sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Barnett rouba a cena e diverte público do UFC com respostas espirituosas

O carisma que falta a muitos lutadores do UFC sobra no veterano Josh Barnett. Longe do UFC por 11 anos, o peso-pesado fará seu retorno ao maior evento de MMA do mundo diante de outro veterano: Frank Mir. Aos 35 anos de idade, Barnett vem da antiga escola de lutadores de MMA, na época ainda chamado de Vale Tudo, quando as provocações e as respostas ainda eram mais sinceras e provocativas aos adversários. Perguntado sobre o que havia mudado no esporte desde sua saída do UFC, e o que mudou em seu estilo, Barnett foi direto. 

- Demoraria muito para responder, mas a exposição de mídia, aumento da base de fãs. O UFC hoje não é mais como o UFC 28, no Taj Mahal, em Atlantic City. Muito mais gente nos vê hoje, estamos na TV aberta, os patrocinadores são muito maiores. Tudo ganhou um tamanho muito maior. Sobre mim, você já me viu lutar antes? Acha que algo mudou na minha forma de lutar? Então sabe o que eu costumo fazer com quem está na minha frente no octógono. Acho que não vou dizer o que veio à minha mente agora, porque há mulheres e crianças assistindo - disse, arrancando risadas dos presentes ao Bradley Center, em Milwaukee.

Dana White aproveitou para falar sobre o local que abrigou o UFC 28:

- O que Josh disse é engraçado, mas eu adoro o Taj Mahal. Ninguém queria nos sediar, e Donald Trump nos deu essa chance de fazer nossos eventos lá. Somos muito gratos a ele por isso.

Barnett também falou sobre a discussão que teve com o meio-médio Ben Askren no Twitter. Para ele, algo sem o menor sentido.

- Não estou aqui pra falar sobre gente pequena. Quando me perguntam com quem eu quero lutar, eu digo que não ligo. Não gosto de aparecer pelo lado negativo, e não gosto de gente que faz isso para aparecer. Faça as coisas para aparecer pelos seus próprios méritos, e não em cima de outras pessoas. Me façam um favor: não me perguntem mais sobre esse cara e esse assunto. Não ajudem os perdedores. Eu disse a ele que nem sabia quem ele era, e perguntei por que ele estava vindo falar de mim? Não era inteligente falar isso de um cara com quase 100kg a mais que você. E foi isso.

Questionado se havia se sentido preterido pelo UFC por ter sido contratado muito depois de Daniel Cormier, seu colega de Strikeforce, Barnett deu de ombros.

- Eu não me preocupo com quem está fazendo o que, ou quanto está ganhando. Faço meu próprio caminho. Cormier fez o contrato dele, e acho que deve ser muito bom. Não me preocupo com isso. O que eu posso controlar é o meu treino, minha luta e como eu vou me comportar no octógono. O resto pouco me interessa, é problema de cada um.

Alheio ao discurso de Josh Barnett, seu adversário, Frank Mir não fez qualquer provocação ao rival, e falou sobre seus medos como profissional, já que vem de duas derrotas seguidas, para Junior Cigano e Daniel Cormier.

- Na luta contra Junior Cigano eu fiz o que pude, mas não foi suficiente. Contra Cormier eu acho que fui bem até o segundo round, mas no terceiro eu cansei e não tive como me recuperar. Ninguém gosta de perder duas, três lutas em sequência, mas o que mais me incomoda é ter as minhas lutas colocadas cada vez mais longe do evento principal, lutando no card preliminar, contra caras desconhecidos. Isso, sim, me assusta. Em todo esporte você tem que tentar evitar no que está fora do campo e que podem te distrair. Se você começar a pensar no que aquela luta pode fazer com você se você perder, a sua performance será prejudicada. Tudo que eu tenho que fazer é ir lá e lutar. No passado, quando Josh era o campeão do UFC, eu estava lutando as preliminares. Hoje vamos poder nos enfrentar, tantos anos depois, e acho que isso é um sinal de que somos especiais nesse esporte.

Solicitado a analisar o duelo, Dana White enalteceu a longevidade e o amadurecimento de ambos os lutadores.

- Frank hoje é um lutador mais completo do que era antes, evoluiu em diversos aspectos, e hoje é tanto um finalizador quanto um nocauteador. Se pensarmos em Barnett quando era campeão, ele tinha o pacote completo. Sua trocação era ótima e o seu chão era muito perigoso, e ele segue vencendo suas lutas. Esses dois caras estão entre os melhores pesos-pesados do mundo por mais de uma década. Acho que essa é uma bela luta, talvez melhor hoje do que teria sido há dez anos.

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