quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Antônio Pezão nega que esteja "perdendo queixo" e rebate críticas

Antônio Pezão, em coletiva após o UFC Porto Alegre (Foto: Marcelo Barone)

A capacidade de absorver golpes, no jargão do MMA, "ter queixo", muda com o passar do tempo. Antônio Pezão, nocauteado no primeiro round da luta contra Frank Mir, realizada domingo, no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre, não vê relação disso com a má fase que atravessa. O brasileiro deu os méritos da vitória ao americano e citou o duelo que travou com Mark Hunt - de trocação intensa durante cinco rounds - como exemplo.

- O primeiro golpe, que me derrubou, não foi no queixo. Todos os nocautes foram com pancadas na fonte. Faz parte. Treinamos duro na academia, a única diferença é que usamos luva de boxe. Mas batemos e chutamos do mesmo jeito. Isso não tem nada a ver. A questão é que ele bateu primeiro. É luta de peso-pesado, acontece. Às vezes você passa a luta toda trocando socos, como foi contra o Mark Hunt, e não caímos. Agora caí, mérito dele (Mir). Esperei para bater no contra-ataque. O Mir está de parabéns. Ninguém quer perder, mas é uma coisa que faz parte do esporte. Uma hora você sorri, outra chora. Na luta passada fiz muita coisa errada. Dessa vez eu fiz tudo exatamente como era para ser feito antes, durante e no dia da luta. Não foi o meu dia, não foi o meu dia de vencer. Era o dia do Frank - disse Pezão.

Sem vencer há dois anos, desde que nocauteou Alistair Overeem, no UFC 156, Pezão rebateu as críticas e, questionado sobre o medo da demissão, citou dois atletas do Ultimate para argumentar.

- Sou funcionário do UFC, tenho que me preparar para o que eles quiserem. Infelizmente a torcida brasileira, quando você perde, tem esse mal, diz que tem que se aposentar. Quando você ganha, é o melhor. Estou à disposição do UFC, o que tiver de acontecer, vai acontecer. Treino para dar o meu melhor. O exemplo está aí: o Mir vinha de quatro derrotas e nem por isso foi mandado para fora. O Maldonado, meu companheiro, também perdeu e ficou. Não vim preocupado com isso, vim para fazer uma boa luta. A torcida brasileira gosta disso, de hora de se aposentar, não aguenta mais... Amanhã, faz uma grande luta e já é o melhor de todos. O brasileiro tem esse mal. Ficamos tristes, mas vou dar a volta por cima.

Pezão falou ainda sobre ter de dar satisfação ao público imediatamente depois do término da luta e afirmou que havia corrigido os erros cometidos em seu último compromisso, quando foi nocauteado por Andrei Arlovski, em setembro do ano passado.

- Estar sentado aqui faz parte, sou empregado. Sobre dar satisfação ao público, tem gente que não entende de luta, nunca treinou nem jiu-jítsu, muito menos MMA, nunca deu um tapa na bunda de uma criança. Não sabe o que a gente passa, o sacrifício na academia. Temos de abdicar da família, alimentação, de tudo, para se dar bem. Não é fácil chegar para as pessoas e dizer o que acontece. Fiz tudo certo, estava focado, com muita vontade, coisa que não aconteceu na luta passada. Infelizmente, não era meu dia e veio mais uma derrota. É voltar, treinar mais ainda e esperar a próxima luta.

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