Tanto que durante dois meses em que esteve morando no Rio de Janeiro, Juninho morou com Cigano.

A irmã do finalista, Caroline Oliveira, definiu o veterano como um cara de uma personalidade tranquila, diferente do que ela mesma pensava de lutadores de MMA.

- Eu tenho muito orgulho do meu irmão, mas este não é o meu universo. Confesso que eu tinha certo preconceito. Mas, quando conheci o Cigano, eu o achei muito doce e perdi esta concepção de que este esporte era feito por pessoas violentas, porque ele é o tipo de cara que beija e abraça meu irmão, sem medo de comentários maldosos - afirmou Caroline.

Com apenas 24 anos, o paraibano está na final dos pesados contra Vitor Miranda. A luta acontece no próximo sábado, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Se vencer, Juninho ganha a assinatura de um contrato com o UFC e entra para a elite dos lutadores de MMA.

Vitor Miranda elogia Sonnen como treinador e pessoa: "Extraordinário"

Vitor Miranda Final Tuf 3 (Foto: Marcos Ribolli)

Chael Sonnen não era lá muito querido pelos brasileiros num passado recente, mas conseguiu mudar um pouco de sua imagem ao ser treinador do The Ultimate Fighter Brasil 3. O americano mostrou um lado até então desconhecido da maioria e passou a ser muito admirado principalmente pelos atletas do seu time no reality show. Um dos mais experientes, o finalista peso-pesado Vitor Miranda foi só elogios a Sonnen, a quem chamou de extraordinário:

- Existem dois Sonnens: o da frente das câmeras, que aparece quando ele tem um alvo, que é o próximo oponente dele, e tem a pessoa Sonnen. Como pessoa, ele é extraordinário, atencioso, educado, faz o máximo que está ao alcance dele para te ajudar. E o Sonnen marqueteiro e falastrão é o que ele faz para a câmera para promover a próxima luta dele. E realmente ele promove e ganha muito dinheiro com isso. Eu entendi isso. Ninguém o conhecia antes, e não tem como ele esconder uma coisa que realmente é em 60 dias de gravação. Ele mostrou que é de verdade, e para nós é um cara excepcional. Como treinador, sabe muito. Tem uma didática muito boa, principalmente dentro da área dele, o wrestling. Sabe dar uma aula como ninguém nessa área de wrestling. Se sou finalista, devo muito a ele, que me ajudou no programa não só como técnico, mas incentivando no dia a dia, motivando e falando coisas positivas. Aprendi muito com ele - disse ao GloboEsporte.com.

Vitor Miranda contou que Sonnen tem mantido contato frequente com ele, sempre oferecendo-lhe ajuda. O brasileiro quer manter contato, apesar das diferenças que existem nos mundos:

 - Tenho mantido contato. Para você ver como ele é um cara excepcional, acabou o programa, ele pode muito bem pegar o dinheiro dele e tocar a vida. Não. Ele me manda e-mail quase toda semana só com a seguinte frase: "Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?". Isso já mostra muito do caráter dele. Ele não está fazendo isso para aparecer. Está fazendo secretamente comigo, e acredito que faça com outros lutadores também. Prova o caráter dele. Pretendo manter esse contato na medida do possível. Somos de equipes diferentes. Ele é adversário direto dos meus companheiros (Rafael Feijão e Rogério Minotouro, por exemplo). Cada um no seu lugar, mas ele tem todo meu respeito. Se eu precisar, tenho certeza que vai me ajudar de alguma maneira. Com certeza vou manter essa amizade.

O finalista também elogiou seu oponente deste sábado, Antônio Carlos Júnior, o "Cara de Sapato", e disse que se surpreendeu com ele no programa:

- Acho justo o Cara de Sapato estar na final, porque se mostrou um grande atleta. Ninguém o conhecia quando começou o programa. A gente sabia que ele era um bom lutador de jiu-jítsu, mas não sabia se ele estava adaptado ao MMA. A gente sabia que ele sparring do Cigano, mas uma coisa é ser sparring, outra é ter a qualidade do Cigano. Aí ele foi mostrando luta a luta na casa que merece estar na final. Então, vai ser uma luta dura. Ele mostrou ser um cara muito bom. Vai ser praticamente um jogo de estilos. Ele vai querer o dele, e eu vou querer fazer o meu. Tomara que saia um espetáculo.

