sexta-feira, 26 de setembro de 2014

De volta após longo tempo parado, Cruz se preocupa com corte de peso

Dominick Cruz MMA UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Quase três anos depois de ter defendido pela última vez o cinturão peso-galo do UFC, o ex-campeão da divisão, Dominick Cruz, finalmente vai voltar ao octógono mais famoso do mundo. O americano, que rompeu os ligamentos do joelho em 2012 e passou por um longo processo de recuperação, enfrenta neste sábado o japonês Takeya Mizugaki, atual quinto colocado no ranking da divisão. O duelo acontece no card preliminar do UFC 178, na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, nos EUA.  E engana-se quem pensa que a batalha começa apenas quando o lutador vestir as luvas para entrar na arena. Segundo seu companheiro de treinos na Alliance MMA, Wilson Reis, o primeiro desafio a ser vencido pelo ex-campeão é o corte de peso:

- Dominick está muito bem, está preparado. Ele só estava um pouco preocupado com o processo de desidratação, porque ficou três anos sem ter que bater peso. Foi justamente por isso que eu vim para Vegas e nós ainda trouxemos mais dois caras só para cuidar disso. Até agora, está tudo dentro do programado. Hoje, quinta-feira, ele está menos de três quilos acima do peso. As últimas sessões de sparring foram muito boas. Dominick treinou para lutar cinco rounds, apesar de a luta contra Mizugaki ser de apenas três assaltos. Ele diz que fez isso porque sabe que será o próximo a disputar o cinturão e está tão empolgado que prometeu uma performance especial - explicou Reis, durante evento com jornalistas nesta quinta-feira.

Cruz não esconde o alívio de finalmente estar de volta. Para ele, a parte mais difícil de ficar afastado por tanto tempo não foi ter que se dedicar apenas à sua reabilitação, mas sim a falta de apoio financeiro.

- Eu acho que a parte mais difícil não foi não poder competir e sim o fato de que eu não tinha um trabalho. Eu tive que encontrar um jeito de ganhar dinheiro e de sobreviver, porque eu era um lutador condecorado, tinha o cinturão e, quando eu não pude lutar por conta da lesão, eu parei de receber. Foi difícil, estressante, tive altos e baixos, mas estou de volta.

O ex-campeão peso-galo conta que, durante todo esse tempo, acompanhou de perto o desenvolvimento da divisão, mesmo do lado de fora do octógono:

- Quando eu me machuquei, passei a atuar como comentarista por um tempo e tive a oportunidade de ver esses caras lutarem, de estudar seus vídeos em detalhes. E eles trouxeram grandes melhorias ao jogo e isso me impressiona, principalmente na divisão dos galos, pois esses caras lutam e misturam de tudo um pouco e é algo que você não vê em outras divisões, com exceção da peso-mosca. Tanto a categoria peso-galo quanto a dos moscas misturam muito bem wrestling, jiu-jítsu, trocação, boxe, tudo. E isso é o que realmente está mudando o esporte.

Dominick afirma que já se sente vitorioso só de ter superado os desafios que apareceram em seu caminho desde que se lesionou. O atleta, no entanto, fez a lição de casa e estudou a fundo o adversário deste sábado, que tem um cartel de 20 vitórias, sete derrotas e dois empates:

- Eu acompanho o Mizugaki desde os tempos de WEC (World Extreme Cagefighting, extinto evento comprado pelo UFC em 2010). Ele lutou contra muitos veteranos, além de ser um veterano do esporte. É um tipo de cara que não liga para onde você está ranqueado, quanto mais reconhecimento você tiver, mais ele quer te enfrentar. Esse é o tipo de pessoa contra quem eu gosto de me testar. Mizugaki é muito bom e eu sei tudo o que é preciso saber sobre o seu estilo.  Sei que vou entrar lá para derrotá-lo, que preciso ser mais esperto do que ele, mais rápido, e que tenho que usar as transições para quebrar o seu jogo. Mas a verdade é que faz tanto tempo que fiz a minha última luta, que só de estar de volta, de poder competir e vencer já é um grande feito para mim - finalizou o lutador.

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