quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Diaz diz que sua trocação é melhor que a de St-Pierre e Anderson Silva

Anderon Silva x Nick Diaz encarada UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Nick Diaz é conhecido por sua guarda fechada, pelo boxe afiado e por ser faixa-preta de jiu-jítsu. É, também, um dos lutadores mais polêmicos do MMA, pois tem o costume de provocar adversários, chamando-os para a briga. Outra característica do lutador, é que ele é avesso a entrevistas e bastante introspectivo, porém, em  um compromisso com a imprensa logo após a coletiva “The Time is Now” (“A Hora é Agora”), que aconteceu em Las Vegas, nesta segunda-feira, o pupilo de Cesar Gracie roubou a cena ao falar com os jornalistas por mais de trinta minutos. Ele até começou um pouco desconfortável, andando para trás cada vez que um repórter se aproximava, mas, aos poucos, foi perdendo o nervosismo e soltando a língua. Questionado sobre os motivos que o levaram a voltar ao UFC contra Anderson Silva, o americano foi bem direto:- Eu aceitei porque eu sei que luto melhor em pé do que a maioria das pessoas no esporte, incluindo o Georges St-Pierre. Também acho que eu tenho um melhor estilo de boxe do que o Anderson. Acredito que ele é muito bom em kickboxing, mas eu entendo os estilos muito bem quando se trata de boxe e kickboxing. Eu treino com um dos melhores kickboxers do mundo, Joe Schilling, e ele acabou de ganhar um duelo com nocaute contra o Melvin Manhoef no fim de semana. Então, ele vem indo muito bem no MMA agora, mas é um dos melhores kickboxers que existem. Eu treino com ele e com caras de sua academia, que têm um nível muito bom. Estou treinando muito duro com esses caras, treinando técnicas e fazendo sparring. Tento trazê-los para o estilo do boxe, naquele estilo de socos diretos e tal, e eles me ajudam com o mundo do kickboxing - explicou.

Diaz não luta desde 16 de março de 2013, quando perdeu a disputa de cinturão para GSP em um combate que foi dominado pelo canadense do início ao fim. Nesta segunda-feira, ele fez a sua primeira encarada com Spider, com quem tem duelo marcado para o dia 31 de janeiro, na cidade de Las Vegas, e afirma que sentiu como se nunca tivesse se afastado do esporte. O americano também aproveitou para rebater as declarações do ex-campeão dos meio-médios, que afirmou recentemente que ele cometeu um erro ao aceitar o duelo contra Anderson na divisão até 84 kg.

- Senti como se eu nunca tivesse saído. Estou muito mais forte, tenho mais energia nesse peso, sou capaz de muito mais coisas do que quando estava na divisão dos meio-médios. Também acho que darei uma melhor luta para os fãs do que o Georges St-Pierre, pois ele estava dizendo que eu deveria lutar em peso combinado, mas a coisa é que ele precisa lutar no peso combinado, porque ele quer ganhar peso suficiente para entrar lá , agarrar o Anderson, mantê-lo no chão e pontuar rounds fazendo isso. Nós sabemos que ele não vai lutar em pé contra o Anderson e nem tentará devolver socos. Eu não sou tão grande com 84 kg, mas para lutar nos 77kg, eu tenho que perder mais peso do que o Georges, para poder desenvolver o tipo de músculo que ele tem para poder segurar alguém. Nos 84 kg, eu tenho a opção de lutar como o Georges ou como eu mesmo luto. GSP não teve essa opção. Se ele for para a divisão dos médios, ele não é grande o suficiente para derrubar o cara, aí ele precisa lutar em pé, mas ele não consegue vencer uma luta em pé. É por isso que ele não aceitou essa luta contra o Anderson e está falando: “Ah, ele cometeu um erro em aceitar lutar na divisão dos médios”. Foi ele quem cometeu um erro ao abrir a boca, pois ele não sabe do que está falando.

Nick afirmou, ainda, que não descarta uma revanche contra St-Pierre, caso o canadense decida voltar ao UFC. No entanto, o lutador ressaltou que não aceitaria que o duelo acontecesse novamente na casa do ex-campeão.

- Se eu me sair bem e ele (GSP) voltar para o esporte, por que não? Eu me vejo tendo um desempenho melhor, também. Talvez não sendo no Canadá, onde você pode usar esteróides…porque eles não me testaram antes daquela luta. Eu provavelmente teria testado positivo - disse, possivelmente se referindo ao fato de que testaria positivo para maconha.

Ex-campeão do Strikeforce, o americano já foi pego duas vezes no exame antidoping pelo uso da droga e teve que cumprir suspensões. A primeira foi em 2007, no Pride 33, após sua vitória sobre Takanori Gomi. A segunda, no UFC 143, após o duelo contra Carlos Condit, em fevereiro de 2012. Tanto Nick quanto seu treinador, Cesar Gracie, já declararam diversas vezes que o atleta tem licença para usar maconha o estado da Califórnia, onde o uso da substância é permitido. Ele a usa para tratar um transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Quanto ao duelo contra Anderson, Diaz afirmou que acredita que o brasileiro terá um bom retorno ao octógono. Ele também aproveitou para explicar que nunca declarou que Spider deveria ter se aposentado de vez:

- Eu acho que o Anderson vai voltar bem. Ele parece bem e muito positivo, acho que vai se sair bem.  Também acho que ele não estava bem para a segunda luta contra o Weidman. Ele passou por apuros antes, no início do round, não conseguia acertar socos e aí decidiu começar a chutar…Não acho que ele tinha a estratégia correta. Essa é a minha opinião. Não quero parecer rude por dizer isso, mas quando me perguntaram e eu dei a minha opinião, depois disseram que eu disse que Anderson deveria se aposentar. Eu nunca disse isso sobre ele, foi o Anthony Pettis, eu o vi falando isso ou escrevendo no Twitter…não me lembro agora, mas foi o Pettis quem disse isso e eles colocaram as palavras na minha boca. O que eu disse foi que talvez ele devesse contratar outros treinadores, pois é o que eu faria, trocaria meu treinador de boxe. Eu acho que eu mencionei isso. Alguém disse que ele tinha que se aposentar e eu falei que não. Não acho que ele não deva mais lutar, não acho que Anderson está muito velho para isso. Acredito que ele deva demitir o seu treinador, talvez trazer alguns treinadores novos. Talvez ele até tenha bons treinadores para o que ele faz, mas quando um cara planeja para o que você faz, você precisa ter um treino diferente. Foi isso que eu quis dizer, não quis ser desrespeitoso sobre o que ele deve ou não fazer. Eu nunca dou a minha opinião sobre quando um atleta deve continuar a lutar ou se aposentar. Só quero que isso fique claro - finalizou.

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