[Video] Jerome Le Banner volta a vencer

O veterano do kickboxing Jerome Le Banner 77-22-2 (62 KOs=80%) continua a a dar cartas e a distribuir nocautes. Ontem no evento frânces Final Fight: Retour aux Sources enfrentou o lutador de 28 anos Lucian Danilencu 30-10-2 (16 knockouts) (13 anos mais novo que Le Banner). A luta disputada na classe dos pesados viu Le Banner levar o público local ao rubro ao vencer por nocaute no segundo round

sexta-feira, 30 de maio de 2014

[Video] Pesagens Final TUF Brasil 3


[Video] Pesagens UFC Fight Night Berlin


[Video] ONE FC 16: Honor and Glory


Ben Askren x Bakhtiyar Abbasov  

Eddie Ng x Vincent Latoel  

Honorio Banario x Jadamba Narantungalag  

Caros Fodor x Willy Ni  

Majee Overall x Bruno Pucci  

Chi Lewis-Parry x Alain Ngalani  

UFC quer Mark Hunt contra Roy Nelson em Saitama, no Japão

Roy Nelson pode enfrentar Mark Hunt em Setembro no Japão


O UFC está buscando agendar o confronto entre Mark Hunt e Roy Nelson para uma possível edição do evento em Saitama, no Japão. O confronto aconteceria em setembro e marcaria o confronto de dois dos punhos mais potentes do MMA mundial na atualidade.

A dúvida que ainda permanece é o tempo de recuperação de Nelson, que passou por cirurgia na mão, e ainda ficará algum tempo de fora do octógono. A luta vem sendo pedida por fãs do evento há algum tempo, e seria um épico, entre dois dos mais fortes e resistentes lutadores do mundo.

Ariel Helwani, que revelou o possível confronto durante o programa UFC Tonight, deixou claras as proporções que o combate pode tomar:

"Me disseram que o UFC realmente quer colocar Hunt contra Nelson. Os fãs iam amar. Precisamos saber como será a recuperação da mão de Nelson, mas, se tudo correr bem, talvez se enfrentem no dia 20 de Setembro, em Saitama, no Japão"

Com mudança de adversário, Sonnen compara: ‘Vitor é muito bom, e Wand é horrível’


Todos foram pegos de surpresa quando a notícia de que Wanderlei Silva daria lugar a Vitor Belfort no duelo com Chael Sonnen, marcado para o dia 5 de julho, estourou. A informação tornou-se pública na última quarta-feira (28), e, horas depois, o falastrão americano usou um programa de  TV para pronunciar-se sobre o assunto. E foi enfático nas declarações.

“A diferença entre os dois é que o Vitor é muito bom, e o Wanderlei é horrível. Foi por isso que eu o chamei para lutar comigo. Ele é uma grande atração, tem uma boa base de fãs e é horrível. Teria um retorno financeiro fácil nessa luta contra ele. Já o Vitor, não é fácil. Ele é muito duro, cara. Ele é o lutador favorito da minha mãe. Ela me encontrou hoje e me perguntou: ‘Para quem devo torcer?’”, disse Chael, em entrevista ao programa UFC Tonight. “Não tenho nenhuma mensagem para o Vitor. Ele aceitou a luta, e, agora, temos um encontro marcado. Você apareceu e espero que esteja pronto para ser pisoteado”, disparou.

Chael Sonnen tinha encontro marcado com Wanderlei Silva, já que ambos foram os treinadores da terceira edição brasileira do TUF e protagonizam uma das maiores rivalidades do MMA atualmente. A princípio, os dois se enfrentariam no Brasil, mas, depois de longo imbróglio, Dana White, presidente do UFC, resolveu levar o duelo para Las Vegas. A história por trás da ausência de Wand no tão aguardado confronto ainda carece de explicações. A expectativa é que o Ultimate se pronuncie nos próximos dias.

Gustafsson, para Jon Jones: "Assine logo esse contrato. É tão simples..."

