segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Cruz admitiu temor antes de sofrer nova lesão: "É sempre um medo"

Dominick Cruz UFC (Foto: Ivan Raupp)

Dominick Cruz esteve no Brasil na semana passada para acompanhar o "UFC: Machida x Dollaway", em Barueri-SP, ainda com a cabeça no campeão TJ Dillashaw, até então definido como seu próximo adversário. O peso-galo americano estava novamente em alta após ficar três anos fora devido a lesões e retornar em setembro com um belo nocaute em cima de Takeya Mizugaki. Dias depois da viagem, no entanto, ele próprio anunciou que se machucou mais uma vez e não tem data para voltar ao octógono. Um baque para Dominick, para o UFC e para os fãs de MMA pelo mundo. Antes da lesão,  o lutador havia concedido entrevista ao Combate.com, onde curiosamente admitiu que tinha receio de se machucar de novo.

- É sempre um medo, porque estou num esporte em que se treina todo dia. E há tantas maneiras de se machucar nisso... Não tenho medo de que pode ser igual às anteriores, de que pode ser no mesmo joelho que machuquei. Só fico nervoso de treinar e de repente escorregar e bater meu cotovelo numa parede (risos). Aí eu quebraria meu cotovelo. Coisas estúpidas podem acontecer nesse esporte, infelizmente. É fácil ficar fora. Mas não quero pensar muito nisso. Contanto que eu esteja competindo, sou um cara feliz - disse ele, que desta vez sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito.

O ex-campeão falou sobre os três anos em que ficou parado por conta de problemas no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, afirmou que evoluiu como atleta mesmo sem lutar e garantiu que aconteceria o mesmo se por algum motivo ficasse fora por mais três anos:

- Eu estava treinando. Por mais que muita gente ache difícil acreditar, eu legitimamente evoluí durante esses três anos. Ficar sem competir não quer dizer ficar sem treinar. Tem muita coisa que as pessoas não veem e que fazem de alguém um campeão. Acho que 90% do que faz de alguém um campeão estão naquelas coisas que ninguém vê. Você corre às 5h da manhã enquanto todo mundo está dormindo, faz dieta enquanto todo mundo está indo a um bar para beber... Essas coisas ninguém vê, os sacrifícios que fiz nos últimos três anos para ter certeza de que voltaria. Para mim foi fácil voltar depois de três anos e lutar. A razão é que isso era tudo que eu queria fazer. Se tivesse algo que eu gostasse de fazer mais do que lutar, provavelmente o retorno seria mais díficil. Faço exercícios porque gosto. Se minhas pernas fossem cortadas, eu arrumaria um jeito de me exercitar, porque eu gosto disso. Então, se eu ficar fora por mais três anos, garanto que posso voltar e ainda amar o que faço.

Perguntado se, após tantas dificuldades na parte física, sentia que a cabeça era a sua maior fortaleza, Dominick Cruz confessou que também tem seus dias ruins. Mas com uma diferença:

- Gosto de pensar que sim. Mas nesses últimos três anos, houve dias em que a última coisa que era forte era minha mente. Sou como qualquer outra pessoa do mundo. Se você tem um dia ruim, às vezes quer chorar, às vezes quer socar alguém, às vezes quer falar com sua mãe no telefone. Sou como qualquer um. A diferença é que não me permito afundar nisso, que meus dias ruins façam meu caminho. Eu me permito entender que ficar triste, decepcionado ou bravo faz de mim um ser humano, o que é ótimo. Eu tive de fazer a escolha se dexaria esses dias controlarem minha vida, e escolhi que não.

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