quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"Mesmo soco que dou no cara limpo, dou no cara dopado", afirma José Aldo

José Aldo Q&A (Foto: Getty Images)Os casos recentes de doping no Ultimate, que tiveram como ápice os resultados dos exames de sangue e urina de Anderson Silva, fizeram o tema ser trazido a tona como nunca antes na história do MMA. A organização anunciou recentemente uma política de controle antidopagem mais rigorosa para os atletas. Na opinião de José Aldo, campeão dos pesos-penas do UFC, a medida é positiva. Entretanto, ele não vê problemas em lutadores que utilizam substâncias proibidas que foram receitadas por médicos pela necessidade da pessoa. Apenas é contra aos que usam para ter vantagem na hora do combate. Mesmo assim, mostra pouca preocupação para o caso de enfrentar oponentes que estejam sob efeito de doping já que, de acordo com ele, bate da mesma forma em quem está dopado e em quem está limpo.

- Pelo lado do esporte sempre procuramos ver com bons olhos. Não vejo problema nenhum. Se você tem problemas, precisa de coisas a mais e usa porque o médico passou, tudo bem. Ninguém é jovem a vida inteira. Agora, tentar levar vantagem disso, aí acho errado com todos que lutam limpos. Mas se for fazer uma peneira em todos os esportes, poucos saem limpos, são 100% saudáveis, só treinam e comem arroz e feijão. Isso não existe. Se for olhar nas Olimpíadas, vários atletas já falaram que foram dopados e não tinha uma campanha tão grande (para combater isso) até se aposentarem. Para mim, não vejo problema nisso. Por um lado o esporte é prejudicado, por outro não vejo problema. Nunca desconfiei de ninguém que lutou comigo, penso apenas em mim, no meu treino e em fazer o melhor lá dentro. Se o atleta toma algo ou não, não vejo problema nenhum. Não vou crucificar o cara se ele está ou não dopado. Não muda nada para mim. O que interfere é meu treino, minha equipe, dar o melhor e vencer a luta. O mesmo soco que dou no cara limpo, dou no cara dopado - afirmou, em entrevista ao Combate.com.

Se falar de ranqueamento, acho que ele não merece, pelo fato de que criaram um ranking. Mas como esse ranking nunca serviu de p... nenhuma mesmo, nunca ninguém seguiu p... nenhuma, então para mim foi ótimo pelo lado financeiro

José Aldo, sobre luta com McGregor

 Aldo está com luta marcada para o dia 11 de julho, no UFC 189, em Las Vegas (EUA), quando terá pela frente Conor McGregor. O irlandês não costuma poupar provocações aos rivais e, com o campeão, não está sendo diferente. Só que desta vez não é apenas o desafiante que está falando do brasileiro. O treinador dele, John Kavanagh, já disse que aposta em vitória rápida de seu pupilo e que o atleta da Nova União não vai aguentar trocar com McGregor e tentará colocá-lo para baixo.

Experiente, José Aldo evitou responder e acredita que seja uma tentativa de fazê-lo jogar dentro dos pontos fortes de McGregor.

- Quanto a postura do treinador de querer provocar, é lógico que ele sabe os defeitos do aluno dele como ninguém, então joga para o lado psicológico, mas não vejo problema nenhum. Pode falar a vontade que eu sei exatamente o que tenho que fazer e vou vencer. Ele vai tentar falar as coisas para eu fazer o contrário, é normal. Não sou um garoto novo, sou bem experiente e sei o que fazer nessas horas. Não importa o que ele fale para mim, vou fazer tudo que treinei aqui dentro - garantiu.

John Kavanagh e Conor McGregor (Foto: Twitter)Conor McGregor e John Kavanagh têm provocado o brasileiro frequentemente (Foto: Twitter)

Aldo também disse não ter estudado o jogo de McGregor ainda e que sabe apenas que ele procura lutar em pé. Mas admitiu que, apesar do ponto de vista dos negócios ser um duelo lucrativo para ele, pelo lado esportivo não acha que o irlandês seja merecedor da oportunidade de disputar o cinturão da divisão até 66kg. Ainda sobrou uma forte crítica ao ranking do Ultimate.

- O estilo dele é o de um cara que procura lutar em pé. Procura jogar no ponto forte dele, mas ele pode jogar onde for. Vou treinar bastante, respeito todos os atletas, vou me preparar muito e vou vencer. Está muito no começo, ainda não estudei nada dele, mas não vou falar nada porque sei o que tenho que fazer para chegar lá e vencer. Ele tem que falar, mas aqui não vai tirar nada porque já sei o que tenho q fazer. Estou pegando gosto por isso (de provocar os adversários). Temos que dar uma provocada para vender as lutas, falar um pouco mais, que assim sabemos que teremos uma rentabilidade. É importante. Pelo lado financeiro é ótimo para mim, para ele e para o UFC que essa luta aconteça. Todo mundo vai sair ganhando. Mas se falar de ranqueamento, acho que ele não merece, pelo fato de que criaram um ranking. Mas como esse ranking nunca serviu de p... nenhuma mesmo, nunca ninguém seguiu p... nenhuma, então para mim foi ótimo pelo lado financeiro - disparou.

O confronto entre o brasileiro e o irlandês foi especulado para acontecer em um estádio de futebol na Irlanda, mas o Ultimate acabou marcando em Las Vegas, local que Aldo aposta que terá a maioria da torcida a seu favor, com presença maciça de seus compatriotas.

- Não vejo Las Vegas como campo neutro. Milhares de brasileiros estarão presentes torcendo para mim. Onde luto a torcida brasileira vai atrás torcendo, confio nisso e acredito que o povo brasileiro vai comparecer. Faço um chamado a todos, que quem puder ir, vá, porque vai ser um lutão. Onde eles colocarem para lutar, eu luto. Eu sou um lutador e onde colocarem sempre darei meu melhor para vencer as lutas - concluiu.

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