sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Faber espera que Dillashaw ganhe mais reconhecimento após revanche

Urijah Faber (Foto: Evelyn Rodrigues)

O UFC volta a Sacramento, capital da Califórnia (EUA) neste sábado com a revanche entre TJ Dillashaw e Renan Barão na luta principal, valendo o cinturão peso-galo da organização. Desta vez, no entanto, um dos maiores nomes da cidade no cenário do MMA atual ficou fora do card. Fundador do Team Alpha Male e ex-campeão peso-pena do WEC (World Extreme Cagefighting), Urijah Faber não vai lutar no UFC 177, mas tem desempenhado papel fundamental na promoção do evento, principalmente por conta da relativa baixa procura por ingressos. Na quarta-feira, ainda era possível encontrar entradas disponíveis em quase todos os setores da Sleep Train Arena. Justamente por isso, Faber sabe que precisa convocar seus conterrâneos para apoiar os representantes de seu time e espera que a primeira defesa de título de Dillashaw ajude o atleta a ganhar o reconhecimento que merece como campeão:-  TJ é novo em folha. Antes do primeiro duelo contra o Barão, ninguém sabia quem ele era. Na promoção daquela luta, eles o apresentaram como: "O companheiro de treinos de Urijah Faber - TJ Dillashaw". Que diabos é isso? (risos). Mas as pessoas vão passar a conhecê-lo de verdade. É uma questão de longevidade, de quantas vezes você esteve sob os holofotes. Ele só esteve sob os grandes holofotes uma vez e foi na luta pelo cinturão. Ainda assim, TJ teve a melhor performance da sua vida e a melhor do ano, então isso vai levar tempo. Muita gente hoje não sabe nem que ele é de Sacramento - declarou o lutador em entrevista ao Combate.com na sede do Team Alpha Male.

Desde que Dillashaw conquistou o cinturão da divisão ao derrotar Barão de forma contundente em maio passado, Faber tem sido questionado sobre a sua relação com o companheiro de time. O "California Kid" garante que não se incomoda com as perguntas e explica que foi quase um mentor para o campeão:

- Muita gente não sabe que eu era treinador de wrestling na faculdade. Em 2003, quando comecei a lutar, eu era treinador de wrestling na UC Davis e o TJ era um dos caras que eu tinha recrutado no colegial. Isso foi há 11 anos, foi quando eu coloquei os olhos no TJ pela primeira vez. Há quatro anos e meio eu o convidei a vir para cá e ele tem estado ao meu lado durante todo esse processo. Ele estava no meu córner na primeira vez que enfrentei o Barão, estava comigo na entrada para a luta contra o Raphael Assunção, então as pessoas não entendem o tipo de configuração familiar que nós temos aqui. E eu estou muito orgulhoso por ele ter conseguido o cinturão, por ter tido tanto sucesso e por ser parte do nosso time.

A possibilidade de enfrentar o pupilo e companheiro de time num futuro próximo, no entanto, não está totalmente descartada pelo lutador, que garantiu que aceitaria o duelo apenas em circunstâncias especiais:

- Se nós lutaríamos pelo cinturão? Essa é uma boa pergunta. Teria que ser em por um motivo especial. Nós temos nos enfrentado o tempo todo na academia pelos últimos cinco anos, mas eu não quero enfrentá-lo no UFC por nada. Se ele me pedisse para enfrentá-lo como um favor, eu faria, mas só assim.

Questionado sobre o que acha que acontecerá na revanche deste sábado, o californiano disse que o duelo deve acabar de forma muito semelhante ao primeiro, quando o brasileiro acabou perdendo por nocaute técnico no quinto round:

- Eu imagino o Barão vindo para cima empolgado, vai ser intenso. Mas acho que, quando você está lutando por um título mundial, como da última vez, precisa entrar lá empolgado e querer vencer. Acredito que esse duelo será bem parecido com o primeiro. Eu não sei quantos ajustes podem ser feitos pelo Barão e não sei nem como a sua cabeça se recuperou de sua última luta, que foi um duelo brutal. Por isso, estou esperando que o TJ tenha uma grande performance e mantenha o cinturão e que o Barão tenha uma grande performance também, mas não acho que ele vá vencer.

Faber também lembrou que a atuação impecável de TJ no primeiro duelo contra Barão foi fruto de muito treino, mas principalmente do esforço e do estilo do campeão, que começou a estudar o potiguar enquanto o ajudava na preparação para a disputa de cinturão interino do UFC contra o atleta da Nova União, em julho de 2012:

- TJ não é só um grande lutador, ele também é um grande treinador e um bom estudante. É isso que o faz ser tão bom. Ele está sempre caminhando para a frente e melhorando, ouvindo o que os treinadores têm a dizer e pegando um pouco de outros lutadores. Talvez ele esteja fazendo hoje alguma coisa que aprendeu com o próprio Barão quando o estudou para simular o seu estilo de luta. Nós certamente vemos um pouco disso com o estilo do Cruz. TJ teve que simular o estilo de Dominick Cruz na academia por tantas vezes, então ele tem absorvido alguns pedaços de cada um dos nossos estilos e dos estilos que ele tem estudado ao longo dos anos, e vocês viram o quão efetivo isso é em maio passado - finalizou.

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