Encarada UFC 165 Jon Jones e Gustafsson (Foto: Getty Images)

Após ser derrotado em uma luta épica por Jon Jones no UFC 165, o sueco Alexander Gustafsson parece ter ganhado força para exigir que o campeão dos meio-pesados do UFC aceite de uma vez por todas a luta entre os dois, a princípio sugerida pelo UFC para o UFC 177, que acontece dia 30 de agosto em Las Vegas. Usando de ironia, o escandinavo disse não entender qual a dificuldade enfrentada pelo americano para confirmar o duelo entre os dois.

- Existe um papel para se assinar em cada luta que se faz. É parte do nosso trabalho. Você recebe uma oferta de luta, concorda com ela e assina o contrato. Pronto. É tão difícil assim? Não sei nada sobre as negociações que estão sendo feitas com ele. O UFC é o meu trabalho. Aqui eu vivo o meu sonho. Portanto, não há o que discutir. Pelo menos para mim é assim... - disse Gustafsson ao site "MMA Junkie".

Jon Jones ainda não confirmou se aceita ou não a oferta da luta, e as negociações com o UFC estão em andamento. Dana White confirmou, durante o UFC 173, que Gustafsson é o desafiante número um, e que Daniel Cormier, após vencer Dan Henderson, enfrentará o vencedor desta disputa.

Para o sueco, lutar em seu país seria o ideal, mas ele parece conformado com a ideia de que sua revanche contra Jones aconteça novamente fora de seus domínios - o UFC 165 foi disputado em Toronto, no Canadá, em setembro de 2013.

- Claro que eu preferiria lutar na Suécia, que é a minha casa. MAs, se a luta não vai acontecer lá, que seja em Las Vegas. Na verdade, não dou a mínima para o que ele pensa ou faz. Para mim, a questão se resume a assinar o contrato - finalizou Gustafsson.

Chefe da NSAC diz que Wanderlei teve tempo, mas não quis ser testado

Vitor Belfort MMA (Foto: Ivan Raupp)

Aos poucos a polêmica retirada de Wanderlei Silva do card do UFC 175, no qual enfrentaria Chael Sonnen na antepenúltima luta da noite de 5 de julho, em Las Vegas, começa a ganhar mais elementos e explicações. Nesta quinta-feira, o comissário da Comissão Atlética de Nevada (NSAC), Robert Bennett, disse ao site "MMA Fighting" que Wanderlei optou por não realizar os exames médicos e antidoping protocolares, apesar de ter muito tempo para isso, enquanto Sonnen teria cumprido todas as exigências, inclusive submeter-se a exames surpresa durante a semana do UFC 173.

Ainda segundo o site, Bennett também teria revelado que Vitor Belfort já submeteu seu pedido de licença para lutar no evento, e que a solicitação será avaliada pela entidade, que tem até o dia 17 de junho para conceder ou não a permissão. Belfort deverá ser solicitado a fazer exames suplementares, uma vez que já foi flagrado por uso de substâncias proibidas no passado.

- Devido a problemas com o licenciamento de Wanderlei Silva no estado de Nevada, o UFC foi forçado a buscar um substituto para enfrentar Chael Sonnen no UFC 175. Vitor Belfort aceitou enfrentar Chael Sonnen, mas a luta está condicionada a Belfort receber a licença da NSAC para competir em Las Vegas - afirmou o UFC, através de um comunicado oficial.

Maldonado revela que já pensou em pedir demissão do UFC duas vezes

fabio maldonado ufc treino geral (Foto: Marcos Ribolli)

Sinceridade é uma marca de Fábio Maldonado. O brasileiro, que neste sábado enfrenta Stipe Miocic pelo peso-pesado (até 120kg) na luta principal do TUF Brasil 3 Final, respondia uma pergunta do Combate.com sobre ganhar moral com o UFC por ter aceitado subir de divisão com tempo curto para treinar, a fim de "salvar" o card, quando revelou que poderia não estar na posição de hoje se tivesse sucumbido a uma dúvida que o rondou em dois momentos: deveria pedir demissão? (veja no vídeo). - Não estou aqui para (ganhar) moral. Já pensei em pedir demissão do UFC duas vezes, contra o Igor Pokrajac e contra o Glover. Contra o Pokrajac achei que foi injusto (o resultado, derrota por pontos em maio de 2012), e contra o Glover fiquei com muita vergonha (derrota dominante por nocaute técnico, em outubro de 2012). Pensei: "Poxa, o que estou fazendo aqui?". Contra o Glover nem tanto, mas contra o Pokrajac eu pensei em pedir demissão mesmo. Mas o UFC não tem culpa dos jurados e tal. Eu não faço as coisas para ganhar moral, não faço nada para dar show. Se meu estilo fosse botar para baixo e amassar, eu faria. É que eu sou desse jeito. Se eu tomar 30 socos e acertar 20 ou 30 também, o outro lutador vai ficar mais grogue do que eu e cansar mais. E eu acerto bem. O que preciso é esquivar um pouco melhor. Por isso eu levo esse estilo, que é um ingrediente para vencer.

