quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Top 5: as confusões mais marcantes da conturbada carreira de Nick Diaz

Nick Diaz, briga (Foto: Youtube)

Existem atletas autênticos, existem atletas polêmicos, existem atletas criadores de confusão, e existe Nick Diaz. O californiano, ex-campeão peso-meio-médio do Strikeforce e ex-desafiante número 1 dos meio-médios no UFC, é tão conhecido por seu estilo provocador e incansável de lutar quanto pelas inúmeras confusões e problemas que arruma - dentro e fora do cage. Para apresentar melhor quem Anderson Silva terá pela frente no próximo sábado, o Combate.com reuniu algumas das situações mais polêmicas e críticas em que o "bad boy" de Stockton já se meteu. Confira:

01 brigas pós-luta, dentro do cage

Colocar Nick Diaz dentro de um cage é garantia que ele vai lutar, mesmo que ele não esteja escalado para tanto. Foi o que aconteceu em duas ocasiões separadas durante o período entre as duas passagens de Diaz no UFC, entre 2006 e 2011. A primeira foi em 14 de junho de 2008, em Honolulu, no Havaí. Após vencer sua luta contra Muhsin Corbbrey pelo hoje extinto EliteXC, o californiano voltou ao cage acompanhado por seu irmão mais novo, o também lutador Nate, depois da vitória do campeão meio-médio do evento, KJ Noons, disposto a pedir uma revanche - os dois haviam lutado em novembro de 2007 e Noons saiu vencedor por nocaute técnico devido a um corte sofrido por Diaz. O campeão relutou em aceitar, Diaz tomou o microfone do apresentador do torneio e declarou a frase que ficaria marcada como um dos mais famosos bordões do MMA: "Don't be scared, homie!" ("Fica com medo não, mano!", em tradução livre). A equipe de Noons não gostou da provocação e partiu para cima dos irmãos, que, após serem separados, saíram do cage e subiram as escadas que levavam aos vestiários fazendo sinais obcenos para as câmeras.

Em 17 de abril de 2010, em Nashville (EUA), Diaz entrou com seus amigos e companheiros de treino da academia de César Gracie para celebrar a vitória de um deles, Jake Shields, na disputa de cinturão dos pesos-médios do Strikeforce contra Dan Henderson. Jason "Mayhem" Miller, próximo da "fila" para desafiar Shields, interrompeu a entrevista pós-luta do campeão para pedir uma revanche contra ele. Em segundos, a equipe de Shields partiu para cima de Mayhem, com Diaz liderando o grupo. Os inspetores da comissão atlética e seguranças do evento aos poucos separaram a confusão, mas tiveram dificuldades em separar os dois. O torneio era transmitido ao vivo na TV aberta nos EUA e teve sua exibição brevemente cortada durante a confusão. Depois disso, Diaz e Mayhem passaram meses trocando provocações e pedindo para se enfrentarem oficialmente, mas o duelo jamais se oficializou.

02 briga pós-luta, fora do cage

Pior do que brigar dentro do cage após uma luta, é brigar fora do cage. E, pelo menos uma vez, Nick Diaz esteve envolvido numa briga dessas. Aconteceu entre ele e Joe Riggs, em sua primeira passagem pelo UFC. Os dois lutadores se enfrentaram no UFC 57, em 4 de fevereiro de 2006, em Las Vegas, e Riggs saiu vitorioso por decisão unânime. A luta, porém, não terminou aí. Os dois foram para um hospital após o duelo para receber cuidados médicos e, separados apenas por um corredor, começaram a trocar provocações. Talvez ficasse por isso mesmo, se as enfermeiras não tivessem pedido que Riggs cedesse uma amostra de urina. Para fazê-lo, ele teria de passar pela frente do quarto em que Diaz estava e, no caminho, disse mais uma vez que o californiano seria demitido pelo Ultimate após sofrer sua segunda derrota seguida. Riggs deu as costas e continuou andando; furioso, Diaz foi atrás dele e desferiu um gancho de direita que quebrou um de seus dentes e o fez cair de joelhos.

O que se desenrolou exatamente a partir daí, ninguém sabe. Cada um tem uma versão: Diaz diz que defendeu uma queda de Riggs e o surrou até que os policiais enfim intervieram e pararam a briga; Riggs conta que derrubou Diaz mesmo com as duas mãos quebradas e com sangue jorrando de seu braço após o saco de soro intravenoso ter sido derrubado na confusão. Os dois foram multados pela Comissão Atlética do Estado de Nevada como punição e levaram broncas de Dana White e Lorenzo Fertitta, sócios do UFC. A briga virou uma das lendas favoritas entre os fãs de MMA.

