sábado, 26 de abril de 2014

Bethe Pitbull não se preocupa com maior envergadura de adversária

Jessamyn Duke x Bethe Correia UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Depois de vencer Julie Kedzie em sua estreia no Ultimate, Bethe "Pitbull" Correia volta ao octógono neste sábado para duelar contra a ex-TUF 18 Jessamyn Duke pelo card preliminar do UFC 172, em Baltimore, EUA. E os 15 centímetros de diferença de altura entre ela e a adversária não preocupam a brasileira, que garante estar acostumada a enfrentar meninas mais altas. - Essa diferença de envergadura não me incomoda não, até porque sempre lutei com meninas mais altas do que eu e fui treinada para isso. Eu fiz um bom camp, vi os vídeos dela, vi que ela é bastante agressiva, assim como eu, então eu treinei bastante, evoluí muito desde a minha última luta, estou desde janeiro em camp e o meu treinamento foi para não deixar que ela cresça sobre mim. Eu quero ir lá e continuar mostrando a minha agressividade e buscar sempre o nocaute - exclamou a brasileira, em entrevista ao Combate.com.

A adversária de Bethe, Jessamyn, foi integrante do time de Ronda Rousey durante as gravações do TUF 18 e acabou sendo “adotada” pela campeã peso-galo do UFC - hoje elas inclusive moram na mesma casa, na Califórnia, juntamente com outra integrante do programa, Shayna Baszler, e a melhor amiga de Ronda, Marina Shafir. O fato de enfrentar uma protegida da atual campeã da divisão não muda em nada a mentalidade da atleta, que se diz 100% confiante do resultado positivo.

- A Jessamyn participou do TUF e tudo o que é informação de um atleta nos ajuda, mas não tem muito segredo. Eu sempre prefiro acreditar em mim. A pessoa olha o adversário porque é bom saber o que ele faz, quais são os pontos fortes. Mas se ela fosse uma estreante, eu ia entrar lá e fazer o meu sem saber muito sobre ela. Treinei muito e prefiro confiar no meu jogo do que pensar no que ela vai fazer, porque isso só atrapalha a cabeça do lutador. Eu confio muito no meu taco, prefiro me concentrar no que eu preciso fazer para melhorar e não no que ela está melhorando - explicou.

Invicta na carreira há sete lutas, Bethe vem de vitória sobre Julie Kedzie, por decisão dividida dos juízes. Bem-humorada, ela conta que já perdeu o nervosismo da estreia e que agora quer provar que chegou ao Ultimate para ficar.

- Mudou muita coisa desde a minha primeira luta no UFC. Naquela época, eu ouvia muita coisa negativa das pessoas, todo mundo achava que eu ia perder para a Julie. Só quem confiava mais em mim era a minha equipe. As pessoas achavam que eu não tinha nível para lutar no UFC. Lembro que, quando pisei no octógono, vi que a Julie estava muito à vontade no octógono, parecia que era a casa dela, mas isso só fortaleceu a minha cabeça. Eu sabia que se eu passasse por ela, as coisas iam melhorar muito para mim. Hoje as pessoas acreditam mais em mim, me parabenizam. Estar no UFC é o sonho de qualquer lutador e eu acho que vou ficar com essa sensação o resto da vida, porque para entrar é muito difícil, mas para se manter é muito mais difícil ainda. Cada luta para mim vai ser um novo desafio, novo treinamento, nova ansiedade… Tudo novo. Não quero ser mais uma no UFC, quero fazer história e cada dia de treinamento é para concretizar esse sonho.

A lutadora, que herdou o apelido de “Pitbull” por treinar na mesma equipe que os irmãos Patricky e Patrício Pitbull, conta que abandonou a carreira de contadora para se dedicar ao MMA e não se arrepende da escolha.

- Antes eu era contadora, só que eu não gostava do que eu fazia. Trabalhei na área durante a faculdade, só que não era realizada profissionalmente. Eu acho uma profissão maravilhosa, mas não era para mim. Aí um dia eu estava numa academia, como cliente, estava treinando muay thai por lazer e bati em todo mundo, mesmo sem ter muita técnica. O Patrício estava lá e me convidou para treinar MMA com ele. Foi assim que tudo começou, e é engraçado, porque eu já comecei sendo muito agressiva. Quando eu coloquei o meu primeiro par de luvas e fiz o meu primeiro combate na academia, de brincadeira, eu já queria bater em todo mundo. Não sabia brincar, podia ser homem, mulher, alguém grande, mais forte do que eu, e eu não estava nem aí. Eu já nasci com isso, mas fui lapidando no meu treinamento e, por sorte, cai numa equipe que é bastante agressiva e que sempre me incentivou. Agora é arregaçar as mangas e buscar vitória após vitória até chegar ao cinturão - finalizou.

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