Maldonado disse que aceitar a luta foi uma questão de honra, mas fez uma ressalva para o caso de hipoteticamente ser detentor de um cinturão e ter de defendê-lo:

- Com certeza (foi uma questão de honra). Claro, a gente não pode ser burro. Se eu fosse campeão do UFC, não aceitaria uma luta a duas ou três semanas dela. Só se eu fosse campeão dos meio-pesados e fizesse uma luta normal nos pesados, aí eu poderia aceitar. Mas, valendo título, não. É um pouco questão de honra. Nasceu meu terceiro filho há dois dias. Se eu não aceitar, o que vou dizer para ele quando crescer? Minha profissão é muito difícil. No sábado, ganhando ou perdendo eu posso apanhar muito, posso me machucar muito. Mas quem disse que a profissão de um policial ou de um lixeiro não é difícil? Vou para dentro. Sou frio. Fico mais nervoso no vestiário. Na hora lá eu aperto a tecla "dane-se" e "pau no gato". Não tem mistério.

O "Caipira de Aço" acredita que, se vencer Miocic, vai merecer um lugar no top 10 dos meio-pesados (até 93kg) do UFC, apesar de a luta ser pela divisão dos pesados:

- Acredito que seja justo eu me classificar entre os 10. O (Vitor) Belfort venceu o Dan Henderson no meio-pesado e foi classificado já para lutar contra o campeão (dos médios, Chris Weidman). Justo que, se eu ganhar de um peso-pesado, eu esteja no top 10 (dos meio-pesados).

O nervosismo de Maldonado, segundo ele, aparece somente antes da luta. O fato de ser o centro das atenções num evento principal não aumenta a pressão em cima dele:

- Isso é coisa passageira, todo mundo sabe disso. Já tive em outras ocasiões. Quando lutei contra o Glover, tive muita atenção também. Não pode deixar isso subir à cabeça e tem que chamar a responsabilidade na hora H. É tudo passageiro. Se eu fosse lutar no card preliminar, a primeira luta, ficaria nervoso também.

Maldonado viu nascer esta semana, justamente a da sua luta, o seu terceiro filho, Daniel. O atleta de Sorocaba-SP brincou com a esposa Catarina ao responder se o combate era diferente dos demais por conta do nascimento da criança:

- A única diferença é que a mãe dele é muito louca. Eu que sou o ajuizado do casal, para você ter uma ideia. Ela gritava no hospital. Eu falava para ela: "Não é só você que está tendo filho hoje. Todo mundo teve filho aqui". As outras grávidas estavam ali com os bebezinhos. Ela é escandalosa e tudo, mas é uma grande mãe. Amo a Catarina. Cuida muito do Igor (seu segundo filho), vai cuidar muito bem do Daniel, e trata muito bem também a minha filha Júlia Vitória, que não é filha dela - disse ele, que não deixou a esposa assistir ao próximo duelo.

Demian tira o foco do cinturão para voltar a vencer: "Me atrapalhava"

demian maia ufc treino geral (Foto: Marcos Ribolli)

Demian Maia aprendeu com as derrotas nas suas duas últimas lutas. Ao atingir a sua pior sequência negativa desde que entrou no UFC, no já distante ano de 2007, o meio-médio (até 77kg) decidiu parar de pensar na busca pelo cinturão. Segundo o veterano de 36 anos, imaginar quando ele poderia novamente lutar para ser campeão do UFC estava sendo prejudicial para a sua carreira. É assim, com outro foco, que Demian vai entrar no octógono para enfrentar o russo Alexander Yakovlev, na segunda luta do card principal do TUF Brasil 3 Final, neste sábado à noite, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

