quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cyborg acha Tate mais 'centrada' e Ronda 'desequilibrada' no TUF

Montagem Cris Cyborg e Ronda Rousey (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)

Após ficar um ano parada por causa de um exame positivo de doping, a lutadora brasileira Cris Cyborg deu a volta por cima em 2013. Depois de perder o cinturão do Strikeforce e ser muito criticada por ser flagrada pelo uso de estanozolol, a curitibana assinou com o Invicta FC neste ano e, após duas apresentações dominantes, já se tornou campeã dos pesos-penas do evento de MMA dedicado exclusivamente a mulheres. Apesar disso, a curiosidade dos fãs ainda se vira para a rivalidade entre Cyborg e Ronda Rousey, atual campeã peso-galo feminino do UFC, que foi uma das principais críticas da brasileira após ela cair no exame antidoping. No momento, Rousey está programada para enfrentar Miesha Tate no UFC 168, em 28 de dezembro, e as duas protagonizam atualmente o reality show The Ultimate Fighter, em que atuam como treinadoras de duas equipes de lutadores de MMA aspirantes. Cyborg vem acompanhando a temporada e vê Tate em vantagem psicológica, embora acredite que isso não vá afetar o combate entre elas.


- Vendo um pouco do TUF, acho que a Ronda é meio desequilibrada. Acho que a Miesha é mais centrada. Não sei se é por que a Miesha é mais nova, não sei, mas a Miesha é mais centrada do que a Ronda, bastante competitiva também. Acredito que esse negócio de psicológico pode afetar muito, mas o que resolve dentro do octógono é o seu treinamento e seu foco. Eu nunca deixei afetar nada. Todo mundo que me segue sabe a dificuldade que passei, e nunca deixei as críticas nem as dificuldades me atrapalharem. Usei isso para me fortalecer, para treinar, e acho que, nas minhas lutas de agora, estou muito melhor do que antes, muito mais consciente. Tudo que acontece te fortalece. A Miesha e a Ronda vão estar muito preparadas e quem tiver o plano certo vai vencer - afirmou Cyborg nesta quarta-feira, ao anunciar sua parceria com o Botafogo.

A brasileira espera mais de Miesha Tate na revanche contra Ronda Rousey - ela foi derrotada pela atual campeã com uma chave de braço no primeiro encontro entre elas, ainda pelo Strikeforce, em março de 2012.

Brasileira Cris Cyborg sempre foi especulada para enfrentar Ronda Rousey, mas em função da diferença dos pesos, o combate nunca chegou a sair do papel (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)

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- Todo mundo sabe o que a Ronda faz: ela pega no armlock e tem a queda do judô. Acredito que a Miesha vai estar mais preparada para essa luta, mas, infelizmente, em todas as lutas que vou dela (Ronda), todo mundo sabe o que ela vai fazer e mesmo assim ela faz. Mas espero que a Miesha esteja mais preparada para essa luta. Venho assistindo à casa do TUF, às duas, e com certeza a Miesha tem muito mais a mostrar nas lutas. Ela tem mais armas para ganhar do que a Ronda, mas tem que ser uma arma eficiente. Qualquer uma que ganhar, para mim, não tenho preferência nenhuma, mas se a Ronda ganhar também, vai ser um lutão. Independente de ela ganhar ou perder, seria uma luta interessante para mim - analisou.

Antes de pensar em enfrentar a vencedora, porém, Cyborg tem dois obstáculos pela frente. Um é sua terceira luta pelo Invicta, a última de seu contrato, que deve acontecer no final de novembro ou começo de dezembro. A ideia é que ela defenda o cinturão peso-pena (até 65,8kg), mas ela admitiu que a organização a sondou sobre a possibilidade de lutar na categoria de cima (até 70kg), por falta de adversária. Além disso, a brasileira deve disputar em breve o cinturão do Lion Fight, evento de muay thai em que lutou na última sexta-feira e derrotou Jennifer Colomb.
 
O outro obstáculo é seu empresário: Tito Ortiz, que tem relação conturbada com o presidente do UFC, Dana White. O chefão do Ultimate repetiu várias vezes que seu ex-cliente e desafeto foi o principal responsável pela dispensa de Cyborg, cujo contrato com o Strikeforce foi herdado pelo UFC quando o evento foi fechado, mas não houve acordo sobre como ela poderia ser mantida na organização. Apesar disso, Cyborg mantém a lealdade ao ex-campeão peso-meio-pesado e acredita que a força de suas atuações será suficiente para convencer o Ultimate a lhe dar nova chance.

- Acho que, se eu continuar fazendo boas lutas e continuar nocauteando, ninguém vai apagar o que estou fazendo. Com certeza, quando você faz um trabalho honesto todos os dias pelo que quer conquistar, chega um dia que não vai ter como me frear. Todos os fãs já querem me ver no UFC, mas acho que estou muito feliz no Invicta. Se eu for lutar no UFC, quero lutar representando o Invicta, porque quero que o Invicta cresça junto comigo, elas abriram as portas para mim e o Invicta é minha casa agora. Quanto mais eu crescer e buscar meu espaço fora, não vai ter como ele me frear e proteger a Ronda. Ele vai ter que liberá-la. essa luta é esperada por todo mundo, por todos os fãs. A dificuldade para conseguir essa luta agora é o peso, mas eu já falei que não me importaria com o cinturão do UFC, mas em fazer essa luta pelos fãs, e que se fizéssemos essa luta em peso casado, já que ela era da minha categoria e desceu, como todo mundo sabe dessa história… Eu lutaria sem ser pelo cinturão e voltaria ao Invicta - disse Cyborg.

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