terça-feira, 25 de março de 2014

Após ser expulso do UFC, Chope vai seguir a carreira e sonha com retorno

Diego Brandão  x Will Chope MMA UFC (Foto: Rodrigo Malinverni)

Mesmo sem lutar, Will Chope foi o responsável pela principal polêmica da semana do UFC: Shogun x Henderson, em Natal. Escalado para enfrentar Diego Brandão no card preliminar, o americano soube no dia do combate que estava demitido. Tudo porque o site "Bleacher Report" divulgou documentos mostrando que ele foi expulso da Força Aérea dos EUA depois de ter agredido sua esposa e a ameaçado com uma faca em novembro de 2009. Chope foi pego de surpresa com a informação, mas preferiu não entrar em conflito com o Ultimate. Apenas discordou. Ele explicou que informou aos dirigentes, assim que foi contratado, que já teve problemas com a Justiça nos Estados Unidos. Mas que não especificou a acusação por "não sentir a necessidade de divulgar o que aconteceu cinco anos antes", quando ele tinha apenas 18.

De acordo com Chope, a relação dele com a ex-esposa, com quem tem uma filha, atualmente é muito boa e ela até aceitou fazer um vídeo para defendê-lo.

- Reconheço tudo o que aconteceu. Estou arrependido e envergonhado das minhas ações passadas, mas é por isso que eu estou fazendo o meu melhor agora para ser o melhor que posso ser. Porque eu não sou mais a mesma pessoa. (...) Eu vou ter que viver com minhas ações e escolhas ruins para o resto da minha vida. Meu problema com a Força Aérea é público. Peço desculpas por ser ingênuo e pensar que o meu passado seria esquecido pelos outros. Tudo o que posso dizer é que prometo que vou fazer tudo que eu puder para melhorar e vou continuar a lutar. Vou manter a minha carreira. Não tenho tempo para ficar chateado, tenho que lutar para sustentar a minha família e vou fazer isso - disse o americano ao site "MMA in Asia".

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Ainda jovem - está perto de completar 25 anos -, Will Chope afirmou que vai lutar em eventos menores se for preciso, mas que voltar ao Ultimate é a sua meta.

- Eu quero ser um campeão e espero que o UFC me contrate novamente. Especialmente depois que eu e minha ex-mulher fizermos uma declaração pública em conjunto. Se não agora, então eu vou lutar em todos os shows que eu puder de novo, assim como fiz em 2012 e 2013 - declarou.

Saiba mais sobre o caso

De acordo com o Air Force Court of Appeals, o tribunal da Força Aérea dos EUA, aquela não foi a primeira vez que Chope foi acusado de agredir a esposa. Em junho de 2009, ele foi punido não judicialmente por seu comandante de unidade após agredir repetidamente a esposa ao saber da infidelidade dela. Em outubro do mesmo ano, Chope a agrediu novamente e foi proibido por um superior de contatá-la no dia seguinte (a não ser que tivesse permissão de um supervisor, diz o documento). No dia 12 de novembro, Chope ganhou permissão desse mesmo superior para falar com a esposa por telefone, a fim de resolver assuntos financeiros relativos à filha do casal.

Segundo a gravação da ligação, eles entraram em uma grande discussão sobre um cartão de crédito. Ele pediu a ela que fosse buscá-lo na Andersen Air Force Base (em Guam) para que pudesse ver a filha. A esposa relutou, mas aceitou. Durante o percurso de carro de volta, a discussão voltou, e Chope disse a ela que, se não lhe desse o cartão, iria machucá-la. Quando ela recusou, ele disse que não tinha nada a perder e que iria voltar para a Flórida. Já em casa, Chope foi até a cozinha e a ameaçou com uma faca. Ele a agarrou, bateu a cabeça dela no chão e a acertou na cabeça com o cabo da faca e também com o punho. A esposa gritou por socorro, mas Chope a levou ao chão e a sufocou com um travesseiro até que parasse. Ela tentou escapar e levou um chute na perna.

Chope recebeu sentença de cinco meses de confinamento e foi exonerado da Força Aérea. O lutador recorreu, alegando que a punição era muito severa porque ele tinha potencial para se reabilitar. Disse ainda que já havia se separado da esposa e que a conduta não seria repetida. Em 15 de novembro de 2011, o tribunal negou o pedido.

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