- Não faço mais projeção para a chance de eu lutar pelo cinturão. Desde que eu entrei no UFC, eu ficava fazendo projeção de quando eu lutaria pelo cinturão. E isso me atrapalhava. Depois que eu disputei o cinturão com o Anderson Silva (no UFC 112, em abril de 2010), eu fiquei muito nesse foco de disputar de novo e isso me atrapalhou. Eu só colocava mais pressão em cima de mim. O meu objetivo precisa ser treinar cada vez mais e estar mais preparado. O resto não está sob o seu controle. Tanto que, às vezes, você está o mais bem preparado possível e você toma um soco no queixo e acabou - afirmou.

Antes das duas derrotas, Demian caminhava justamente para lutar pelo cinturão da categoria meio-médio, já que, após descer do médio (até 84kg), ele vinha de três convincentes triunfos no seu novo peso. Agora, vencer Yakovlev tem outro significado. O paulista sabe que ser batido três vezes seguidas poderá comprometer a sua continuidade no UFC.

- Uma derrota compromete o meu futuro no UFC. Eu luto no UFC desde 2007, já faz um bom tempo. Eu vou para a minha 19ª luta no evento. Eu sei como funciona e sei a pressão que é. Eu nunca tinha passado por essa situação de vir de duas derrotas, mas é sempre gigante a pressão. Essa luta é muito importante para mim, por tudo isso. E também por eu estar lutando na cidade onde nasci, estudei e moro.

Ao ser questionado sobre o seu conhecimento acerca de Alexander Yakovlev, Demian fez um mistério, mas deixou claro que ele sabe como derrotar o russo.

- Eu vi algumas fitas. Eu conheço o jogo dele e estudamos de acordo com o que ele faz em uma luta. Mas não posso falar a estratégia para vencer. Essa luta é muito importante para mim. Eu venho crescendo a cada luta. E eu não posso achar que eu piorei por ter duas derrotas seguidas. No meio-médio, eu tive duas derrotas, uma que eu acredito que não foi, a para o Jake Shields. E a outra para o Rory (MacDonald), que é um atleta excelente e está quase para disputar o título. Foi uma luta muito dura e eu poderia ter vencido.

Stipe Miocic ignora risco de derrota contra Maldonado: "Vou vencer"

TUF final Fábio Maldonado MIOCIC (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Quando Junior Cigano se lesionou e foi substituído por Fábio Maldonado do card do TUF Brasil 3 Final, o peso-pesado americano Stipe Miocic se viu numa "sinuca de bico": se vencer o lutador paulista, vindo de uma categoria abaixo da sua, ouvirá todos dizerem que "não fez mais que a obrigação" e pouco lucrará. Se perder, verá sua ascensão no ranking do UFC parada e o sonho de disputar o cinturão ainda mais longe. Miocic, todavia, não quer nem saber dos riscos e assume uma mentalidade de lutador para o desafio. - É uma luta, não importa com quem é, vou vencer. Não me importo se vou vencer ou perder, vou simplesmente vencer. As pessoas dizem que é (uma situação de) "perder ou perder", para mim é uma luta, não importa o que aconteça - afirmou Miocic à imprensa após o treino aberto do TUF Brasil 3 Final.

Apesar de monossilábico, o peso-pesado esbanjou confiança, o que creditou aos seus treinadores. Ele negou, porém, que a diferença de altura entre os dois (1,93m de Miocic para 1,85m de Maldonado) influencie no combate.

- Eu sabia que ele tinha 1,85m, mas o tamanho não importa. Ele é um cara duro, vem para lutar. Ele é um bom boxeador, vai pra briga toda vez. Vou entrar lá dentro e trazer a vitória de qualquer jeito. Acho que ele gosta de lutar na curta distância, de perto, e eu gosto de lutar mais por fora, manter minha distância. Quem conseguir implementar seu plano de jogo vai levar a melhor - analisou.

Após o duelo contra Maldonado, Miocic ainda pretende encarar Cigano no futuro.

- Sim, mas agora só me preocupo com sábado. Seria ótimo (pegar Cigano depois disso), mas agora só me importo com sábado - concluiu.