Após a Comissão Atlética do Estado de Nevada anunciar o banimento do uso do tratamento de reposição de testosterona (TRT), outras comissões seguiram o mesmo caminho, inclusive a brasileira. A CABMMA (Comissão Atlética Brasileira de MMA) não concederá mais licença a Vitor Belfort, que fez suas últimas três lutas no Brasil, nem a Chael Sonnen, que deve enfrentar Wanderlei Silva no país no dia 31 de maio. O veterano Dan Henderson, no entanto, está fazendo uso da terapia para a revanche contra Maurício Shogun, neste domingo, em Natal. O diretor médico da CABMMA, Dr. Márcio Tannure, explicou o porquê:
- A gente trabalha muito próximo da comissão de Nevada, mas não os segue necessariamente. A gente seguiu o banimento do TRT aqui, mas decidiu por consenso (em relação a Dan Henderson). Como ele já tinha feito os exames, já tinha pedido e o acompanhamento já estava sendo feito para esta luta, a gente achou por bem que ele pudesse ter essa licença. Foi uma decisão nossa, por acharmos que foi um direito adquirido - disse, em entrevista ao Combate.com.
Tannure garantiu que o mesmo seria feito se o atleta fosse outro e reforçou a linha de pensamento da Comissão Atlética Brasileira de MMA:
- Não é questão do Henderson. Seria a mesma coisa com qualquer atleta que estivesse na situação dele. Se fosse o Vitor (Belfort), seria assim. Se fosse outro, a gente também permitiria. Apenas achamos que tinha pouco tempo e não seria o ideal parar com o processo dele, porque tinha menos de um mês para a luta. Se fosse qualquer outro, a decisão seria a mesma. Não foi pelo Dan Henderson, mas pela situação em si.
O médico contou que a ideia de banir o TRT no Brasil já vinha sendo discutida junto à comissão de Nevada desde o ano passado. Ele falou sobre o tratamento e preferiu não dizer se é a favor ou contra o mesmo:
- Como diretor médito da CABMMA, não posso dar minha opinião pessoal. Minha função é fazer com que as regras sejam cumpridas. Mas o que é o TRT? É uma das substâncias que é um IUT (isenção de uso terapêutico). Existem várias. Por exemplo, o paciente que é asmático tem direito a usar um bronco-dilatador, que é uma substância de doping. Se você comprovar que ele tem essa necessidade, ele vai usar isso. A testosterna é uma delas. As pessoas criaram isso com o TRT como se fosse a droga de isenção. É uma das drogas de isenção que estão nas IUTs. Antes estava dentro da regra, agora não mais, então a gente está se adaptando.
Atletas 'ex-TRT' sem atenção especial
Tannure afirmou ainda que os lutadores que já fizeram uso de TRT agora passarão a ser testados normalmente, sem nenhuma atenção especial em cima deles:
- Eles vão ser testados como os outros. Uma vez que não está fazendo uso do TRT, ele tem que ser testado como um atleta qualquer. Se por acaso aparecer doping, ele vai ser punido como doping. Podem ser realizados testes surpresa? Sim. O WSOF acabou de testar o Toquinho, que é um atleta que não fazia TRT, por exemplo. Então, o atleta que já fez TRT e hoje não faz mais vai ser tratado como um atleta qualquer.

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