03 faltas a compromissos de imprensa

Nick Diaz adora aparecer para lutar, mas detesta aparecer para compromissos de imprensa. Sua teimosia e falta de compromisso lhe custaram caro em 2011. Então campeão do Strikeforce e invicto havia 10 lutas, Diaz foi escalado como desafiante de Georges St-Pierre pelo cinturão do Ultimate e deveria enfrentá-lo em 29 de outubro, no evento principal do UFC 137. Todavia, nos dias 6 e 7 de setembro, o californiano faltou a duas coletivas de imprensa consecutivas para promover o combate, uma em Toronto, com a mídia canadense, e outra em Las Vegas, sede do evento. Na segunda coletiva, GSP e Dana White ficaram sozinhos, buscando explicações para o caso. Em certo ponto, o treinador de Diaz, César Gracie, telefonou para White, que atendeu o celular durante a coletiva e ouviu o brasileiro dizer que também estava procurando seu pupilo, que estava incomunicável.

Irritado, White decidiu remover Diaz da luta principal e colocá-lo na preliminar, contra BJ Penn, e promover Carlos Condit à disputa do cinturão e evento principal. Alguns dias depois, o californiano publicou um vídeo em que aparece dirigindo um carro e dando sua versão dos fatos, incluindo um pedido de desculpas sarcástico: "Desculpem por ter faltado ao concurso de beleza." Ironicamente, Diaz acabou fazendo a luta principal da noite após GSP sofrer uma lesão séria no joelho e ser forçado a desistir da luta contra Condit.

Quando Diaz enfim enfrentou St-Pierre, em março de 2013, ele também se recusou a aparecer no treino aberto de divulgação do evento, na quarta-feira anterior, devido ao cansaço do voo para Montreal, onde aconteceu a luta. Contudo, participou da coletiva de imprensa no dia seguinte.

04 doping por maconha

Nick Diaz também é famoso por admitir seu uso recreativo de maconha. Este hábito já lhe causou problemas duas vezes, ambas em Las Vegas. A primeira foi em fevereiro de 2007, pelo Pride. Após sua vitória por finalização contra Takanori Gomi, com uma rara gogoplata, o californiano foi flagrado no exame antidoping com metabólitos da maconha em seu organismo e teve seu triunfo revogado, transformado num "No Contest" (luta sem resultado). Ele foi suspenso por seis meses e multado em 20% de sua bolsa. Quatro anos depois, em 2011, Diaz foi flagrado novamente, desta vez numa disputa de cinturão interino do UFC contra Carlos Condit. A comissão de Nevada o multou em 30% de sua bolsa e o suspendeu por um ano, frustrando planos de uma revanche imediata entre ele e Condit.

Diaz processou a comissão, alegando ter permissão para uso terapêutico da maconha, de acordo com a legislação do estado da Califórnia. A ação, porém, não deu resultado e foi eventualmente retirada. O lutador, porém, não parou de usar a droga, nem o escondeu. Na época de sua luta contra Georges St-Pierre, em março de 2013, Diaz publicou nas redes sociais uma foto de um papelote de maconha com um nome e um telefone, supostamente de seu fornecedor. Durante toda a promoção do combate, ele acusou GSP de usar esteroides e comparou os efeitos de drogas de melhora de performance e os da maconha, dizendo que os agentes regulatórios da luta faziam vista grossa aos trapaceiros.

05 Prisão por embriaguez na direção

Sumido das manchetes desde que anunciou sua "aposentadoria" após a derrota para St-Pierre, Nick Diaz parecia estar mais calmo quando foi anunciado em julho passado como próximo adversário de Anderson Silva. Todavia, em 6 de setembro de 2014, o lutador ressurgiu no noticiário policial ao ser preso por embriaguez na direção. O relatório policial acusa o californiano de tentar destruir evidência ao se induzir ao vômito quando chegou à delegacia. Quando a notícia surgiu, logo foi descoberto que Diaz havia sido preso também por dirigir embriagado em novembro de 2013 e estaria com a carteira de motorista suspensa. Em 25 de setembro, ele alegou inocência numa audiência. Apesar do escândalo, o lutador não foi retirado do combate contra Anderson Silva.

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